cris 24/02/2022
Finis Operis
"Será que também desta festa mundial da morte, e também da perniciosa febre que inflama o céu da noite chuvosa, ainda surgirá o amor?"
Com certeza o livro mais difícil que já encarei. Não se trata da quantidade de páginas, mas da profundidade dos temas tratados. A montanha mágica exige do leitor uma bagagem tanto histórica quanto filosófica enorme para que possa acompanhar e compreender os inúmeros diálogos complexos dos personagens. Confesso que não entendi a maioria desses diálogos, mas nem por isso o livro deixou de acrescentar.
Sendo assim, ler esse tijolão correndo não é algo aconselhável, e se o fizer o livro se tornará algo impossível de ser compreendido, é necessário muita calma e atenção. É uma lição que aprendi aqui e serve para qualquer tipo de livro: se não estiver concentrado, não atropele, deixe o livro de lado por um momento e volte depois.
Vale ressaltar tambem, é claro, haverá momentos em que a leitura vai fluir de uma maneira absurda, tem passagens lindas. Thomas Mann descreve tudo de maneira mágica. E como diz a Tatiana Feltrin, se por acaso você terminar de ler e não gostar, vai ter valido a pena só por um capítulo chamado "Neve". E não se trata apenas de descrições de paisagens, mas também das descrições dos pensionistas do sanatório que muitas vezes são hilárias, como fulano tinha "perfil de anta" e outro rapazote seria um "burro parrudo".
Esse livro me rendeu altas risadas e me tornou uma leitora muito melhor no sentido de ampliar meu vocabulario e obrigar a ser mais atenta e paciente.
Enfim, isso foi escrito justamente para ser relido, não dá pra absorver tanta coisa em apenas uma leitura. Então, quem sabe um dia?