A montanha mágica

A montanha mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


347 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


Caroliny 17/07/2024

Boa sorte pra quem for começar a ler
Por coincidência, peguei pra ler no ano do centenário da obra.
Debates filosóficos interessantíssimos a partir da segunda metade, especialmente com a adição do nebuloso Naphta ao quadro de personagens. O embate intelectual, com a exposição de uma dicotomia tão extrema, é de tirar o fôlego ? e diz muito sobre a coluna cervical que ampara o livro.
Mas preciso ser franca e dizer que até chegar nesse ponto, navegando a primeira metade, francamente: que tortura. Sofri de um martírio absurdo e de um tédio descomunal que me desmotivaram imensamente. Demorei quase dois meses pra ler, porque acabava sendo um castigo. Eu só queria fugir desse monstrengo...
Daí quando finalmente engatou, aleluia! Na minha percepção, mudou da água pro vinho. Ou será que fui eu quem amadureceu junto do dorminhoco Hans Castorp?? Ou será que foi a própria narrativa que me preparou adequadamente para a sua apreciação?Inegavelmente, houve uma transformação. Não se sai ileso desse livro.
Destaco as minhas passagens favoritas e as que mais me arrebataram: Hans Castorp perdido no mais absoluto nada da neve, a descrição do vazio infinito sobre o pico da montanha; a chegada da vitrola, com a descrição irretocável da música e dos seus sentidos; e principalmente O FINAL! que arremata a estadia no Berghof com estrondo brutal. O final é de bater a cabeça na parede, quando você finalmente entende TUDO!
Depois de finalmente terminada a escalada de 827 páginas lidas e relidas à exaustão (sério, que livro cabuloso!) percebo que cada linha foi extremamente necessária para a solidificação e grandeza magistral da obra. Enfim, ODIEI o percurso, mas amei a linha de chegada? uma verdadeira maratona. Dito isso, deixo aqui a minha nota máxima e imenso respeito pela criatura que se propôs a trazer algo desse calibre para o mundo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Kellynha 30/06/2024

Expectativa X Realidade
Após cinco meses de leitura, confesso que comecei com altas expectativas e por esse motivo, acho que a frustração foi maior.
Sei que serei julgada, mais preciso ser sincera, a leitura não fluiu e teve muitos momentos em que pensei em desistir.
Mais fica a dica, se deseja ter suas próprias conclusões sobre a leitura, vá enfrente, quem sabe suas impressões sobre esse livro, sejam diferentes da minha.
comentários(0)comente



Jaqueline Silva 25/06/2024

A montanha mágica e os horizontais
O livro conta sobra a ida de Hans Canstorp um engenheiro naval que vai ao sanatório Bergof para tuberculosos fazer uma visita ao seu primo Joaquim. Chegando lá uma vida diferente se desenrola, a famosa vida na horizontal na maior parte do tempo e uma percepção de tempo muito diferente das pessoas de "baixo" como as pessoas desse local intitulam os que estão fora de lá.
Estando lá Hans conhece muitas personalidades únicas com ideologias, nacionalidades e especialmente dois literatas que fazem de Hans como se fosse seu pupilo, cada qual transmitindo suas filosofias e devaneios, que se mostram intensos em boa parte do livro.
Vemos os sonhos de cada qual, seus desafios. Alguns querem ir embora, outros não querem.
Eu gostei muito desse livro tem muitas nuances e suas raízes são muito profundas o que o torna as vezes fazem de perder o fio da meada. Mas como sou uma amante de lugares frio, da língua alemã achei instigante e acredito que é difícil conseguir entender totalmente essa complexidade apenas em uma leitura e concordo com as notas finais leia uma segunda vez e verá algo muito mais completo.
As últimas páginas me mostraram mesmo que traduzido com a língua alemã consegue ser tão interessante em descrever as sensações, foram momentos sinestesicos, como ter a magia de sentir tudo que o personagem sente e como estar junto a ele. O tradutor desse livro merece todas as honras por conseguir transmitir uma língua com tantas palavras únicas que as vezes não possui na nossa com um match perfeito. Outra coisa é que podemos ver a parte da brasilidade da mãe dele em algumas frases e isso é interessante também.
Eu recomendo muito se você ama devaneios, frio, profundidade, filosofia e está disposto a encarar essa o longa viagem que sim meu amigo é um grande livro mas para mim valeu a pena
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Adriana791 14/06/2024

Eu entendo a importância desse livro, mas achei bem cansativo de ler. Alguns capítulos não precisavam ser tão arrastados.

