mpin 09/08/2018
Estreia cheia de gordurinhas extras
Thriller policial de estreia de Martin Cruz Smith sobre um triplo homicídio ocorrido durante os tempos de União Soviética, em Moscou. Primeiro livro da série Arkady Renko. Leitura bacana para os admiradores do gênero. Traz várias curiosidades sobre o funcionamento da sociedade daquele período e um investigador às voltas com várias pessoas sem saber em quem pode confiar, sua carreira em xeque devido às suas críticas ao partido comunista, e um casamento em crise. A ação demora um pouco a engrenar, e nos primeiros capítulos vários personagens são trazidos ao mesmo tempo, o que deixa a leitura confusa às vezes. Uma ressalva que eu faria: os capítulos poderiam ter mais notas de rodapé, elucidando alguns termos da cultura russa (em mais de 75% do livro lido, há apenas uma). Como a dacha. Tive de interromper a leitura para verificar na internet este termo. Pelo menos na edição que li, da Record, que comprei em sebo, estava assim.
Tive a sensação de que o encerramento de alguns capítulos não apresenta sequência com os capítulos seguintes, mas foi coisa isolada, conforme eu lia. Outra coisa interessante é a história botar um investigador soviético para trabalhar com um americano, e ressaltar as diferenças culturais decorrentes dessa parceria improvável. Outra observação que eu faria é que o livro ficou com gordurinhas extras. Por vezes a história fica confusa e alguns trechos parecem pouco relevantes ao desenrolar da trama. Em outras palavras, é uma história com várias curiosidades históricas e desdobramentos que vão prender o leitor até o final. Infelizmente, os últimos capítulos perdem fôlego e a história desacelera demais. Os personagens ficam completamente ao sabor do vilão e esta passividade vai irritando o leitor. Por causa disso, o final ficou um pouco anticlímax, depois de vários personagens com pouca relevância e eventos desnecessários, como o incêndio florestal. Os fãs de thriller policial vão encontrar tudo que gostam, com exceções.
site: http://michelborgesesc.blogspot.com/2018/08/parque-gorki.html