Juliana 25/05/2013Mentecaptos Por Livros | www.mentecaptosporlivros.blogspot.comLi algumas resenhas realmente estelares sobre Unspoken, e decidi me arriscar. Arrependimento total; agora tenho looooongos meses a frente para sair a sequência, caramba.
Essa é a história de Kami, e de sua cidadezinha minúscula e cheia de tradições suspeitas situada na Inglaterra, a Sorry-in-the-Vale, e de como nossa heroína está super disposta a desvendar tudo o que está acontecendo por lá que os adultos insistem em omitir. E a garota é super animada; ela gerencia o jornal de sua escola, sonha em fazer carreira de jornalismo, e está no meio de tudo que é interessante que rola na cidade. Mas, ela tem uma característica muito peculiar para a idade dela.
Kami Glass tem um amigo imaginário.
Veja bem, ela nunca o viu. Não, ele é apenas uma voz em sua cabeça, que ela escuta desde criança. Alguém com quem ela divide tudo, conversa sobre tudo; eles são melhores amigos e sabem tudo um sobre o outro. Então, imaginem o choque da garota quando os Lynburn (a família fundadora de Sorry-in-the-Vale das quais as pessoas velhas da cidade mantém sua distância) voltam à Sorry e com eles trazem um garoto chamado Jared, que, surpresa surpresa, é o melhor amigo não-tão-imaginário-assim da Kami?
Aí a nossa história começa.
Preciso explicar para vocês o que tem de absolutamente diferente em Unspoken que o destaca dos outros livros YA. Uma breve lista:
1 - O draminha de escola não existe. Sabe, estilo "rainha abelha perfeita, linda e maravilhosa que persegue a protagonista introvertida e tímida"? Pois é. Unspoken não tem dessas porcarias toscas. Kami é ótima, cheia de defeitos e qualidades e sua escola é cheia de pessoas reais e não estereótipos ambulantes.
2 - Kami é muito digna. Se ela me passou raiva em certas partes do livro? Pfft, claro que sim. Mas isso é normal, é esperado, afinal, nós somos diferentes e discordamos em certas coisas. Mas cara, Kami sabe o que quer. Ela é decidida, forte, e ai coitado de quem tenta desviar ela de seus objetivos!
3 - Romance estúpido. Estilo, "hey sou um cara super hot, forte e capaz e isso me dá o direito de decidir o que é bom ou não para você, e isso envolve manter um relacionamento comigo que te põe em perigo ou, digamos, com quem você sai sábado a noite". Não, não tem disso. Kami não aceita isso; e não é forçado, entende? Não é como se ela tentasse ser durona e 'eu sou foda'. Não, ela simplesmente informa você que, com licença, esse é o século XXI e eu sou uma garota inteligente e independente e suas opiniões realmente não importam.
4 - Os personagens secundários tem vida própria. Eles não vivem em função de Kami, e tem opiniões e problemas pessoais que não tem nada a ver com a protagonista. Palmas para Sarah! Ultimamente é difícil encontrar um livro assim.
Ok, agora que vocês sabem dessas diferençazinhas básicas, vai aí uma pequena informação sobre mim: eu sou super, super indiferente aos casaizinhos/triângulos amorosos de, digamos, 80% dos livros YA por aí. E nem é por que eu sou chatíssima com isso! Acreditem, eu tento me envolver, mas nunca consigo. Sempre acho coisinhas irritantes no aspecto romântico do livro e acabo ignorando completamente os conflitos de relacionamento.
Putz grila, como esse livro me deu raiva! grrrrrrrrrrrrrrrrr @:
Foi tão, tão de surpresa! Realmente, um minuto eu estava lá, lendo a história e de repente já era. Estava completamente imersa no mundo de Sarah e desesperadamente torcendo pelo final feliz deles, já a meio caminho de total virar uma fangirl sem nem perceber que eu estava indo lá. E aí, a Sarah sendo a pessoa fria, ruim e maléfica que é arranca o meu coração fora. Foi sacanagem como aquilo doeu.
Sacanagem, estou te dizendo. Ainda mais quando você se importa tanto com os personagens, já que eles tem tanta vida. É uma droga, e a falta da minha indiferença já diz o suficiente da situação toda.
É óbvio aqui que eu estou sendo vaga a respeito do enredo; o livro é um mistério, e tem muita coisa que não dá para falar sem estragar a leitura. Entretanto, saibam que o plot não gira em volta de um romancezinho meloso, e que a mitologia apresentada no livro é suuuuuuper maneira! Tem uma certa parte, que envolve um poema sobre a família Lynburn, que wow wow wow, juro que sinto arrepios só de lembrar.
É mega sinistro, e um tanto heartbreaking.
Sarah soube fazer uma atmosfera meio mágica e meio aterrorizante, e tudo com uma prosa realmente bonita, e diálogos hilários! Você lê o livro sorrindo pra si mesmo, por que eu estou te dizendo cara, os personagens são muito engraçados, principalmente a Kami, aquela asiática linda.
O que eu não gostei do livro? Dane-se o que eu não gostei do livro! O resto estava tão bacana, a heroína estava tão fofa-linda-independente-inteligente que eu não to nem aí para as partes que deixaram a desejar.
Reumindo, se você é fã de YA paranormal, leia esse livro.