Iaiá Garcia

Iaiá Garcia Machado de Assis




Resenhas - Iaiá Garcia


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Keyty 26/01/2012

A potência do Machado de Assis "Romântico"
Embora Machado de Assis seja amplamente conhecido por seus livros de caráter realista, retratando com crueza as intemperes humanas, esta obra de sua fase "romântica" não deixa a desejar no quesito complexidade de pensamento. Ao retratar a história de Iaiá e Jorge, o estilo machadiano não deixa dúvidas que, mais do que uma história de amor, as almas tão profundas,dramáticas e surpreendentes ali retratadas são fragmentos bastante próximos da nossa existência dita "normal" ou "real". Este livro deixa evidente a plenitude de criação e análise do grande Machado de Assis ainda em meados de sua carreira literária e, sem sombra de dúvidas, marcou a minha história com as obras machadianas e com a literatura em geral.
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Anienne 11/12/2019

Iaiá Garcia
"Iaiá Garcia" foi o último livro da fase romântica de Machado de Assis. Após três anos, ele escreve "Memórias Póstumas de Braz Cubas".

A diferença é notável!

É como se estivesse lendo o Embrião do Gênio que estava para nascer. Esse livro ainda está bem distante de seus escritos geniais.

A história é morna. Os personagens principais muito certinhos, cheios de dedos e de melindres, marinados no chicote que aprisiona a Alma dentro de uma caixinha pequena e hermética, que cumpre o papel de adequá-la à sociedade exigente e hostil e aos sentimentos mesquinhos advindos disso.

Enfim, dá para vislumbrar um pouco do cinismo, da ironia e do sarcasmo próprios de Machado em alguns personagens coadjuvantes. Percebemos isso, sutilmente em Valéria, mãe de Jorge, "o mocinho" e, de forma mais marcante, em Procópio Dias.

Lindo de se ler a genial sutileza com que ele retrata o desejo solitário à mulher do próximo, envolvido numa certa inveja e canalhice próprias: "não sem lançar um olhar furtivo ao estribo onde Iaiá pousou o pé, cansado de valsar".

Ahh, confesso que senti falta das "lapadas" que Machado, elegante e gentilmente, dá no(a) leitor(a) . Senti saudade, leitora masoquista que sou, mas isso não tem preço e ninguém faz tão bem quanto ele, pelo menos, não conheço. kkkkkkkkkk

Sem dúvida, a frase mais machadiana, pessimista e impactante do livro foi: "(...)não há nada eterno nesse mundo; nada, nada. As mais profundas paixões morrem com o tempo."
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Daniel.Oliveira 09/07/2019

Edição sensacional!O livro possui um enredo simples e leve (assimila-se às vezes com obras de José de Alencar e Visconde de Taunay)
Mais uma obra da fase romântica machadiana,Lina(iaia)Garcia tem os sentimentos como foco,os personagens do romance são guiados pelos sentimentos.Gostei do enredo,e os personagens são bem explicados e a linguagem é didática,com notas para expressões difíceis,o livro tem algumas ilustrações que ajudam no entendimento e mantem parte do texto original,para quem faz faculdade ou vestibular isso ajuda muito,enfim,a edição é sensacional.Final não me surpreendeu,em todos os livros de Machado que li até agora,todos seguem o mesmo molde.
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Wagner 26/01/2019

DORES E CÓLERAS

(...) Há dores secas, como há cóleras mudas (...)

in: ASSIS, Machado de . Iaiá Garcia. São Paulo: Ática, 1977. pg 149.
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Wesley 21/02/2012

O inicio é bem massante, como todos os romances mais romantescos pra mim. Com o passar do livro eu fiquei esperando uma reviravolta tipica machadiana que não ocorreu, do meio em diante a narrativa vai ficando detalhista ao melhor estilo Machado de ser, os personagens antes apenas peças de um romance comum vão ganhando profundidade e se torna uma leitura altamente agradável, Não tem grandes momentos mas tem ótimos diálogos e reflexões tipicas do autor. Serviu para que eu confirmasse o apresso do autor pelo livro Macbeth de Shakespeare (é o segundo livro de machado que vejo uma citação a esse outro). Obrigatório pra quem gosta de literatura.
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Patrick.Tournier 16/09/2017

Genial
Muito bom, genial. Não sei se por ja conhecer as surpresas do machado ou se por que era obvio . Mas de uma certa parte pra frente , eu ja sabia qual seria o romance principal. Mas a forma com que tudo acontece me deixou preso na leitura. Muito top.
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Marcos5813 30/04/2017

