Maria Paula de Sá 06/03/2020Me irritou...Uma história um tanto previsível, ligeiramente enfadonha... Infelizmente excedi minhas expectativas por ser uma obra muito bem comentada, minha frustração proveio de minha ânsia em ler um mistério renomado. Acabei por, não odiar, mas acha-lo insuficiente. Resumiria como um daqueles livros para se ler sem muito entusiasmo, fico triste em pensar que fui uma das pouquíssimas pessoas que não se adaptaram com a história.
Camille, perto dos seus 30 anos, vive uma vida conturbada na grande Chicago como repórter de uma empresa jornalística relativamente pequena. Considerada uma mulher problemática, têm ocorrências com quase todas as pessoas que conhece, inclusive sua família, no qual contém um passado doloroso demais para se compartilhar numa roda de amigos.
Entretanto, mais uma vez, a vida mostra à ela que traumas antigos sempre retornam e tomam o controle das coisas caso você não se permita ser curado de tais feridas emocionais, e com isso, surge um imprevisto fatal em sua cidade natal onde houveram desaparecimentos de duas garotinhas, sendo uma delas encontrada morta e outra ainda desaparecida. Seu chefe, Curry, um homem que ela considera como um pai, propõe a ela cobrir esse caso, justificando que por ser um local remoto, a imprensa não atenderia aos chamados da cidadezinha de Wind Gap e eles seriam os únicos a relatarem os passos de um potencial serial killer, ainda mais com sua família morando lá, onde achava que ela seria bem recebida (só que não). Contrariada por ter que retornar ao seu tenebroso lar, Camille se instala em sua antiga casa, com sua mãe Adora, padrasto Alan e meia-irmã Amma, na mesma residência em que perdera seu grande amor, sua irmãzinha Marian que morrera muito jovem.
Enfrentando seus maiores medos, decepções e contradições, Camille se depara com o caos que a cidade se encontrava, deixando-se perturbar pelas opressões do presente e passado, afogando-se numa maré repleta atitudes incoerentes para com a situação. Senti muitas vezes que estava lendo o diário de uma mulher desequilibrada e doente (obviamente), que não conseguia se desprender das amarras das próprias ruínas. Tive oscilações em reconhecer a verdadeira idade e identidade da personagem, pois as vezes mais parecia uma adolescente sem rumo, o que me irritou um pouco por ter envolvimento com drogas ilícitas com pré-adolescentes. (QUERIDA, SE TOCA, CADÊ A RESPONSABILIDADE???) O fato é, pistolei legal em algumas partes.
Enfim, a narrativa é fácil de compreender e com certeza mais voltado para o drama familiar f*dido no qual estava vivendo novamente, talvez seja por isso a minha frustração... Deveria estar ciente do que se tratava o livro de certa forma, sem contar que é bastante previsível em muitas áreas, inclusive no que deveria ter sido um bom plot twist, não fez-me nem cócegas. Acredito que seja um bom livro, apenas não funcionou comigo. A autora é muito bem comentada e com certeza darei chances aos seus outros livros, uma hora vai, né?