Resenhas - Crime e Castigo

Zethun 10/09/2024

O maior crime dos humanos foi nascerem pobres
Meu primeiro contato com Dostoievski foi com essa obra maravilhosa que me encantou desde o primeiro capítulo. A forma como ele desenvolve o personagem principal, Raskolnikov e sua doença que serve como um ponto de vista filosófico sobre as questões humanas, psicológica e políticas de sua época. Mesmo que todos os outros personagem que apareçam na obra sejam muito interessantes, a obra ainda dar uma pequena estagnada da metade para o fim do livro, mas nada que atrapalhe a leitura ou a ótima história contada nele. Um livro excelente e altamente recomendo para todos que querem se iniciar em Dostoievski.

laviniax 10/09/2024

Pouco crime e muito castigo
Sinto muito mas história de homem louco não chega aos pés de história de mulher louca, eu me senti assistindo a um desses filmes do tipo taxi driver e clube da luta. do meio pro final uma barriga imensa recheada com grandes, maçantes porém interessantes reflexões sobre crimes e castigos. eu até compararia com angústia do graciliano ramos mas além de serem propostas diferentes, angústia é bem mais dilacerante e nesse aqui eu até ri em alguns momentos dos pensamentos do ródia. razumíkhin meu amoreco.

Dudalluca 09/09/2024

Uma leitura lenta, mas com cíticas atuais
Crime e Castigo é um livro que traz uma narrativa extremamente lenta, devido à forma como o autor tenta mostrar e desenvolver todos os sentimentos do personagem principal junto às demais histórias. Confesso que a escrita não funcionou para mim, pois em nenhum momento o livro realmente me prendeu. Contudo, é completamente compreensível a razão de ser considerado um clássico, pois ele consegue trazer críticas reais e atuais para o nosso tempo. Aborda temas como a pobreza e como o meio influencia o todo, além de discutir como os criminosos podem ou não ser julgados pelos seus crimes com base em sua motivação.

Particularmente, a crítica que mais mexeu comigo foi a respeito de como as pessoas julgam, criticam e discriminam por qualquer mísero motivo. Relacionado a isso, há também a crítica de como os indivíduos olham para as desgraças alheias e simplesmente não se importam ou até acham graça. Isso me lembrou outro livro com uma crítica semelhante, Suicidas, de Raphael Montes, que também explora como as pessoas gostam de ver a desgraça alheia e julgam sem ter um embasamento real, no entanto, com cenas bem mais pesadas do que em Crime e Castigo.

Nenhum personagem me cativou muito; na verdade, todos me irritaram de certa forma, mas vejo isso como um aspecto positivo, pois mostra que o autor realmente conseguiu expor tanto os lados bons quanto os ruins dos seres humanos. A única exceção foi Sônia, cuja história é extremamente delicada. Ela é uma personagem altruísta, que de certa forma se doou para que seus entes queridos pudessem ficar bem. Ela foi a única na história inteira que não fez algo "errado".

Devido à complexidade da elaboração da história e ao retrato detalhado do comportamento humano dos personagens, dou quatro estrelas ao livro, mesmo que a escrita em si não tenha sido fluida para mim. Por fim, recomendo este livro para leitores que apreciam uma análise profunda da condição humana e estão dispostos a enfrentar uma narrativa densa e lenta; é necessário ter paciência para compreender a história em seu todo.

legolas_ 09/09/2024

Livro incrivel, nao tem nenhum defeito no geral, eu só esperava um sofrimento maior e tals, to satisfeito em questão de qualidade!

Felipe.Brunhetti 08/09/2024

O castigo próprio é mais torturante do que feito por outrem.
Estou a bastante tempo buscando maneira de transcrever o que senti lendo esse livro.
Foi uma experiência interessante e única para mim, a primeiro momento senti algo que é verdadeiramente bem escrito mas por sua vez algo bastante lento e arrastado mas após a segunda parte por assim dizer compreendi.
O Dostoievski escreve de maneira lenta pois o tema em que ele escreve pede isso, explorar a psique do personagem tão complexo quanto o Raskólnikov pede algo forte e excêntrico e justamente esse estilo visceral exprimido por este senhor que faz os últimos capítulos tão catártico.
Não sabia que esse final me pegaria de desprevenido como foi só comecei a chorar mesmo sem ter motivo, não sei a explicação não sei meu sentimento foi algo tão agridoce que fiquei meio perdido em meus próprios sentimentos e pensamentos.

