A Montanha Mágica

A Montanha Mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Nietzsche2 04/06/2023

A montanha nem tão mágica
Lido finalmente ?A Montanha Mágica? de Thomas Mann.

Hans Castorp é um jovem que decide visitar seu primo em um sanatório internacional para tuberculose. Inicialmente seu objetivo era passar apenas três semanas, porém as várias coisas desse local o fará mudar de ideia e de vida.

Comprei a Montanha Mágica em 2020, mas deixei pra fazer a leitura depois e fui adiando. Até que finalmente decidi que já estava na hora. Porém já não sei se o momento era esse?

Com mais de 800 páginas a história se desenrola no seu próprio ritmo. A base do livro é sobre o Tempo, tudo é extremamente descritivo, extenso e monótono.
Aos poucos vai sendo apresentados os personagens e dentro deles tem um que me foi o mais insuportável, sr. Settembrini, personagem que traz toda a questão filosófica da obra. Quando ele aparecia em cena eu já revira os olhos porquê sabia que iria vir várias páginas de conversas com pensamentos que não levavam a nada.

Aqui temos bastantes divagações, onde inúmeras páginas adere a temas existenciais de forma até um pouco complicadas de entender. Tem uma digressão de BIOLOGIA que é surreal de tão chato.

Tenho consciência que o Thomas Mann tinha controle total do que estava escrevendo e de como queria que tudo fosse contato. É notável que todo custoso é proposital, porém isso não me quis dizer que foi interessante, na verdade apenas me foi desgastante.

Eu amei o Hans, peguei um carinho por esse personagem e até queria mais dele, entretanto parece que aos poucos o próprio personagem vai se apagando e se perdendo nessa coisa do meditar, da viagem moral, das religiões e consultas..

De fato existe momentos super interessantes, ocasiões que são um deleite de ler. Porém passado as 500 páginas eu senti um cansaço enorme, já estava fadado de tudo aquilo. Acabou que me obriguei a terminar a leitura como um dever. Pensei seriamente em abandonar.

E quanto mais avançava mais arrastado ficava.. não acabava nunca!
Considero um dos livros mais desafiadores que li, não pela escrita, que chegar até ser tranquila. Mas por ser super arrastado, enfadonho e conter diversas conversas prolixas tornando a conclusão da leitura um penar.

E ?Honey, tipo assim?, não tem nada tão diferenciador a ponto de precisar ser tão grande, no final a mensagem poderia ter sido dada com menos páginas.
Não devo ter entendido as muitas referências do livro à várias obras de clássicos, de músicas e de filósofos. Caso tivesse entendido poderia ter sido sim uma leitura mais confortável e prazerosa, mas duvido muito que teria acrescentado algo de ?volúpia? e inovador que teria me dado um resultado uma grande diferença.
No fim, a mágica da montanha era sobre o leitor conseguir terminar de ler tudo isso.

Razoável.
Nai 25/07/2023minha estante
Fiquei chocada pois essa resenha poderia ter sido escrita por mim!
Concordo em TUDO. Inclusive eu revirava os olhos quando aparecia Settembrini ou Naphta.
Amante dos clássicos que sou, fiquei triste por não ter gostado desse. E olha que sou Bióloga com especialização em História e Filosofia da Ciência (GRITO). Comentei desse capítulo de Bio para meu marido, justamente pois foi uma digressão muito aprofundada. Jesus.




Deeh 25/05/2023

Eu não esperava que fosse assim.
Achei difícil e desafiador, mas isso me animou.
A história em si é permeada de um contexto histórico e filosófico que culmina num fim perfeito.

