Marcos Faria 02/12/2012
O volume I da coleção “Cinema no mundo” (Escrituras, 2005), dedicado à África, é bem inferior ao II, da América Latina. O problema principal é que a maioria dos artigos fala do cinema africano como um bloco homogêneo (mesmo quando nega que ele seja) e portanto acaba se repetindo. A história de sucessivas ondas e tendências é contada pelo menos três vezes ao longo dos ensaios selecionados por Alessandra Meleiro. Além disso, os textos citam poucos dados e se concentram na análise do conteúdo dos filmes, raramente comentando questões de economia do audiovisual. As exceções são justamente os dois artigos com foco em países específicos: África do Sul (uma interessante história da evolução do setor e suas relações com o Estado, antes, durante e depois do apartheid) e Nigéria (um bom estudo do fenômeno dos vídeos de Nollywood).
(Publicado também no Almanaque - http://almanaque.wordpress.com/2012/12/02/meninos-eu-li-29/)