A Holdford 10/01/2015Não é uma obra para quem tem pé atrás com espiritismoQuando peguei “O que é espiritismo” para ler me senti bem frustrada. Para começar, sou de família espírita, sou espírita, mas achei que o começo desse livro serve mais para afugentar as pessoas do que para fazer com que se interessem.
.
Muitos e muitos reclamam que as pessoas tem uma visão errada do espiritismo, e isso realmente pode ser fato. Mas essa obra de Allan Kardec, o “pai do espiritismo”,não começa sendo a mais simpática de todas e certamente se alguém se sentir curioso pelo tema e esperar encontrar algo do típico da coleção “o que é (tal coisa)”, não o verá aqui.
.
O começo são perguntas e respostas (provavelmente tiradas de algumas conversas particulares dele), mas Allan Kardec para um homem instruído se mostra bem grosso. Ele se esquiva, mas não de uma forma singular, ele responde a tudo com pedras e pedras na mão, como se vivesse sob afronta.
.
Uma coisa nisso me chama muito a atenção, a doutrina (que ele não considera ser uma religião por quase todo o livro, mas entra em contradição quase no final) diz que deve-se ser paciente, deve-se ajudar ao próximo; mas esse tipo de tratamento me soou o oposto.
.
Porém, ela (a obra) não é de todo mau não, na verdade ela é boa, quando se para de prestar atenção no que ele diz como uma “patada desnecessária”.
.
Existem conceitos sobre o que é considerado alma, espírito, entre outros termos. Também há uma boa filosofia que explica o porquê das reencarnações, o porquê de as pessoas “esquecerem” o que viveram em outras vidas e afins.
.
Porém não espere encontrar todas as respostas do mundo, pois ele deixa áreas vagas (eu pelo menos consegui formular algumas perguntas que o livro não responde, mas pode ser que outras pessoas não cheguem a fazer esses questionamentos...).
.
Voltando a dizer, eu sou espírita, costumo frequentar o centro e ler obras de autores/espíritos, mas é a primeira vez que li esse livro de Allan Kardec.
.
Antes que me condenem por meu comentário, peço apenas para que peguem seus livros e leiam a primeira parte (só as primeiras perguntas já bastam) e tentem se colocar no lugar de quem fez as perguntas (sim, espiritismo prega colocar-se no lugar do outro e não o tratar da forma na qual você não gostaria de ser tratado, então vamos colocar isso em prática e ter uma mente aberta ao ler, ok?).
.
Eu tenho certeza de que se o exercício realmente for feito “se colocando no lugar do outro” você vai sentir que esse livro mais afasta do que aproxima as pessoas da religião, realmente soa grosseiro em uns pontos e não é algo que vá fazer pessoas “em duvida” quererem seguir com a leitura para os fatos mais importantes que aparecem nos capítulos seguintes.