Ibn.Al-Ahlam 24/05/2024
O suicídio como uma deficiência social
Este livro, na verdade, não se trata dos escritos do Marx, mas sim de excertos encontrados em seus documentos, chamado "Peuchet: vom Selbstmord", traduzidos para o alemão, assinado por ele. Trata-se de passagens dos escritos das memórias de Jacques Peuchet, um arquivista da polícia francês. Em seus textos, fará críticas e reflexões ante o suicídio, um assunto extremamente sensível e bastante complexo, até mesmo para a sua época, o que ele consegue fazer muito bem, refletindo sobre as condições impostas sobre a sociedade.
"O número anual dos suicídios, aquele que entre nós é tido como uma média normal e periódica, deve ser considerado um sintoma da o deficiente de nossa sociedade."
O corpo social nasce dentro de ideais corrompidos, ímpios. Neste âmbito, basta conceber-se na vida adulta, sem direitos garantidos nem voz perante a classe dominante, para, assim, diante das mazelas, a própria vida tornar-se uma das maiores desgraçadas existentes concebidas. Vale ressaltar que, apesar de existir a exploração econômica, sendo, sim, um motivo forte de desistência, o que fortalece mais ainda esta decisão é a indiferença, a desumanização da sociedade capitalista. Nos casos de suicídio citados, a grande maioria foi de mulheres, sendo vítimas do patriarcado, do machismo, vítimas de homens que as viam como um objeto de valor em sua coleção, como uma das suas propriedades privadas.
"O suicídio elimina a pior parte da dificuldade, o cadafalso ocupa-se com o resto."