Pássaro do paraíso

Pássaro do paraíso Joyce Carol Oates




Resenhas - Pássaro do Paraíso


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Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018

A Menina Má Da Literatura Norte-Americana
A cada outubro, o nome de Joyce Carol Oates ganha destaque na mídia com a proximidade da indicação do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. Considerada uma das maiores escritoras de língua inglesa em atividade, seu nome enobrece a lista de favoritos com direito a torcida de seus admiradores.

Decidida a conhecê-la, meu primeiro desafio esbarrou na dificuldade de escolher um livro. Extremamente prolífica e contando com mais de setenta títulos publicados, são inúmeras as indicações de leitura. Como não resisto a uma boa trama policial, acabei adquirindo "Pássaro do Paraíso" cujo fio condutor é um crime não resolvido.

Sem dúvida, fiz uma boa opção, a medida que o livro oferece uma pertinente perspectiva do estilo pós-moderno de Oates. Trafegando entre traição e vício, recendendo dor, saudade, e violência, a história é permeada de desespero e exibe personagens, que atingidas por uma tragédia, parecem ter perdido o direito à felicidade.

Ambientada na fictícia Sparta, condado de Nova York, o texto apresenta as consequências do brutal assassinato de Zoe Kruller, uma cantora que decide abandonar o marido e o filho, disposta a virar uma estrela em Las Vegas. Apesar da ausência de provas, o principal suspeito é seu amante, Eddie Diehl, que acaba perdendo a família, o emprego e o respeito, contudo, uma improvável paixão brota desses escombros.

Quem assume a primeira parte do livro é Krista, filha caçula de Eddie, que entrando na adolescência, ama incondicionalmente o pai e acredita em sua inocência mesmo sem entender a real dimensão dos fatos. Para ela, o verdadeiro culpado é Delray Kruller, marido de Zoe, e atrás de respostas, acaba desenvolvendo uma verdadeira obsessão pelo único filho do casal, Aaron, seguindo o jovem onde quer que ele esteja.

É ele quem assume a segunda parte. Mestiço de índio e quatro anos mais velho que Krista, trata-se de um "bad boy" que para defender o pai, não teme inventar um álibi para a polícia. Vítima de preconceito, ele é a imagem de um príncipe encantado que também sabe desempenhar o papel de vilão quando se sente acuado.

Com um desfecho comovente, "Pássaro do Paraíso" explora a relação entre destino e livre arbítrio. Afinal, uma pessoa pode escrever sua história sem cometer os erros de outras gerações? Por que os filhos devem carregar a culpa pelos erros dos pais?

Exigindo respostas difíceis, essa é uma leitura fascinante que deixa aflorar a genialidade de Oates, também conhecida como "a menina má da literatura norte-americana". Realmente, o Nobel lhe faria justiça.
Maria 14/07/2021minha estante
Que resenha perfeita!




Jéssica 31/03/2015

Uma boa história
Esse foi o primeiro livro que li da autora, e embora não tenha gostado muito de como ela desenvolveu a história, principalmente o final, é inegável o talento de escrita da autora, a modo como a narrativa se torna fluida.
O livro começa narrando a história a partir do povo de vista de Krista. Logo no começo, o pai da krista se torna um dos principais suspeitos de cometer o assassinato de Zoe, com quem ele tinha uma relação amorosa fora do casamento. A família de Krista é destruída, os pais se separam, e mesmo sabendo que o pai pode ser culpado, é difícil pra ela aceitar de forma razoável essa condição, pois a conexão que ela sente com o pai é muito forte.
Além de Krista, temos como um dos personagem principais, e que acaba narrando parte da história, o Aaron. Aaron é filho de Zoe, também é um personagem que vê sua família desmoronar ao longo da trama, e de alguma forma, a história de Aaron e de Krista se cruza no decorrer da narrativa.
O drama psicológico desenvolvido pela autora é muito bem descrito, ela consegue passar de forma enfática os sentimentos dos personagens, o que achei um dos melhores aspectos da história. Entretando, o final ficou a desejar e a resolução da trama acabou sendo contada de forma rápida, por isso minha avaliação de três estrelas.

Resenha Desafio Literário Skoob 2015
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Our Brave New Blog 09/03/2016

RESENHA PÁSSARO DO PARAÍSO - OUR BRAVE NEW BLOG
Pássaro do Paraíso veio até mim porque além de ficar caçando livros de premiados do Nobel por aí, eu também caço os “concorrentes” do prêmio, assim ficamos atualizados do que tem de bom na literatura por aí sem cair na armadilha de consultar listas de best-sellers. Acontece que nem assim a gente acerta nas escolhas 100%. Foi o caso do primeiro contato com a autora americana Joyce Carol Oates.

Pássaro do Paraíso conta a história das famílias Diehl e Kruller, que se veem envolvidos num turbilhão de merda quando Zoe Kruller é assassinada e os dois principais suspeitos são seu marido, Delray Kruller, e seu amante, Eddy Diehl. No meio desse fuzuê, acompanhamos na primeira parte a filha de Eddy, Krista Diehl, e na segunda parte o filho de Delray, Aaron Kruller, que passam a ter um relacionamento no meio desse caos todo.