Achei que o pobre Hans poderia ter tido uma vida melhor, mas gostei que ele aproveitou pra aprender o que foi possível com as pessoas com que teve contato na montanha.

É claro que é um livro muito bom daqueles que não vou esquecer, mas não entrará para meus favoritos.

Acho até que terei vontade de reler daqui uns anos e pode ser que minha impressão mude.

Valeu a leitura, mas não terminei feliz e empolgada como com outros clássicos.
comentários(0)comente



Cleber.Laia 30/05/2024

Sem fôlego
Sim, é um volume bem grande, realmente estamos subindo uma montanha, mas as histórias de vários personagens moradores de um hospital/ hospício revelam uma época.
comentários(0)comente



Juluzsg 26/05/2024

E foi-se o tempo
Hans Castorp vai visitar seu primo em um sanatório (casa de tratamento de doenças respiratórias), em Davos, por três semanas, porém o caráter "mágico" da montanha o leva a passar vários anos neste local. Durante sua estadia, Hans experiência uma nova existência, longe da correria do mundo burguês, e encontra, no ambiente internacional do local, um espaço de um amplo debate, político, econômico, filosófico, que vai definir o que era a Europa antes da primeira guerra mundial.
Minha leitura foi realizada de forma pouco animada, seguindo o próprio sentimento que o livro passa, de tédio e monotonia do tempo. O que leva o livro até o final é a curiosidade por entender as relações de Hans Castorp e como determinadas discussões vão desenrolar na sua mente.
O livro desenha cenas incríveis tão belas quanto as de guerra e paz (que uso como exemplo por ter lido recentemente), mesmo que de uma forma completamente diferente.
Existem mil coisas que eu poderia falar sobre o livro, mas vou citar as três principais na minha mente hoje.
1. A bissexualidade do Hans Castorp.
É algo que você não imagina que poderia aparecer no livro, porém as relações dele com a Cláudia, transparecem outros sentimentos não ditos explicitamente, mas que são óbvios;
2. O progresso e o tempo.
É incrível como o tempo passa diferente nos dois lugares, é incrível como a cidade te obriga a uma rotina que o tempo dissolve, se torna nada, cheio de obrigações pela acumulação de capital. Hans Castorp se perde em um mundo que isso não existe;
3. A "ignorância" quanto a mudança de tempos.
Hans, e vários moradores do sanatório, viveram os últimos dias de um mundo pré primeira guerra mundial. Viveram sem perceber que era depois dali, o mundo que conheciam seria totalmente diferente. As vezes me pergunto se estou vivendo nesse mundo, onde em breve tudo se modificará.
comentários(0)comente



Ab_Esteves 05/05/2024

Tempo, Resignação e Progresso: o jogo da vida
Tempo. Protagonista invisível da história, se faz presente a todo instante. Ora sem ser percebido pelas personagens, estagnado, paralisado, ora forte e imperativo. Thomas Mann consegue, magicamente, fazer o leitor sentir o tempo da mesma forma como as personagens o sentem.

O sanatório para pacientes com tuberculose é o cenário "mágico", onde tudo e nada acontecem juntos. Parece representar, de maneira crítica, a sociedade europeia pré-1914 (primeira grande guerra). Personagens entregues às distrações e confortos, muitas vezes negando o real. Quando alguém morria, tudo era cuidado de forma que os demais hóspedes não percebessem. A morte era velada, um tema bastante espinhento.

Parece haver uma espécie de alienação, onde todos são capturados pela dinâmica do local. O sanatório não só cuida de tuberculosos, mas os "protege" de seus conflitos reais deixados para trás na planície. Assim, Thomas Mann parece apontar para a Montanha Mágica que cada um de nós possui, uma tendência a evitar a planície (lugar subjetivo onde residem nossos conflitos mais reais) recorrendo às distrações defensivas.

Hans Castorp representa o homem comum. Aos poucos, ele percebe que o lugar é sedutor àqueles que desejam "um tempo" da planície. Ele é um desses, e fica. Mesmo estimulado pelo grande amigo Settembrini a ler os jornais da planície, a manter-se informado dos últimos acontecimentos políticos, ou até mesmo a deixar o sanatório, Hans Castorp se envolve cada vez mais ao estado de letargia em que a maioria se encontra no sanatório.

