spoiler visualizarLovett (@bloglariteratura) 07/02/2013
Uma nova verdade para uma nova Marilyn.
Imagine Norma Jeane, não Marilyn Monroe. Linda, com um histórico familiar extremamente desagradável. Esqueça tudo que você acha que sabe sobre a vida pessoal dela, porque muitas mentiras foram contadas e distribuídas pela mídia (nada simpática) dos anos 50 e 60. Eu, que sempre me considerei uma fã convicta da atriz, me surpreendi em diversos parágrafos deste livro.
Ela teve três maridos e foi fiel do início ao fim dos casamentos. Claro que durante os períodos em que estava solteira, teve alguns namorados conhecidos (como Frank Sinatra) e outros nem tanto, mas jamais teve nada com com Robert (Bobby) Kennedy apesar do que disseram as más línguas da época.
Ela vivia em um círculo social elitizado e ficava muito bêbada com frequência devido a mistura do álcool com os vários remédios que tomou por toda a sua curta vida. Em uma dessas festas regadas a champagne, conheceu JFK. Este, que era famoso pela vadiagem com mulheres bonitas, tinha osteoporose e terríveis dores nas costas, o que limitava muito os movimentos que o presidente podia fazer ser sentir uma dor enorme. Além de outras doenças que carregava, JFK era um homem muito fraco fisicamente, o que não o qualificaria para amante de nenhuma mulher, quem dirá da belíssima e fogosa Marilyn Monroe? John era infiel à sua esposa sim, mas muitas das moças que estiveram em sua cama disseram que de quente ele não tinha nada, que tudo era muito rápido e que sempre saíam insatisfeitas dos encontros secretos com o "Mr. President". Marilyn e ele tiveram sim uma noite juntos, somente UMA noite. Descrita como "embaraçoso", este encontro custou a Monroe uma fama imerecida. Norma Jeane admirava tanto John quanto Robert pelas suas atividades políticas, e se esforçava muito para absorver todo o conhecimento que podia de seus encontros sociais com ambos os Kennedys. Anotava tudo que podia em uma caderneta, e nunca imaginaria que este bloco de papéis seria um fator tão decisivo em sua vida. Apesar de ser uma leitora árdua, tinha todas as falhas que uma mulher bonita como ela estava permitida a ter: sempre estava atrasada, gastava muito dinheiro (não só com ela, era extremamente generosa até mesmo com quem não merecia), detestava o fato de envelhecer e tinha diversos problemas tão enraizados em sua mente que nunca conseguiu superá-los.
Nunca teve um controle muito grande em nada durante sua vida, e o mesmo aconteceu em sua morte. Marilyn estava se consultando com dois médicos (um deles responsável por vários péssimos conselhos dados à atriz) ao mesmo tempo, e os próprios profissionais não sabiam da existência do outro.
Em seu último dia de vida, Marilyn havia tido péssimos momentos, havia discutido ferozmente com Robert Kennedy (por motivos que você só saberá se ler o livro) e estava particularmente estressada. Foi para seu quarto, colocou seu roupão, tomou seus remédios... e começou a se sentir mal. Ligou por ajuda mais de uma vez, mas a única pessoa que atendeu a ligação à tempo pensou que era somente mais um drama da mulher, que sempre tinha um desses pronto na manga. Desligou o telefone e disse que ligaria para ela no dia seguinte. Ela não teve um dia seguinte. Entrou em coma e logo todos os órgãos entraram em falência e, em menos de uma hora, a vida daquela pessoa tão meiga e cheia de amor havia chegado ao fim.
Ela sempre foi uma pessoa com um temperamento difícil, mas bondosa e amorosa com todos que passaram por sua vida. Morreu devendo muito dinheiro, com uma reputação indigna e nem quando à encontraram estirada no chão de seu quarto, foi tratada com respeito.
Este livro, além de ser uma leitura maravilhosamente agradável, contêm informações valiosíssimas pra quem sempre admirou a beleza de Marilyn Monroe. Depois de lê-lo, vai apreciá-la também pela sua delicada personalidade.