Notas do subsolo

Notas do subsolo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Notas do Subsolo


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Jhonatan.Dias 08/05/2020

O social
Notas do Subsolo (1864) - É um discurso contra a vida e o mundo, entregue por um funcionário público aposentado. O funcionário público é extremamente irracional, inconsistente e furioso com todos, incluindo ele mesmo. Ele está sempre se metendo em problemas. Vai em reencontros de antigos colegas e diz a eles o quanto ele os odiava. Ele quer derrubar as ilusões de todos e fazê-los tão infelizes quanto ele.

Ele parece ser um personagem grotesco para se desenvolver uma história, mas está fazendo algo importante: ele está insistindo com um tipo particular de intensidade em um fato bastante estranho a respeito da condição humana. Nós queremos felicidade, porém temos um talento especial em nos fazermos miseráveis.

Notas do Subsolo ataca todas as ideologias de progresso social, que procuram a ?eliminação? do sofrimento. Dostoiévski acreditava que pessoas que pensam dessa forma não terão êxito, porque assim que resolverem um problema, serão direcionadas pela natureza a se tornarem infelizes de outras formas.
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Paloma584 14/04/2020

Personagem compreensível e detestável.
No começo eu não entendi o motivo pelo qual as pessoas que resenharam o livro reclamaram do personagem... Até me identifiquei. Mas depois ele passou a ser detestável aos meus olhos. Talvez estejamos todos falando da própria sombra..
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Renata 27/02/2020

É um livro estranho, de rápida leitura e muito interessante. Penso que o personagem reconhecia e apontava os próprios erros - que são os mesmos que os meus - na minha cara. Pra mim, é um retrato do que não devo ser. As partes que me identifiquei são as partes que preciso mudar em mim mesma.
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mrsnone 10/02/2020

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Uma coisa que me chamou a atenção é o fato do personagem não citar seu nome em nenhum momento durante a narrativa. Ele introduz o nome de todos os personagens, menos o dele. É quase como se subconscientemente ele fosse insignificante até pra si mesmo.
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barbaradoquorthon 06/02/2020

Nesse livro dá pra perceber que o personagem dava indícios de ansiedade forte, mas doenças psiquiátricas começaram a serem relevantes apenas no final do século XX, o livro foi escrito no século XIX. Me identifiquei com várias partes do livro, até anotei algumas passagens para guardar comigo pela vida, porque posso dizer: só um ansioso entende outro, e esse personagem é a minha ansiedade aflorada 24/7. É basicamente fazer ou dizer algo e se arrepender logo depois, além de não conseguir encarar as consequências de frente e ter que mentir para justificar as ações que você nem mesmo entende.
É meu primeiro contato com Dostoiévski e gostei bastante!
Renata 22/02/2020minha estante
Vou ler o livro só por causa do seu comentário!




Kamila 06/02/2020

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Esse foi o meu primeiro contato com a obra do Dostoiévski, gostei muito da escrita, e sobre o livro, é até meio triste se identificar com o personagem em algumas coisas.
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Julio.Argibay 23/01/2020

Cabra Complicado
Fiodor Dostoievsky - Notas do subsolo.

