Bianca 01/05/2012
Mais uma resenha do http://redomadecristal.com.br/blog/
E, se sentir que foi a decisão acertada, saiba ao menos isso: em algum lugar deste mundo há um homem que a ama, que entende o quão preciosa, inteligente e boa você é. Um homem que sempre a amou e que, por mais que tente evitar, desconfia que sempre a amará. pág. 226
Apenas o título. Não precisaria de mais nem um incentivo para ler A Última Carta de Amor, de Jojo Moyes. Quem me conhece sabe o quão romântica sou e o quanto amo esse tipo de literatura. Quando pego um livro, quero me emocionar, quero ser marcada pela leitura, quero ficar refletindo sobre o que li ao terminar, quero me encantar. E foi exatamente isso que este livro fez comigo.
A capa também é linda e a sinopse terminou por me conquistar e me fazer deixar tudo de lado ao receber essa obra.
Li em um dia e algumas horas. Não consegui parar. A promessa impressa na capa é a seguinte: Impossível de largar. Devia vir com uma advertência: vai fazer você chorar. Foi cumprida. Apesar da temática já conhecida, é completamente diferente de tudo que já li.
Minha missão agora é tentar transmitir a vocês tudo o que senti, tentar convencê-los todos a comprar agora mesmo um exemplar para que possam se deleitar como eu.
São duas histórias. Ou deveria dizer que é apenas uma história interligada pelo tempo?
Ellie vive no presente. É jornalista e, numa mudança no prédio do jornal, encontra uma carta de amor que a toca profundamente e faz com que questione como tem vivido. A mulher a quem a carta se endereça é Jennifer, mas Ellie ainda não sabe disso. Nós, leitores, sabemos porque a história começa a ser narrada no passado nesse ponto e conhecemos Jennifer no dia em que ela acorda de um acidente de carro, no hospital, em 1960. Ela perdeu a memória, não tem ideia do que aconteceu e não se lembra de boa parte de sua vida, inclusive que é casada. Acompanhamos o momento em que ela encontra uma carta de amor e, ainda sem memória, tenta recuperar o seu passado e a pessoa que ama. Paralelo a isso, também teremos a história de Jennifer e o autor das cartas de amor. Sabemos como se conheceram, como viveram e sofreremos com eles. Ouso dizer que é possível sentir cada dor e dilema que eles partilham.
Essas mudanças na narrativa não vêm datadas, com a exceção de uma ou duas. É pelos acontecimentos que saberemos em que época estamos. Isso pode parecer confuso à primeira vista, mas garanto que não é. Fica fácil identificar pela mudança na personalidade dos personagens, que são esféricos e evoluem conforme a leitura.
Este livro é um dos romances mais lindos que já tive a oportunidade de ler. Jennifer é uma mulher que vive numa época em que não é permitido a ela pensar, muito menos sentir e a vemos desmemoriada sentindo muito mais do que deve, querendo se encontrar e ciente de que lhe falta algo, ainda que ela não se lembre. Esse vazio é doloroso e incompartilhado. Ninguém a entenderia, ninguém poderia ajudá-la a não ser a pessoa de quem ela não se lembra e não faz ideia de quem é.
Goste dele, se precisar, meu amor, mas não o ame. Por favor, não o ame. pág. 99
Temos uma história de amor proibido que transborda pelas páginas e nos toca com essa paixão avassaladora. Acompanhamos os encontros e desencontros. Principalmente, vemos a vida se impondo e mostrando que, muitas vezes, querer e lutar para ficar juntos não é o suficiente. Lemos as cartas de B. e sentimos quando elas entram em nossa alma e permanecem lá, nos tocando, nos lembrando de viver enquanto há tempo.
- É que é tão difícil murmurou ela Eu achava que era feliz. Achava que a minha vida era boa. E aí você chegou e nada nada mais faz sentido. Tudo o que eu tinha planejado, casa, filhos, férias, eu não quero mais. Eu não consigo dormir, não consigo comer. Penso em você o tempo todo. Sei que não vou conseguir parar de pensar nisso. () Mas a ideia de realmente sair de casa fungou é como olhar para um abismo. pág. 152
Normalmente, me irrito um pouco com traição, como vocês saberão em uma resenha próxima, mas há casos e casos e neste é diferente. Em 1960, não era simples se divorciar. Você perdia tudo. Sofri com a insegurança de Jenny porque não era apenas deixar o marido para trás, era deixar tudo o que ela conhecia e sempre aprendeu como correto.
Ellie e Jennifer são mulheres de épocas e pensamentos distintos vivendo momentos diferentes e ao mesmo tempo semelhantes.
A maneira como a autora ligou passado e presente foi surpreendente. Jamais esperei por aquele final e o modo como o destino se encarregaria de finalizar a história.
A lição transmitida será guardada em meu coração para sempre. Amar é muito mais que ficar juntos. Aproveitei vicariamente (descubra na página 89). O livro inteiro está marcado com tags. Já quero começar a reler.
Super-Recomendo!
Mas de repente me dei conta, no meio daquela pequena cena de loucura que ter alguém que nos entenda, que nos deseje, que nos veja como uma versão melhorada de nós mesmos é o presente mais incrível. Mesmo que não estejamos juntos, saber que, para você, eu sou este homem é uma fonte de vida para mim.
Não sei ao certo como conquistei o direito. Não me sinto totalmente seguro desse direito mesmo agora. Mas a própria chance de pensar em seu rosto lindo, seu sorriso, e saber que alguma parte disso poderia me pertencer talvez seja a coisa mais importante que me aconteceu na vida. pág. 313
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