O realismo sobre o caráter humano
Machado de Assis é, em minha singela opinião, o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Contemporâneo a realidade linguística de sua época mas de olhar que supera os limites do estilo linguístico, tem na obra de Iaiá Gracia, final de seu período mais romântico, ou menos realista, um estória que cunha através da narrativa têm seus personagem além que qualquer qualidade específica ou genérica e encarna com grande realismo as feições e atitudes humanas. Em Iaiá Garcia, além do romance da personagem principal, que deu nome ao título do livro, com Jorge, toda narrativa se encarrega de traçar os caráteres. Me lembro de uma frase de Sigmund Freud que dizia, "quando João fala de José, sei mais de João que de José". Esta prosódia marcada em todos os seus romances revela que quando Machado constrói uma personagem, fala mais da realidade da alma humana que da personagem em si, sob o beneplácito de as criar e dar a dimensão que propõem sua narrativa, com grandeza construtiva impar. É impressionante que na arte acabamos uma obra mal entendida. A intenção artística, seja literária ou outra qualquer é acabar aquilo que não entendemos e, ao mesmo tempo, deixar ao ar tudo aquilo que pensamos entender. Toda revisita ao passado, da vida ou de uma obra de arte que fazemos, com o passar dos tempos muda, a medida que nos, personagens da criação do mundo mudamos. Iaiá Gracia talvez não seja sua obra-prima aos crísticos literários, mas, novamente, em minha singela opinião é tão acabada como todas as outras. Em Machado, não há altos e baixos, mas o passar do tempo em sua concretude.
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Lina Angelica 04/03/2013

Leitura 1
De todos os livros que li de Machado de Assis, esse foi o que mais gostei. Sem muito do realismo que caracterizou a obra do autor.
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Viviane L. 06/04/2016

Jane Austen x Machado de Assis
O primeiro livro de Machado de Assis que eu li foi Memórias Póstumas de Brás Cubas na faculdade e me apaixonei. Depois eu ganhei um enorme livro e nele tinha alguns contos de Machado. Desde então eu tenho lido (tentado) tudo dele. Não sou especialista nas obras machadianas, mas posso dizer que gosto muito dele. Acontece que as suas obras mais conhecidas são o Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, e devido a má fama que esses livros têm de serem uma leitura difícil e cansativa, muitos não tiveram a chance de conhecer o outro lado de Machado de Assis. Um lado mais Jane Austen do que o que conhecemos pelo fundador do Realismo no Brasil.

...

Como meu primeiro contato com Machado de Assis foi com o seu livro mais introspectivo, tive uma grande e deliciosa surpresa quando descobri que seus livros na fase do Romantismo muito se comparavam a maior romancista de todos os tempos; Jane Austen. Então eu tenho me perguntado por que os livros de Machado não são tão populares quanto os de Jane aqui. Bem, acontece que eu tenho várias razões, mas não é um assunto para hoje. Hoje, minha intenção é fazer os leitores de Jane Austen verem que ler Machado de Assis é tão prazeroso quanto ela.



O coração humano é a região do inesperado.

Machado é mestre em descrever as pessoas, não apenas caracteristicamente falando, mas ele desvenda os personagens de fora para dentro, como se tivesse completo conhecimento de tudo sobre eles. Ele gosta de falar sobre as pessoas, assim como Jane em seus livros fala sobre as pessoas. Então nesse livro, logo de cara a gente conhece o interior de Luís Garcia; um pai solteiro e quarentão que há muito tempo perdera a esposa, taciturno e distraído. Um cara velho e chato, em outras palavras.

Essa mulher vale mais que seu destino, e a lei do coração é anterior e superior às outras leis.
Pg. 86

Bem, acontece que por Luís Garcia ser um grande amigo da família de Valéria, esposa do falecido desembargador e mãe de Jorge, Valéria o chama à sua casa para que ele aconselhasse o filho a desistir de uma paixão não apropriada. Valéria é uma mulher da idade de 48 anos, muito manipuladora e mesquinha (que vilãzinha nojenta!), que apadrinhou Estela, uma garota que não tinha onde cair morta, cujo relacionamento desvalorizava alguém com a posição social de seu filho. Só que Luis Garcia é muito na dele, e ele aceitou aconselhar Jorge mesmo não concordando com os ideais de Valéria. Então é claro que ele não conseguiu fazer a cabeça de Jorge, que tinha uma adoração e genuíno amor por Estela. Como não conseguiu o que queria, Valéria manipulou o filho a ir para a guerra a fim de ele esquecer a garota. Vendo que não conseguiu fazer com que nem os problemas da guerra Estela saísse da cabeça de Jorge, Valéria mexe seus pauzinhos e manipula Estela a achar que Luís Garcia era sua única segurança no mundo e os casam!

