Daniela 23/10/2023
Fluxo de consciência
Ler Virginia Woolf, assim como ler Clarice Lispector, é uma experiência que envolve uma mistura de confusão. Devo confessar que esse tipo de escrita não me atrai particularmente. Em "Mrs. Dalloway", Woolf adota um estilo conhecido como fluxo de consciência, explorando os pensamentos de personagens com pontos de vista distintos. Isso faz com que os leitores, acostumados com as estruturas narrativas mais convencionais de começo, meio e fim, tenham que fazer um esforço inicial para se adaptar à escrita de Woolf e, assim, conseguir acompanhar todos os acontecimentos.
No entanto, isso é apenas um detalhe. Na minha perspectiva em relação ao livro, não sinto que a abordagem da escrita tenha sido o principal motivo para minha falta de apreço pela leitura. O que verdadeiramente não me agradou foi a história em si. Não consegui me conectar com os personagens, e muitos deles pareciam carentes de profundidade. Enquanto percebi que Dalloway era uma mulher com pensamentos profundos internamente, sua aparência externa me parecia esnobe e superficial. Além disso, alguns eventos intensos envolvendo outros personagens não pareciam contribuir significativamente para o enredo principal, deixando uma sensação de vazio e insignificância ao abordar esses elementos.
O livro se revelou monótono e excessivamente detalhado em assuntos que não tinham relevância para a trama. Contudo, devo mencionar que encontrei algumas frases e partes interessantes na obra. Portanto, não considero a leitura como algo em vão ou de que me arrependa, mas não é uma obra que eu recomendaria a todos.