Uau, essa estória inicialmente é uma obra que parece ser um desabafo, um monólogo, pois somos apresentados aos pensamentos e elucubrações do personagem a respeito de sua vida. Me parece originados de uma mente sofrida e doente. Eh o existencialismo na veia, em essência, sem filtros, sem descaramentos. Os fatos a seguir nos mostram as experiências vividas de um ser mal resolvido e percebemos os sentimentos primários de: ciúme, inveja, insatisfação e intolerância. Quem não tem carência de amor e atenção? Aqui sentimos a dor a qual molda cada ser humano o que o torna único. É angustiante acompanhar a vida deste personagem. Então, vamos conhece-lo um pouco melhor? Ele tem cerca de quarenta anos, sem uma atividade laboral, por vontade própria, solteiro, sem filhos e sem pais. Ele vive com uma pequena renda herdada de familiares. Então, o livro segue relatando alguns episódios sobre a vida desse personagem: ele conta como foi afrontado por um cidadão comum numa taberna e a reação que ele teve nessa situação. No mínimo diferente. Naquele momento ele não reagiu, mas ficou mortificado. Então ele elaborou um plano minucioso, durante cerca de dois anos, seguido de uma pequena investigação e acabou atingindo seu objetivo, ou parte dele. Após esse relato o personagem ainda conta uma passagem de sua vida referente a dois amigos dele. Um colega de infância ao qual teve algumas rusgas, possivelmente por pura inveja e o outro ao qual ele ficou devendo 15 rublos. Quanto aos parentes ele guarda uma rancor muito grande e nunca se adaptou a eles. Neste caso por ser órfão e se considerar diferente deles fisicamente, apesar de se considerar intelectualmente superior. Deixamos o passado e estamos agora no presente. Ele conhece uma moça, seu nome é Liza, ela é uma senhorita de vida difícil e que acaba tendo algumas desentendimentos com ele. Talvez, uma pequena paixão, quem sabe? Outro personagem importante na vida dele é Apolon, seu criado e de quem tanto ele tanto despreza. Depois de falarmos sobre o criado, vemos uma cena em que ele fala sobre si, sobre sua vida e todos sentimentos negativos dele. Pronto, agora, vamos as impressões que ficam sobre esse personagem: achei que o cara é muito complexo e difícil, talvez, pelos traumas vividos ou pela sua própria idiossincrasia, como a inveja que sente pelo sucesso das pessoas de sua convivência ou sua dificuldade de convívio com outras pessoas. A sua mente vive um turbilhão de sentimentos amargos e depreciativos de si próprio e de sua pobreza. Apesar disso não podemos deixar de dizer que ele se considera intelectualmente superior aos demais. A expectativa que passa eh de que ele vai explodir a qualquer momento, como de fato acontece. Finalizando, muitas coisas foram ditas, na maioria das vezes ruins ou ficaram subentendidas, nas entrelinhas. Por fim, fiquei bem satisfeito com a estória. Mais uma grande obra do mestre. Tenho mais coisas a falar: ... mas parece-nos que se pode fazer final aqui mesmo.
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Gustavo 29/10/2019

É melhor uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?
É melhor uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?

Esta pergunta feita ao final desta sublime novela de Fiódor Dostoiévski, cuja citação pode ser encontrada dentre aquelas exibidas no aplicativo do Skoob, leva-nos a refletir sobre o peso da consciência e do conhecimento em si. É este o tema de Notas do Subsolo, uma espécie de memorial escrito por um narrador sem nome e dividido em duas partes. Na primeira parte temos uma espécie de ensaio filosófico onde o narrador discorre sobre a questão da consciência e do conhecimento e como isso afeta o homem a ponto de torná-lo covarde e inerte por saber e pensar demais. Já na segunda parte da obra temos o relato de uma experiência vivida pelo narrador durante os seus vinte anos de idade, tratando-se basicamente de uma aplicação prática da teoria desenvolvida na primeira parte da novela.

O narrador é o caso mais curioso dessa obra. Por se tratar de uma espécie de memorial, não podemos confiar plenamente nos seus relatos. Entretanto, o texto nos apresenta boas evidências da sua personalidade paradoxal e complexa. Por um lado ele esnoba as outras pessoas, se acha intelectualmente superior a elas e despreza qualquer interação social com elas, mas por outro lado ele as inveja, se acha socialmente inferior e anseia por contato humano. Ele chega até mesmo ao ponto de sentir prazer no sofrimento, ansiando por ser tratado como um inseto e maltratado; mas, ao mesmo tempo, ele trata os outros como insetos e os maltrata, tenta impor sua vontade e jura vingança, nutrindo ressentimento por qualquer um que ofender ou contrariá-lo de alguma forma. São esses os produtos da hiperconsciência do narrador, o qual é capaz de enxergar uma questão por todos os ângulos, mas que, em razão disso, é incapaz de tomar qualquer posição ou mesmo de agir. É esta, enfim, a complexa personagem sobre a qual nos debruçamos em Notas do Subsolo, uma novela percursora do Existencialismo.

Não há quem não possa se simpatizar com o Homem do Subsolo. Ele é, como apontado ao final da obra, um verdadeiro anti-herói: uma pessoa cheia de defeitos, com traços de personalidade negativos, mas que apresenta algumas poucas qualidades ou pelo menos uma que o redime aos nossos olhos.

Assim, voltamos à pergunta: é melhor uma felicidade barata ou um sofrimento elevado? Onde a felicidade barata é o mesmo que ser "abençoado pela ignorância", mas que ao menos se pode desfrutar e enxergar com simplicidade a "vida viva", e o sofrimento elevado é o resultado da consciência, do saber elevado, da racionalização; é a consequência de poder enxergar as coisas tal como elas são e, assim, não poder encontrar consolo, não saber enxergar propriamente o que é bom e o que é mau e, assim, tornar-se inerte.