Estou pronta para uma releitura, mas depois que amadurecer um pouco mais as ideias e agregar um pouco mais de conhecimento.
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Matheus.Ferrari1 23/05/2023

A vida é pra ser celebrada da melhor forma
Já havia tentado ler esse livro antes e abandonei, não era o momento pra encarar essa escalada até o sanatório e também, talvez menos ainda, encarar uma montanha de conhecimentos filosóficos, humanos, políticos. Na montanha pude perceber (porque sim, eu também estive lá nesse tempo todo) que a vida e o tempo que você tem pra desfrutá-la são tão relativos que demanda certa seriedade a ponto de usufruir da melhor forma esse presente que nos é dado todos os dias.
Vários personagens marcantes cruzaram o caminho do nosso "herói" Hans Castorp e o nosso próprio caminho, afinal considero Settembrini, Naphta, madame Chauchat, entre outros, como parte da minha convivência e do conhecimento que obtive no sanatório.
E lembrem-se: o amor sempre vem até nós com o estrondo de uma porta batida.
Nayany 23/05/2023minha estante
Procurando a coragem para iniciar essa jornada. ?


Matheus.Ferrari1 23/05/2023minha estante
Realmente pra iniciar precisa de bastante coragem hahaha. Mas depois de um tempo vai ficando mais fácil, e vale a pena, porque os assuntos são tão atuais que parece que o livro foi escrito recentemente




Janaskoobmania 07/05/2023

Meu Olhar da Montanha Mágica
Não tenho a pretensão, e nem seria capaz, de reproduzir ou chegar perto da grandiosidade dessa obra e o quanto a leitura desses diversos temas repercutiu em mim. Desejo, simplesmente, conseguir despertar em alguns o interesse ou a mera curiosidade, assim como me vi outrora, de forma despretensiosa iniciar a longa subida da Montanha Mágica.
No começo da subida e já mirando o topo, me deparo com um trecho, do qual ri muito: "...Não lhe bastarão para isso os sete dias de uma semana, tampouco serão sete meses, apenas. melhor será que ele desista de computar o tempo que decorrerá sobre a Terra enquanto essa tarefa o mantiver enredado." Pensando comigo que findaria essa leitura em uma semana (aproveitando um feriadão. rs).
A demora não foi porque a leitura não era prazerosa ou enfadonha, e sim porque Mann nos propõe ao longo da sua escrita e descrição do ambiente, uma imersão nesse universo construído para que a mágica acontece em nós a medida que o narrador vai tecendo sua rede e nos enredando lentamente.
O personagem principal, o jovem Hans, nos é apresentado de forma minuciosa e trágica, pois se trata de um jovem que fica órfão de pai e mãe muito cedo e que é criado por seu avô que também morre e depois vai visitar um primo, num sanatório para tuberculosos, e lá descobre que também está doente. Uma história vivida por muitas crianças porém, sob o olhar do autor toma uma proporção grandiosa, rica de aprendizados, risos, amizades, amores e todos os elementos para prender nossa atenção do começo ao fim.
Por que é considerado por muitos uma leitura densa e difícil? Porque Mann nos coloca em contato com vários temas ao longo dessa história, que vão desde doenças, fisiologia do corpo, morte e vida, música, arte, amor e o seu ponto central Tempo. As discussões em torno dos temas acontecem sempre entre Settembrini e Naphta objetivando instruir e conduzir ao conhecimento o jovem Hans. O que ao meu ver, as conversas são sempre instigante, curiosa e muitas vezes engraçadas. Até nos momentos em que não conseguia entender o que estava acontecendo na conversa ou que a conversa me soava um tanto doida, ainda assim não me senti cansada ou entediada com a leitura.
Para mim o que começou como algo macabro, sim macabro, porque um jovem vai visitar um primo num sanatório e fica por lá "preso" durante muito tempo, só pode ser macabro; mas enfim, a medida que o narrador sutilmente vai nos ambientando nesse espaço, tecendo sua teia, nos enredando com seu "canto de sereia", o Tempo (o famigerado tempo humano) vai se esvaindo e nem nos damos conta da passagem desse tempo, quando vi já chegava no limiar do rito de passagem, quando me dei conta, esse narrador cruel, nos mostra a sua mágica, nos faz compreender o significado dessa Montanha Mágica, aí já não somos o mesmo, como o jovem Hans, que já não conhece a si mesmo, o véu foi rasgado e não tem mais volta.
E ao final, novamente o autor nos coloca como detentores dessa mágica, nos responsabiliza, como se dissesse você é capaz de seguir a partir daqui e nos surpreende com a difícil decisão do final. E agora entendo quando em uma fala de Mann ele diz que quem não entendeu seu livro deve ler de novo e de novo e de novo, quantas vezes forem preciso que certamente compreenderá. E eu como simples mortal e consciente que sou da minha pequenez, só tenho a dizer que foi a primeira escalada para conhecer o terreno, certamente retornarei outras vezes a essa bela, magica e linda MONTANHA.
E assim concluo dizendo que por essa Montanha Mágica, Thomas Mann, arrebatou meu coração e minha atenção, a partir de agora leio tudo que tiver desse homem. E quem duvidar que se lance para essa subida.
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Joao.Alessandre 07/04/2023