Oates estrutura o texto de uma forma parecida com o nosso querido Machadão em Brás Cubas, capítulos curtos, tempo embaralhado, memórias de um personagem que está nos contando a história. O problema é que a escrita de Oates não me fisgou da forma como deveria...

RESENHA COMPLETA NO SITE!!


site: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/passaro-do-paraiso-por-joyce-carol-oates
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Joaquim 05/06/2016

Irretocável.
Dizem que esse livro não é a obra-prima da autora mas fico pensando o que mais ela pode nos oferecer uma vez que esse livro é irretocável do começo ao fim, ainda que o seu final tenha o anticlímax considerado por alguns leitores - eu particularmente não achei, pensando do ponto de vista de uma mulher escrevendo sobre uma personagem feminina; a construção de uma personagem forte (psicologicamente forte), ainda que ela seja retratada sempre como mirradinha, pequena, fácil de quebrar, ao pensar nisso o final faz todo sentido. E isso me faz querer colocar Joyce Carol Oates como uma das minhas autoras favoritas já na minha primeira leitura dela. E se essa não é a obra-prima dela, senhores, fico imaginando o que ainda há por vir.
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luan_dal 30/06/2021

não leiam a primeira página!! tem spoiler!!
É sempre uma aventura ler um livro da Joyce Carol Oates, porque eu nunca sei o que vou encontrar. Já li livros onde me apaixonei no começo e fiquei ainda mais apaixonado no final; já li livros que amei o começo e amei o final na mesma intensidade; já li livros que gostei do começo e não gostei do final; e livros que gostei do começo e depois foi decaindo e decaindo e decaindo e chegou no ponto que eu só queria terminar logo porque não aguentava mais.

E "Pássaro do Paraíso" é um dos que eu amei o começo, não gostei muito do meio e amei o final (mas não na mesma intensidade),

Logo na primeira página a gente fica sabendo da maior parte do que acontece até a página 270. E nas páginas iniciais seguintes, a gente descobre o que acontece até a página 400. E aí sobra 80 páginas de coisas novas.

O livro é dividido em três partes: a primeira narrada pela menina Krista, de 15 anos, e a segunda pelo garoto Aaron, um pouquinho mais velho. A vida de ambos vai ser mudada quando algo acontece com a mãe de Aaron e o pai de Krista - e que envolve o pai de Aaron e a mãe e irmão de Krista, e mais as pessoas fofoqueiras da cidade e outras pessoas não-fofoqueiras.

Essa é daquelas histórias que a gente acompanha a vida dos personagens por um certo tempo, e é praticamente e mesma história repetida duas vezes, cada uma com um ponto de vista.
Ela se agarra mais aos personagens do que nas ações, então se você não se interessar pelas pessoas, o livro será horrível (justamente por ter uns 3 acontecimentos principais e significativos visto de formas diferentes e que podem ser descobertos lendo a sinopse e a primeira página, e o resto não faz muita diferença, existe só pra dar mais dimensão aos personagens).

Não é um livro divisor de águas, pelo menos para mim, mas algumas discussões interessantes podem ser feitas, como por exemplo qual é o papel que o ambiente e a relação e posição sociais têm no desenvolvimento da personalidade de uma pessoa, ou o quão saudável/ético é noticiar, falar ou mostrar pessoas envolvidas em um crime (uma frase do livro: "Por que não fizeram um artigo sobre a família da vítima de assassinato, cujas feridas jamais poderão cicatrizar, sendo sempre reabertas por tais matérias"; assim parece meio vago, meio militante do twitter, mas a autora fala mais disso ao longo das quase 500 páginas).

"Pássaro do Paraíso" segue o molde de "Minha irmã, meu amor", da mesma autora, lançados em anos próximos, onde mostra a vida de uma ou mais famílias abaladas por um crime. Para mim, o "Minha irmã" se sai melhor, por ser mais cativante e menos cansativo, pois "Pássaro" tem muitas páginas em parágrafo único com falas ou pensamentos meio desconexos ou pouco interessantes.

Fiquei com medo da autora fazer certa coisa no final, porque eu não queria que isso acontecesse, mas aí tava chegando nas últimas páginas e isso tava acontecendo, e eu fiquei "Ai ai dor, não me faça isso!" e o final ela não fez e eu fiquei feliz. :)

e para não dizer que falei em gatinhos, gatilhos! : violência, abuso e homicídio contra mulher; negligência infantil; violência policial (assassinato e homicídio pela polícia); abuso de drogas e álcool.
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Joyce Maoli 01/04/2024

Gosto muito da forma como esse livro não me fez querer parar de lê-lo, em contra partida, gosto muito pouco em como a história é muito mastigada quando o livro poderia ser reduzindo quase na metade, adoro como termina, mas ainda senti falta de algo a mais. Toda minha leitura se baseou na espera do momento final, erro meu, já que durante a leitura pude perceber que não se tratava desse momento em específico, mesmo assim me senti pouco satisfeita. Durante toda a leitura, é como se eu tivesse começado um percurso e ao final eu não tivesse saído do lugar.
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