É uma novela comovente e extremamente atual, pois ainda vivemos em tempos onde as pessoas se sentem tal como o narrador da obra, ou seja, completamente perdidos dentro de suas cabeças.

Notas do Subsolo serviu para mim, enfim, como uma excelente introdução à obra de Dostoiévski. Fiquei impressionado com a riqueza de sua prosa e de suas personagens, bem como das reflexões daí oriundas.

Leitura recomendadíssima a todos os leitores!
Luci Eclipsada 18/11/2019minha estante
Está entre os melhores livros que já li na vida!


Gustavo 20/11/2019minha estante
Entrou na minha lista também!


Luci Eclipsada 20/11/2019minha estante
S2




Jeferson.Escobar 02/03/2019

O embrião do anti-heroi
O personagem principal é a personificação de nossos medos e inseguranças, além de nossa vaidade cegante. A narrativa é triste e ao mesmo tempo hilária. A cena do encontrão na rua e sua vingança posterior, pra mim é impagável de tão deliciosa de ser lida. Preciso ler mais Dostoiévski.
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stellassakawa 10/01/2018

Leitura semelhante a obra de Crime e Castigo.
Esperava uma história diferente. Com certeza, como já foi dito antes, o livro foi uma preparação do autor para escrever a obra Crime e Castigo, que eu achei excelente!

Não sei o que é, mas a escrita desse autor me prende para continuar sua leitura.

Já tinha dito que não adquiriria outro livro da editora L&M Pocket, mas por ser um livro fino, resolvi arriscar e gostei; pois mais de 500 páginas em uma edição de bolso - que foi a experiência que tive com a obra de Crime e Castigo, não foi muito fácil e agradável, rs.
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Henrique_ 12/09/2017

Denso
Denso é a palavra que mais bem expressa minha impressão a respeito deste livro. Apesar de curto, sua leitura não é trivial. A primeira parte é um baque pela carga de amargura e pessimismo do narrador-personagem. A segunda, mais fácil de ser lida, leva o leitor a compreender um pouco da vida no subsolo. Observei uma série de referências às mais diversas áreas da política, filosofia, história, sociedade. Para aqueles que se interessam por literatura em seu mais alto grau de sofisticação, essa obra é um deleite. Dentre as obras dele que li, só não supera "Os irmãos Karamázov".
Eduardo 12/09/2017minha estante
Já quero! Hahaha


Henrique_ 13/09/2017minha estante
Eduardo, acho que você se amarrar neste livro.


Eduardo 13/09/2017minha estante
Também acho, Henrique :D
Quando montei minha meta pra esse ano, tava pensando em colocar esse no lugar de Os irmãos Karamázov, mas acho que, se a vida colaborar, leio os dois ainda em 2017 haha




Hofschneider 15/07/2017

niilismo
notas do subsolo é para quem tem consciência de sua condição solitária no mundo. na primeira parte do livro há somente divagações filosóficas brutas e cruéis que irão diluir aos poucos suas ilusões felizes sobre a vida, cada vez mais fundo. a segunda parte mostra a mesquinhez do ser humano, a vontade de poder de nós, o orgulho, de formas cruéis, que tive de rir com desdem de nós mesmos: um riso triste.
a escrita machuca e irrita, assim como a realidade.
a narrativa pesa, assim como a angustia de viver.
o personagem fez-me rir, assim como a nossa ignorância.

amei esse livro para um caralho.
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Pateta 23/06/2017

QUAL É A NOTA?
Do que trata mesmo o livro? Não há propriamente uma narrativa, não sabemos sequer o nome do narrador-protagonista. Será que é sobre a semelhança que existe entre a extrema vaidade e a extrema insegurança? Não sei. Não sei nem que nota dar ao livro, pois a grife Dostoiévski assombra qualquer resenha.
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Enigma Literário 04/06/2017

Baixo, não! Subsolo.
Subsolo é uma obra que: primeiramente, rasga as roupas. Depois, corta a carne. E, por fim, invade a alma, caminha livremente pelo verdadeiro ser.

A impressão é que o maior propósito de Dostoiévski é simplesmente: revelar, da maneira mais crua possivel, quem é o verdadeiro ser humano.

Deslumbrante!
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