sizifu 19/10/2020
A Morte de Ivan Ilitch: A Novela Existencialista de Tolstói
Liev Nikoláievich Tolstói (1828?1910), ou simplesmente Liev Tolstói, foi um dos maiores escritores russos de todos os tempos, pertencendo ainda ao panteão do lado de grandes nomes como Fiódor Dostoiévski, Nikolai Gogól e Ivan Turguêniev. O autor foi muito conhecido por seus romances: Guerra e Paz (1869) e Anna Kariênina (1877).
Entretanto, foi uma de suas pequenas novelas que impressionou a sociedade russa da época, A Morte de Ivan Ilitch ? considerado uma de suas obras-primas junto ao seus grandes romances ? que foi publicado em 1886. No texto, Tolstói irá narrar a vida de um servidor público chamado Ivan Ilitch até seu derradeiro e melancólico final.
?A Morte de Ivan Ilitch descreve a percepção de uma vida farisaica, desprovida de sentido e de autorreflexão. Ivan Ilitch é um auto funcionário público da Rússia czarista do século XIX, tem um bom salário, boas posições e contatos, fez um casamento ligeiramente proveitoso, mas ao fim, acaba adoecendo e vê que sua vida em face da morte não tinha feito sentido algum.
O personagem pensa em tudo que deixou de fazer em sua vida, principalmente como havia vivido inercialmente desde então: muito mais com as projeções e escolhas de outrem, com base nas expectativas que outrem tinham em relação a ele, do que ele próprio nutria para si e por si mesmo?, descreve o escritor e professor, Flávio Ricardo Vassoler para A Pista. Flávio é doutor em Letras pela USP, e pós-doutor em Literatura Russa pela Northwestern University (EUA).
No período em que escreveu esta digníssima novela, o autor já havido abandonado a escrita e renunciado toda sua vida pregressa diante de uma crise pessoal para se tornar um pacifista cristão. Possivelmente, só teve a iniciativa de retornar a escrever após uma carta de seu conterrâneo, Ivan Turguêniev que, em seu leito de morte, escreveu a Tolstói:
?Faz muito tempo que não lhe escrevo porque tenho estado e estou, literalmente, em meu leito de morte. Na realidade, escrevo apenas para lhe dizer que me sinto muito feliz por ter sido seu contemporâneo, e também para expressar-lhe minha última e mais sincera súplica. Meu amigo, volte para a literatura!?.
Ainda não se sabe ao certo o quanto essa carta foi importante para o retorno de Tolstói à literatura, mas fato é que o autor publicou a aclamada novela pouco depois ? mais especificamente 3 anos após o falecimento de seu contemporâneo. O livro do autor contém muitas características biográficas e discute posições e pensamentos que o atormentavam na época.
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