JH73 08/09/2024

Onde foi que eu li?
?Onde foi que eu li que um homem condenado à morte, uma hora antes de morre, fala ou pensa que, se fosse obrigado a viver em algum lugar elevado, num penhasco, e numa área muito estrita, onde só tivesse espaço para apoiar os pés, e em redor só houvesse abismos, o oceano, a escuridão eterna, a solidão eterna e uma tempestade eterna, e tivesse de ficar de pé, assim, seria melhor viver desse jeito do que morrer já! Bastava viver, viver, viver! Não importa como, mas apenas viver!?
(F. Dostoiévski)

Marcos.Samuel 08/09/2024

Incrível!!
Rapaz, que livro bom, tinha alta expectativa, mas me surpreendi, trama muito envolvente, todos os núcleos do livro se conectam de uma forma tão natural, muito bem construído, personagens maravilhosos, impossível descrever em palavras.
Amei, já no meio do livro tive vontade de reler, certamente o farei, acredito que seja um ótimo romance para começar literatura russa, apesar de ser muito grande, mais de 600 páginas, a leitura flui bem.
Ótima tradução, apesar de portuguesa.
Enfim, talvez o melhor livro que já li na vida, terei muito tempo pra refletir.

Lu F. 07/09/2024

?Viver para quê? Viver por viver? Mas ele sempre estivera pronto a jogar a vida por uma ideia, uma esperança, até por uma fantasia. Fizera sempre pouco caso da vida pura e simples; quis sempre mais alguma coisa.?

Um clássico existencialista! Não é segredo nenhum que eu adoro Dostóievski, mas acredito que o meu erro foi ter lido Crime e Castigo depois de ter lido Os Irmãos Karamazov.

Para mim, os Irmãos Karamazov é a obra-prima de Dostóievski, e não teve como não comparar com Crime e Castigo.

Resumindo, Crime e Castigo é muito bom, mas não é meu favorito de Dostóievski. Os Irmãos Karamazov continuam ocupando o topo dessa lista.

Mas é óbvio que esse é um livro maravilhoso e um clássico, vale MUITO a leitura!

David.Sousah 07/09/2024

Genial???
"Será que matar uma pessoa má em benefício de muitas outras pessoas boas seria justo?"
Esse foi meu primeiro contato com o Dostiévski e ele já entrou no top dos meus autores favoritos!
O início do livro é bem denso,mas depois que a história encaixou eu não parei de ler até saber o que iria acontecer ao jovem Raskólnicov(nem sei escrever kk)
Enfim...agora quero ler mais obras desse tal Dostiévski.

Bebelly 06/09/2024

Eu não costumo gostar de livros que falam sobre crimes, mas esse livro não é sobre um crime. Ou, pelo menos, não é isso o que mais importa. O autor nos transporta para dentro da mente de Raskolnikov e nos faz acompanhar os pensamentos mais sombrios desse personagem, nos faz acompanhar seu remorso e sua percepção sobre o mundo. Quando nos damos conta, estamos torcendo para que o criminoso da história se dê bem no final.

Durante toda a leitura, fui incapaz de considerar São Petesburgo como um pano de fundo da história. Dostoiévski deixa claro a todo momento o quanto aquele cenário importa. Ele chama nossa atenção para a miséria e como ela corrói a dignidade daquelas pessoas. Esse duro retrato da realidade é parte indispensável da narrativa.

O livro é também uma grande incursão para dentro das mentes dos personagens. Eu sentia que todo o pensamento por trás de uma ação era sempre mais importante do que a ação. Toda essa complexidade do livro que vai muito além da narrativa central foi o que mais me encantou na obra.

Por fim, há algumas coisas que me chamaram atenção como leitora do século XXI. Primeiramente, o destino das mulheres do livro é fortemente ditado pelas ações dos homens mais próximos delas, o que era terrível para elas, porém nunca questionado. Segundo, a súbita redenção por meio de um amor não me pareceu um caminho bem delineado ao longo da obra, considerando que essa relação não foi cultivada como deveria ao longo da trama. Acredito, entretanto, que esse era um caminho natural de redenção para os textos da época e, além disso, as atitudes grosseiras dos homens também não eram vistas como falta de amor e cuidado, como eu estou enxergando agora.

poteshermeticos 06/09/2024

"Esses indivíduos não são feitos dessa massa (...)"
SINOPSE: Rodion Raskólnikov, um ex-estudante universitário de São Petersburgo, está desesperado para melhorar sua situação financeira e a de sua família. Revoltado com essa condição social e moral, ele se torna cada vez mais obcecado por suas reflexões e teorias sobre "pessoas extraordinárias e pessoas ordinárias", e que, ?pessoas ordinárias? teriam o direito de transgredir a moralidade comum para alcançar um bem maior. Convencido dessa ideia, ele planeja o assassinato de alguém ?ordinário?, que vê também como um ?piolho? ou apenas um ?princípio?, e é forçado a conviver com uma luta interna sufocante enquanto lida com as consequências de seus atos.