Casamento feliz
"Casei com esse livro" esta afirmação certamente sumariza bem a experiência dessa longa leitura. Denso, grandioso, salpicado de momentos hilários e passagens filosóficas complexas.  Escalar essa montanha nos absorve de diversas formas - ar rarefeito, frio glacial, isolamento e estratégias terapêuticas arcaicas permeiam toda a obra. Com o fluir somos cooptados por personagens notáveis como o protagonista Hans representante típico da juventude burguesa do início do século, seu primo Joachim autêntico exemplo de uma suposta retidão de caráter e resiliência militar, os "pedagogos" Settembrini e Naphta, a efusiva Madame Chauchat, o gigantesco (em muitos sentidos...) Peperkorn além dos médicos (ah estes médicos!). O tempo e sua administração como elemento base do texto amalgamado a uma sucessão de eventos insólitos sequestra o leitor. Impressiona muito a erudição e profundidade das múltiplas questões trabalhadas, sendo o processo evolutivo intelectual de Hans brilhantemente desenvolvido. Claramente percebemos a metamorfose de um jovem com cognitivo limitado em um indivíduo preocupado com grandes temas do seu tempo.
Honestamente o sentimento de pequenez me abalroou em diversos momentos no transcurso do livro ante a magnificência da Montanha Mágica. Contudo a conclusão da leitura traz aquela explosão catártica característica das grandes manifestações artísticas. Sim foi uma convivência prolongada e um casamento feliz.
Suzanie 07/04/2023minha estante
Show a resenha ??????


Joao.Alessandre 07/04/2023minha estante
Obrigado Suzanie! Depois quero ver suas impressões finais ?




Olavof 31/03/2023

Um desafio
Depois de mais de dois meses consegui chegar no topo dessa montanha mágica. Um grande clássico que vale a pena ser lido.
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Julinho 24/03/2023

A Montanha Mágica é um retrato simbólico-filosófico-cientifico da Europa pré primeira grande guerra, onde representantes das ideologias da época passeiam e se contradizem num jogo de ambivalência.
No entanto, durante a minha experiência de leitura (a primeira de muitas, posso apostar), a obra de Thomas Mann me surgiu também como uma espécie de conto de fadas sombrio, colocando o sisudo escritor alemão um pouco dentro da tradição de seus compatriotas Hoffman e Grimm.

Me soa assustadora a história de um jovem que decide passar umas férias de três semanas num sanatório em uma montanha, e acaba ficando "preso" ali por sete anos, dormindo na mesma cama onde outras pessoas morreram. Esse local é rodeado por figuras, em certa medida, fantasmagóricas: médicos sádicos, doentes terminais, a mexicana chorosa que repete seu estribilho "tous-les-deux", pessoas que desaparecem e mortos, são abandonadas nevasca abaixo em trenós... Um local que promete cura e parece adoecer e levar as pessoas a morte. Quem decide desertar, fugir, também acaba sucumbindo ou tento que voltar, como zumbis asmáticos.