Enquanto as transformações políticas se desdobram, o sanatório de Berghof é o lugar dos que adotam a "posição horizontal", dos que passam a ver a vida deitados. Um fragmento da conversa entre Hans Castorp e Naftha, de ideias conservadoras, aponta para o que parece ser o sanatório de Berghof: um grande pote hermético onde tudo o que nele se abriga, conserva-se no tempo e espaço.

O livro é repleto de debates filosóficos, políticos e estéticos. Os embates entre Settembrini e Naftha provocam no leitor sentimentos ambivalentes, entre avanço e retrocesso, progresso e resignação, vida e morte. Essa ambivalência parece ser uma marca pessoal de Thomas Mann, com muitas biografias sobre o autor apontando para seus dilemas pessoais. O duelo entre esses dois personagens parece representar a tensão política que vivia a sociedade européia na pré-grande guerra.

O final, sem dar spoilers a quem ainda não leu, é de uma emoção intraduzível. A Montanha Mágica é atravessada por um novo ritmo de tempo, da estagnação a um estado de frenesi, sentimos o tempo se transformar abruptamente. O real é inevitável, e o jogo da vida nos obriga (por vezes, de maneira retumbante) a abandonarmos a posição horizontal, frente às regras desse grande jogo.
comentários(0)comente



Rodrigo 26/04/2024

Leitura obrigatória
Esta é uma das mais conhecidas obras da literatura mundial. É um livro denso e cheio de reflexões e reminiscências que retrata parte da vida de Hans Cartorp que vive durante sete anos em um sanatório nas montanhas, tendo ido para ali apenas para visitar o primo acabou ficando lá em tratamento. Ali trava contato com vários personagens, muito diferentes e impactam sua personalidade profundamente, lá se apaixona e tem sua decepção amorosa. Tudo isto visto pelos olhos do próprio personagem. Livro difícil como subir numa montanha, mas igualmente gratificante quando se chega ao topo, ou ao final, pela paisagem que nos permitiu vislumbrar.
comentários(0)comente



Paula 23/04/2024

Nunca demorei tanto para finalizar um livro. Foi um daqueles clássicos, que nos levam a amor e ódio . Por várias vezes, pensei em desistir. Alguns diálogos intermináveis e chatos quando o Sr. Setembrini se dispunha a explicar tópicos a Hans. A história caminha lentamente, como a estadia do personagem na montanha. Após o término, ainda não tenho uma opinião positiva ou negativa qto a esta obra. Opinião diversa, que tenho da obra dele em Os Buddenbrook, que fiquei completamente apaixonada.
comentários(0)comente



Cristian Fontoura 15/04/2024

2 reais ou uma viagem misteriosa pra Suíça?
O jovem engenheiro Hans Castorp vai até os Alpes Suíços visitar seu primo em um sanatório para pessoas com problemas respiratórios. O que ele não sabia é que aquele local em breve se tornaria seu lar. O que era pra ser uma estadia breve acaba se estendendo por anos, e com isso, vamos acompanhando a vida de Castorp naquele pequeno paraíso oculto. O personagem principal é complexo e ao longo do calhamaço, vemos sua sexualidade aflorar, seus medos serem expostos e uma filosofia de vida ser quebrada aos poucos. Uma leitura incrível.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Paulo 01/04/2024