RESENHA: Esse livro é um perfeito exemplo de como a literatura explora a condição humana. Foi a primeira obra de Dostoiévski que eu li, e fiquei surpreendida e muito satisfeita com a escrita do autor. Morria de medo de não entender nada, e imagino que muitos tenham esse receio também. Mas garanto: podem ler sem medo!

O crime, que não é exatamente um spoiler, já que está no título, ocorre no início no livro. Então, a maior parte da trama explora o castigo de Raskolnikov, em sua maior parte, um castigo mental e solitário. Quase fico maluca, e percebi que muitas pessoas também se sentiram agitadas, estressadas e sufocadas com esse ?castigo secreto? do protagonista. É uma obra bem legal de se trazer em discussões literárias, quero muito fazer isso logo, inclusive.

O livro abre muitas questões a serem discutidas, muitas mesmo. Será que o ser humano tem o direito de decidir sobre a vida de outra pessoa? Existem pessoas melhores que outras? Atos hediondos podem ser ignorados se resultarem em um ?bem maior? futuro? O leitor é apresentado a diversas perspectivas de diferentes personagens sobre a mesma situação, é muita informação, precisaria de, no mínimo, umas cinco páginas para falar sobre tudo o que admirei na obra. É realmente uma obra-prima. Recomendo muito que todos leiam.

?Esses indivíduos não são feitos dessa massa; O verdadeiro dominador, ao qual tudo é permitido, bombardeia Toulon, assola Paris, esquece o seu exército no Egito, aniquila meio milhão de soldados na retirada de Moscou e livra-se de dificuldades com um aforismo em Vilna; e, no entanto, depois de morto levantam-lhe estátuas... Ao que parece, tudo lhe era permitido. Não, esses seres, pelo visto, não são feitos de carne e osso, mas de bronze!"

Carla2362 06/09/2024

"são eles mesmos que se flagelam, porque possuem uma elevada moralidade; alguns prestam-se mutuamente esse serviço e outros açoitam-se por suas próprias mãos... além disso, impõem-se diversas penitências públicas... o que é belo e edificante, e em suma, o senhor não deve sentir a menor inquietação... É essa a regra."

Rodin explica que segundo sua teoria apenas homens superiores poderiam matar, pois esses seres extraordinários pulariam qualquer obstáculo, ao contrário dos homens inferiores que se torturariam com seu ato. A princípio Rodka se imagina na categoria dos homens extraordinários e superiores, sem saber que ao descrever aqueles que chama de reles, ele descreve a si mesmo.

Nanda 05/09/2024

O livro que mais demorei pra ler
Foram dois anos e meio nessa leitura! Foi muito desafiador pra mim! Abandonei várias vezes! Não é uma leitura fácil, tive muitas dificuldades com os nomes dos personagens que a cada hora apareciam de uma forma, demorei para compreender que x e y eram as mesmas pessoas! Confesso que em vários trechos fui ?passando? a leitura pra frente mesmo sem entender direito a cena, muitas vezes não entendia o porquê da existência de alguns núcleos do livro. Mas, queria muito ler esse clássico e valeu a pena toda a reflexão acerca do crime e do castigo rs. O epílogo foi a parte que mais gostei pelo modo da escrita ser mais fluida do que em todo o restante do livro e também pela redenção de Ródia! Jurei que nunca mais me envolveria com Dostoiévski, mas fiquei com vontade de ler Irmãos Karamazov. É isso! Terminei ??

Laura 05/09/2024

Profundo, poético e extraordinário!
"Aquele que tem sentimentos sofre reconhecendo o seu erro. É seu castigo, independentemente da prisão."

Essa foi a minha primeira experiência com a escrita de Dostoiévski e a literatura russa e eu afirmo com convicção que não sou mais a mesma pessoa que era antes de ler a primeira página. Senti que me envolvi completamente na trama, e mesmo quando não estava lendo, me pegava pensando sobre o livro e todo o seu enredo.

O dilema moral de Raskólnikov, o cubículo em que ele vivia, o amor incondicional de sua mãe e irmã, as questões sociais, o crime, o arrependimento, juntamente com o amor pela Sônia ? tudo isso me fascinou profundamente na obra.

Simplesmente Dostoiévski. Sem dúvida, é uma leitura que deixa marcas.

1010giulia 05/09/2024

Demorei muito pra terminar esse livro, mas vale a pena. Ele mostra a realidade de 1800 e pouco, mas continua sendo atual, o tal do poder de um clássico, intensidade e tragédias permeiam cada página dessa obra.

"A existencial somente era pouco, ele queria mais"
"Lágrimas e sofrimento - isso também era vida."