Kiki 21/04/2024
"Pátria para sempre passada, memória quase perdida"
Por meio das hipocrisias, manipulações e safadezas do Padre Amaro, dos outros membros da igreja e da alta sociedade, Eça de Queirós expõem o pior da sociedade portuguesa e do clero.
Apesar de ter gostado e me envolvido DEMAIS com a história, foi uma leitura muito arrastada. Em parte, por eu não ter o costume de ler clássicos e, também, justamente, por ser um clássico: tem uma linguagem bem diferenciada, o que, por vezes, torna a leitura cansativa e arrastada. Independente disso, amei a forma que Eça escreve e estou ansiosa para ler outras obras do autor!!
Ainda sobre "O crime do padre Amaro", podemos dizer que esse livro é puro suco do realismo e naturalismo, justamente por essa exposição das ausências de virtude da sociedade, mascaradas pela religião: Padre Amaro, Cônego Dias, todas as senhoras da casa de S. Joaneira, enfim, todos denotam particularidades egoístas, que se escondem na religião. Outra coisa que gostei também é esse erotismo, essa junção de sexualidade e igreja me lembrou muito Hilda Furacão e a forma que Eça coloca aqui é GENIAL. Eça, de fato, era um homem a frente de seu tempo e atemporal em suas palavras.
OBS (SPOILER): Tirando João Eduardo (nem tanto esse) Doutor Gouveia e o abade Ferrão, acho que ninguém desse livro presta kkkkkk