Boneca Russa
Uma boneca dentro de uma boneca. Um mundo dentro de outro mundo.
Até não seria por isso que o livro é recheado de personagens russos?
Logo no início, é descarregado para nós a seguinte linha de pensamento: que o homem é moldado pela época em que está vivendo e pela sociedade em que ele está inserido e que esta consequentemente está inserida nele também.
Tendo em vista isso, no decorrer do livro, Hans se lembra do momento em que conheceu aquele amigo do lápis, pelo qual tinha uma admiração sem saber a razão. Ele se recorda disso após ficar fascinado pela madame de dedos curtos, que lembra esse seu antigo amigo.
Por ele estar inserido na sociedade daquela época, ele poderia só se apaixonar por uma mulher? Pois, se apaixonar por ela, foi trazer aquele fascínio que ele sentiu pelo rapaz do lápis novamente. Dessa forma, era possível extravasar esse sentimento, direcionar para alguém, nas mesmas condições do outro que ele tinha gostado.
Inclusive, nas palestras do doutor palestrante, ele explica o quanto o amor vive escondido pelas amarras da sociedade e se aflora de formas diferentes, pois nunca é sufocado por completo.
Então, não que ele fosse homossexual, até mesmo porque esse pensamento nem poderia ser concebido nessa época e círculo social pertencente, pois essa palavra, essa classificação, não significa nada para ele. No entanto, é um sentimento sem nome, dado vazão por outra vertente, tendo se transformado em outra coisa, pois foi moldado pela época em que está inserido. É por isso que nem ele mesmo entende o motivo, o que significa aquele sentimento, aquele deslumbramento. Por não ter capacidade de identificar, por não saber que aquilo fosse possível de existência. E o livro mesmo termina expondo a sua simplicidade de pensamento, essa incapacidade de se entender.
Na primeira palestra, o doutor palestrante (novamente) explica que a origem das doenças vem do padecimento pelo amor. Tendo dado vazão a esse amor que estava guardado, Hans pôde se libertar, sem nem mesmo saber e começar a se tornar sadio. E essa teoria acaba se enfatizando quando Hans relata sobre a personagem cheia de chagas que fugiu com o amante e depois apareceu com todas as doenças possíveis.
Em outra parte, Hans fica desgostoso que sua temperatura não está tão alta e não entende o motivo de mesmo estando febril, não conseguir fazer parte do grupo dos russos. A doença serve como bilhete para entrar nessa sociedade "lá de cima". Ele recebe pontadas do senhor Settembrini (que homem insuportável, que discussões insuportáveis!!!) sobre como estava o processo de aclimatação dele, em vista que Hans não estava com eles a tanto tempo assim. Ou seja, não era participante do grupo social a tanto tempo. Era novato ainda. Se elevou (literalmente subindo a montanha) a muito pouco tempo. Essa sua ascensão social não foi, a princípio, bem aceita. Até o primo tinha vergonha do jeito espalhafatoso e afetado dele. Mostra como viver em sociedade requer um nível de loucura tremenda. Tem que ser doente (de alguma forma) para ser aceito. Que coisa mazelenta essa!
Existe uma sensação, igual de pandemia, na montanha também. Digo nessa parte sobre a reclusão e o distanciamento do cotidiano, que acaba nos transportando para outros interesses. Acha-se tempo para hobbies já esquecidos ou para conhecer novos. O interesse se aguça por mais sabedoria. Igual Hans adentrando a tantos diferentes assuntos e se dedicando nos estudos de biologia, medicina, botânica e astrologia.
Teve momentos que eu quis esganar esse Hans, que grande chato! Quer saber de tudo, conhecer tudo e o pouco de novidade que aprende, já quer jogar em cima de alguém e ficar falando sem parar. Os rótulos que o definem e que são de seu gosto, fica repetindo sem parar! "Paisano, amante da vida..." aaahhh um chato, isso sim! Mas um chato nesse fator em específico só, pois eu amei ele.
Um outro fato curioso, é quando ele se abriu para a dama que bate a porta num estrondo, em francês, e só assim, conseguiu expor tudo o que sentia. E em todo o momento, ficava enfatizando que era como se estivesse em um sonho. Eu, quando falo em outra língua, sinto que não sou eu também. Como posso explicar isso? Falo um palavrão que na minha língua materna, eu não falaria. Consigo me expressar talvez, sem vergonha. É como se eu pudesse ser outra pessoa, outra versão, estar em um sonho mesmo, só pelo ato de ter cambiado a língua.
Confesso que, como os personagens, eu também me perdi na passagem do tempo. Do primeiro dia (narrado em mais de 100 páginas), nos pegamos substituídos por fevereiro que vem depois de 7 meses já. Mal percebi isso e fiquei o livro inteiro curiosíssimo para saber o total que Hans ficou nas paragens. O livro narra sobre o tempo que constitui uma época e não somente uma época abrangente da humanidade, mas uma época da vida pessoal do nosso personagem herói. Fica, realmente, a sensação de uma vida narrada.