As descrições da visita do médico ao leito de Hans, da visita ao cemitério, dos exames com o raio X são fantasmagóricas. Há também sessões pseudo científicas de mesa branca, o contato com o sobrenatural ou parapsíquico, ouvir vozes e prever o futuro (a tia vidente de Hans). O incêndio no final, tão comum em romances góticos, tem seu semelhante nas explosões e no fogo da guerra ao fim do romance, a qual liberta o protagonista do aprisionamento da montanha.

Há o que se pensar, e nas mãos de um inventivo diretor, daria um filme de suspense gótico.
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Regina 23/03/2023

Mágico
É um excelente clássico. É um livro mágico. Tem vários detalhes que nem todos gostam, mas eu amei. Crises, doenças, lugares, tudo bem detalhado. Um livro que me encantou por mais de 3 meses. Favoritei. Me acrescentou bastante coisa. Super recomendo
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Gleide 85 15/03/2023

Não e a toa que essa e uma das grandes obras desse autor! Torna se angustiante como o tempo atua com as personagens.
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Ronaldo 07/03/2023

Perfeito
Incrível. Perfeito. Maravilhoso. Engraçado. Inteligente. Interessante. Mágico.

Não é possível ler apenas uma vez. É coisa para ler e reler como um filme favorito que devemos rever regularmente.

Realmente mágico.
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Daniel Andrade 28/02/2023

O clássico dos clássicos
Talvez, seja o clássico mais clássico que já li. É lento, às vezes tedioso, os personagens falam de maneira complicada... e mesmo assim é maravilhoso. É um livro para ser lido de maneira devagar, como o próprio narrador sugere no começo. Alguns capítulos voam, em outros passei dias encalhado. E é assim que é pra ser. Não tem muito o que falar sobre a história, apenas recomendar a leitura de qualquer livro do Mann, mas especialmente desse (e Doutor Fausto, por favor).
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Monica.Fusco 28/01/2023

A montanha mágica
Um livro extenso e muito profundo. Um dos temas principais é a questão do tempo e vários pensamentos filosóficos. Achei cansativo em alguns momentos.
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Artur.Sergio 24/01/2023

A montanha mágica ou da desconstrução do tempo
Jamais em toda a minha curta vida de leitor havia eu permanecido por tanto tempo em uma leitura. Meu casamento com essa obra densa durou seus longínquos sete meses.

Acredito que por desconhecer a estilística de Mann e pela sua forma descritiva de escrita, e a espessura do livro, eu tenha acabado por alimentar todo esse tempo de leitura.

A montanha mágica é uma obra que mudou e estimulou minha relação com a literatura. Primeiro, na maneira descritiva de tudo aquilo que nos parece quase insignificante, no entanto se visto por outros olhos recebe uma camada encantadora, uma cobertura imagética e literariamente bela. Ou seja, pode-se escrever sobre tudo, mas o beleza está nas mãos de quem cria e nos olhos de quem aprecia.

Outra lição aprendida é a sensatez de que o tempo literário, ou da leitura, não deve ser rígido; isto é, respeite o tempo da arte, do prazer e preocupe-se em saborear, mesmo que por pequenos pedaços, o que está a seu dispor. Entregar-se à leitura é mais importante do que o tempo que ela leva.

A montanha mágica é ousado na sua narrativa ? o seu ponto alto, a meu ver. O capítulo intitulado "Passeio pela praia", por exemplo, é, nesse sentido, o mais audacioso dentre todos. A metalinguagem é levada à experimentação.

Não considero esta uma leitura fácil ou convidativa para um primeiro contato com a obra de Thomas Mann, mas, como também fiz, lançar-se a partir dela não é um problema. A literatura não deve pôr medo em nenhum leitor que se preze.

É certo que farei uma releitura, daqui a sete anos, quem sabe, e espero ter uma experiência e um olhar ainda mais sólido e detido para as incontáveis belas nuances deste livro. Lê-lo é postergar o tempo ? não no sentido vulgar, como um Hans Castorp da vida, como um pensionista do Berghof ?, ao modo de um testemunho de um caótico século.
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