Lucas 25/11/2012
Dune
Quando comecei a ler Dune, de Frank Herbert, vi uma citação de Arthur C. Clarke na contra capa que dizia que Dune é o Senhor dos Anéis do sci-fi, algo do tipo. Fiquei animado pra ler mas não deixei aquilo influenciar minha opinião sobre a história. Na leitura percebi que Clarke tem certa razão.
Dune é um livro profundo, baseado num planeta parte de um grande Império. Esse Império não é descrito e detalhado, a mitologia de plano de fundo é obscura, mas a realidade que o autor traz a Arrakis, o planeta chamado de Dune é incrível, visto principalmente no povo nativo, os Fremem. O livro é permeado do começo ao fim pelos costumes e cultura Fremem, que enriquecem extremamente o livro e dão ao planeta de areia uma verossimilhança incrível.
O personagem central, Paul Atreides, não é o herói clássico conforme descrito por Joseph Campbell, apesar de aparentemente seguir os passos básicos na jornada. Vê-se posteriormente que ele foi de certa forma "criado", mas isso de maneira alguma tira a grandiosidade do conto, ao contrário, a aumenta.
Os membros da sociedade Imperial também enriquecem a história, os soldados imperiais chamados Sardaukar, a CHOAM que explora a melange (especiária, que na verdade é uma droga viciante, que gera grande lucro ao Império), os contrabandistas, e os mais fascinantes, as Bene Gesserit e os Mentat. Para não me alongar não vou descrevê-los, mas como o livro foi lançado em 65 e vendo as capacidades e habilidas dos dois grupos não posso deixar de pensar que Gene Rodenberry se inspirou neles, e misturando ambos deu origem aos Vulcanos! T'Pau com certeza era inspirada numa Reverend Mother!
A família rival, os Harkonenns, achei mais envolvidos no esquema das coisas do que realmente maus no sentido clássico do bem contra o mau. No livro todos os personagens e facções são mais cinzas do que brancas ou pretas, o que também me agrada.
Em resumo, grande livro, realmente uma obra-prima do Sci-fi, e escrito por um autor que tem um estilo bastante sofisticado se comparado a outros do gênero, o que torna a experiência literária mais satisfatória!