O destino decidiu por outro modo, como se quisesse contrastar cada um de seus favores fazendo-lhes sangrar o coração.


O problema de tudo era Estela. Quando Jorge a propôs em casamento e se declarou, ela não o aceitou mesmo gostando dele de volta, só porque sabia que Valéria não os aprovariam. O amor dele não bastava para ela, e Estela precisava da aprovação de alguém que jamais lhe daria o que queria. Então Estela recusou Jorge e aceitou Luís Garcia porque ela se convenceu de que ela era merecedora dele. Estela é muito orgulhosa e decidida sobre as coisas, e essa atitude dela dá vontade de entrar no livro e fazê-la ver o que está fazendo, mas dá pra entendê-la, apesar de tudo. Uma pessoa orgulhosa não admite ser apenas tolerado. Até porque, mesmo sendo uma jovem, Estela era um pouco sombria e fria, então era como se viver com um homem mais velho numa casa mediana e ganhar uma enteada fosse o suficiente pra sobreviver.

Parece que em geral os casamentos começam pelo amor e acabam pela estima; nós começamos pela estima; é muito mais seguro.


Bom, então quando Jorge volta da guerra, temos Jorge que ainda ama Estela e que o ama, mas que agora é casada com Luís Garcia. Porém, ela não dá indícios nenhum de que ama Jorge de volta, e igualmente é fria em relação a ele. Luís Garcia nunca soube quem era a mulher que Jorge amava e que o amava de volta, então Jorge visitava sua casa diariamente sem saber disso. Mas Iaiá, a filha de Luís Garcia, descobre o passado de Estela e Jorge, e coloca na sua cabeça que os dois ainda estão se encontrando mesmo Estela estando casada com seu pai. E então ela decide que irá fazer Jorge se apaixonar por ela a fim de ele esquecer Estela e para que seu pai nunca descubra sobre os dois.

Façamos as pazes.
Nunca estivemos em guerra, acho eu.
Talvez em vésperas de guerra.
Não por minha culpa.


Iaiá não suportava o Jorge, mas depois que ela descobre sobre ele e Estela, ela começa a mudar em relação a ele, e até Jorge percebe isso, e os dois começam a ficar próximos, até que chega um ponto que ela se apaixona por ele e ele por ela.

site: http://estilhacandolivros.blogspot.com.br/2016/04/resenha-iaia-garcia.html
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Cinti 09/02/2016

Amor frustrado por preconceito social
Uma história de amor frustrado pelos preconceitos da sociedade. Jorge não pode se casar com Estela por questões sociais e quando volta da guerra descobre que ela se casou com amigo dele. Esse amigo tem uma filha, Iaiá, que o adora acima de qualquer coisa na Terra e por isso ao desconfiar dos sentimentos de Jorge por Estela resolve armar uma maneira de impedi-los de ficar juntos, porém acaba presa na própria armadilha...


site: https://www.youtube.com/watch?v=xGRM6OovJ0U
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Mauricio186 17/01/2016

O Rio de Machado
Como em Helena, a principal virtude desse trabalho me pareceu a própria narrativa. A nova protagonista não é tão cativante quanto fora a anterior, mas no conjunto os personagens são muito interessante. Luís Garcia me parece a primeira personagem que nos lembra o próprio autor - hábito machadiano que se desenvolverá com o tempo. Além, disso, nesse romance a própria cidade começa a se revelar como a maior personagem machadiana de todas.
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Davi1488 12/09/2024

Uma aula de Romance
O Início instigante da maravilhosa obra machadiana, cheia de vocabulários e de detalhes. A obra cumpre tudo o que promete, iniciando do Pai de Iaiá, e resumindo sua vida tão bem, a maravilhosa obra de Machado é puramente literatura e é belíssima. A história nos traz não só a superfície, mas verdadeiramente a alma das personagens. Tendo um fim digno, porém, acredito eu não a altura de Machado. Dito isso, o primeiro livro machadiano que li, verdadeiramente o melhor livro de romance que li.
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