Essa falta de noção do tempo que o Hans passa por lá, é nos dada por pinceladas de momentos dele naquele lugar. Dito isso, olhando para minha vida, é a mesma coisa. Me lembro de determinados momentos, atitudes, falas e isso me situa na posição da vida de que quero me recordar. Ou seja, não lembro dela 100% mas sim por fatos que aconteceram nela. Estou dando voltas e voltas na explicação igual eles já, mas o que eu quis dizer é que o livro traz essa sensação de vida "vida" mesmo. E de como foi escrever sobre uma, cruamente, transpondo essa sensação real, para o leitor.
Do momento que eu terminei esse livro, me dei de cara com o começo da mesma situação de Hans.
O mundo de hoje não se encontra exatamente onde deixamos nosso herói? O grande tédio já não se alastrou mais uma vez pelas entranhas do homem?
Se encontramos um grande amor, ele acaba não sendo do jeito que idealizamos e por conseguinte, se tornando insuficiente. Tudo que fazemos é trabalhar e viver nossa vida rotineiramente, tentando nesse interim, praticar o correto. Chega um momento que parece que você está se afogando nessa rotininha. Tudo igual, nada superior as nossas expectativas.
O grande trovão, o despertar desse torpor para o frenesi da vida, pela ânsia de viver, pelo significado literal da expressão "viver a vida", não é essa iminente sensação de uma futura guerra? Vai ser necessário que os homens se destruam novamente, para que se reergam e posteriormente se entediem por mais uma vez?
Há um fim nesse ciclo, sem que seja, por sua vez, a destruição novamente? E nesse caso, a derradeira, pois seria a destruição do mundo.
O livro chega nesse momento da minha vida que me encontro como o personagem e como o mundo se encontra no seu mesmo dilema. Iremos nos repetir? Mais uma vez? Fiquei com mais questões a serem respondidas do que cheio de respostas para o que precisava.
O personagem de Hans é tão real, que acaba parecendo que o livro é baseado em alguém. O que, na verdade, não deixa de ser. Uma junção de personalidades como a de Hans, pertencentes à época de outrora. A história é dele, mas não sobre ele. Não vai ser narrado sobre os pormenores dele. Na realidade, nem nos aprofundamos tanto em todas as suas facetas e nuances, arranhamos o que parece ser a superfície da sua personalidade, mas que no final das contas, é a rasa profundidade da mesma.
Tenho a sensação de Hans como um alguém que não é alguém. Não sei explicar... alguém avulso. Acabo sendo assim também? Reconheço essa sensação nele por refletir a minha? Pois é essa a sensação que o próprio escritor acaba nos dando nas últimas linhas. Hans foi emprestado para ele escrever essa história. Nunca mais saberemos dele e não nos interessa seu destino. Mas sim, esse período de sua vida que o levou a tomar a decisão do seu possível futuro.
Uma sensação de um grande "sei lá". De um grande tédio. De um grande vazio sem saída da vida. De um desânimo desesperançoso, com uma fantasia de que a morte será como a grande solucionadora dos problemas. O que há depois? Vai ser mais do mesmo ciclo? Posso me agarrar a esperança que finalmente será diferente? Que o tédio, a vagues, o vazio, a destruição e a morte, nesse ciclo infinito, não terão espaço também?
Como vi Hans se transformar em tudo, florescer e murchar, até então parar de existir, vou ver minha história, que não é a minha história, mas que serve para representar a de todos que estão passando por esse mesmo período na Terra, como eu. Logo mais irei desaparecer também.
Me foi horas escrevendo isso, deu quase a mesma quantidade de palavras do livro. Que horror.
Mesmo assim, gostaria de fazer um adendo. A cena do momento em que ele reencontra o primo, já morto. Essa aparição, não é para mostrar que ele viveu e experimentou tudo que àquela sociedade poderia dar à ele na época? Ficou um tanto curiosa essa passagem.
Me despeço de tudo isso, depois de 3 meses com eles, tocando delicadamente o canto de um dos olhos com a ponta do dedo.
DayanePrincipessa 01/04/2024minha estante
Nunca tinha ouvido falar desse livro, mas pela resenha acho que deve ser muito bom. (amo textao de resenha kkkkk)
Se serve de consolo, eu penso e me sinto igual a forma que você descreveu kkkkkkk, acho que é porque não somos daqui, então tudo é um eterno tédio kkkk sorte que há livros para ler para aliviar a monotonia kkk
Gostei do final poético: "tocando delicadamente o canto de um dos olhos com a ponta do dedo".


Juluzsg 27/05/2024minha estante
Você descreveu tudo que senti com esse livro




Alexx 31/03/2024

Uma obra pedante...
Vou ser direto:essa obra é muito pedante! E,da para ver que o modo que ela é escrita parece que ela quer ser um clássico e falha miseravelmente nisso,o autor da mil e uma volta para dizer algo simples. Para ser sincero,as partes que eu mais gostei foi quando os primos conversavam entre si com divagações sobre algo. Porém,esse livro só tem isso! Acaba ficando muito repetitivo. E detesto como o Italiano (um dito "progressista") falar de povos não brancos com um q de rebaixamento. Europeus do século XX, previsível.
comentários(0)comente



347 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR