O culto do amador

O culto do amador Andrew Keen




Resenhas - O Culto do Amador


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pgcysneiros 22/11/2009

O Culto da Desinformação
Dois anos depois de publicado nos EUA, a tradução do livro de Keen chegou às livrarias brasileiras. Contém vários erros de informação no original, apesar de publicado por uma editora respeitável. Várias afirmações que ele faz desinformam mais do que informam, principalmente para o leitor brasileiro, pois a maior parte do que afirma interessa mais e faz sentido para um público dos EUA. Apesar das notas de rodapé da tradutora, muito que ele afirma não faz sentido para o Brasil.
O conceito dele de amador é raso e enganador.
Parece datado para quem vem acompanhando a literatura sobre internet e principalmente a web 2.0
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@Agulha3al 13/01/2010minha estante
Eu pensei em escrever um resenha... mudei de ideia depois de ler a sua e de outro autor.







@samegui 18/09/2009

Review do livro O culto ao amador
Quando pesquisei para escrever o post sobre a gravadora de LPs e o relançamento de discos clássicos lembrei muito de uma leitura instigante que fiz há pouco tempo. Trata-se do polêmico livro de Andrew Keen, O culto ao amador – como blogs, MySpace, Youtube e a pirataria digital estão destruindo nossa economia, cultura e valores, publicado pela Jorge Zahar Editor.

o_culto_do_amador-andrew-keen- livros sobre web redes sociaisNo capítulo 4, intitulado O dia em que a música morreu, ele relembra o fechamento da loja Tower Records (em São Francisco, Califórnia) e parte deste evento para vaticinar um futuro cruel para a música com o advento da mídia digital – e a consequente pirataria, a troca de arquivos tão facilitada que vivenciamos hoje em dia. Nesta hora eu pensei: quando foi mesmo a última vez que eu comprei um CD? Para mim eu não lembro, mas comprei CDs para meus filhos. No entanto, quase não foram usados, imediatamente foram “ripados” e passaram a ser ouvidos no i-pod, no home theater ou no som do carro, todos com interface USB e tocadores de MP3. Terá sentido manter esta indústria, continuar fabricando CDs para esta geração?

Eu sinto por eles. Nunca foram a uma loja de CD com L maiúsculo. Eu lembro que na Tower Records de Shibuya (em Tokyo) podia-se encontrar qualquer coisa e não raramente podíamos parar na calçada em frente à loja para ver lá shows incríveis. Mas meus filhos não viveram isso e não creio que viverão. Por outro lado, conhecem uma variedade muito maior de música do que eu conhecia em sua idade e este conteúdo está sempre ao seu alcance.

As reflexões parecem leves, mas quando comecei a ler minha sensação foi de um soco no estômago! Como blogueira e entusiasta das redes sociais senti que as palavras dele me feriam. Mas como profissional de comunicação que migrou sua carreira da imprensa para o jornalismo online eu entendi perfeitamente suas preocupações. Esta sensação, esta divisão interna me impactou profundamente e creio que este era o objetivo dos editores quando me convidaram a conhecer a obra.
A imagem é boa, mas no meio de vários blogs que a usaram, não consegui detectar o autor!

A imagem é boa, mas no meio de vários blogs que a usaram, não consegui detectar o autor!

Além de uma grande preocupação – que o levou a uma cruzada que eu me arrisco a achar quixotesca, porque é uma luta sem chances de vitória e contra um inimigo que se não é imaginário, é tão coletivo que não pode ser identificado -, Keen critica muito a ideia que está por trás dos sites de relacionamentos, usando como mote o slogan do Youtube: “broadcast yourself” (traduzido no livro por Transmita-se a si mesmo).

“À medida que a mídia convencional tradicional é substituída por uma imprensa personalizada, a internet torna-se um espelho de nós mesmos. Em vez de usá-la para buscar notícias, informação ou cultura, nós a usamos para SERMOS de fato a notícia, a informação e a cultura.”

Dentro da crítica do autor, as redes sociais (ele cita muito o MySpace, que nos EUA é popular como o Orkut aqui) são “santuários para o culto da autotransmissão” e “repositório de nossos desejos e identidades individuais”. Parece exagero, mas quando ele trata deste tema, ele tem certa razão. Se a mídia antiga está ameaçada de extinção, quem tomará seu lugar? (e aqui reflexões sobre o fim da exigência do diploma de jornalista no Brasil e questões como o sigilo das fontes nos vêm inevitavelmente à mente)

Diariamente eu recebo pedidos de novos blogueiros interessados em ingressar num dos projetos que eu coordeno e na triagem que faço eu noto que está se reduzindo o número de editores de blog têm noção da importância da ética quando à autoria dos textos, da responsabilidade que um escritor tem com seus leitores, da importância do relacionamento honesto e colaborativo com seus pares. Cheguei a receber uma proposta que garantia que seu conteúdo era perfeito para compor a rede de blogs femininos e, ao entrar no blog, percebi que tinha cópia integral e descarada de textos do portal que reúne os blogs – e claro, sem qualquer menção aos autores ou links para o site “referenciado”.
Imagem de Alessandra Oliveira

Imagem de Alessandra Oliveira

O futuro parece desolador. Para quem não sucumbir à depressão desta realidade mostrada por Keen no qual a música (quiçá boa parte da indústria do entretenimento) será “um atrativo gratuito para vender outras coisas” – porque com a pirataria digital, explica o autor, não há mais investimento das gravadoras e grandes estúdios em novos nomes e consequentemente a qualidade artística poderá decair -, há soluções.

Uma delas, que considero uma cruzada interessante (e apóio), mas na qual também noto “toques de Dom Quixote”, é a luta pela proteção aos direitos autorais. Neste ponto – defendido com detalhes históricos no capítulo O Dia em que a música morreu [lado B] – tive dúvidas imensas sobre a capacidade que nossa sociedade atual tem de criar diques que consigam resistir às tempestades da web 2.0 e às enchentes de novos usuários que não estão dispostos a pagar para ouvir música, ver filmes e seriados ou ler livros.

Fato é que não podemos mais olhar para o lado e fingir que não vemos esta realidade que está à nossa frente. É momento de pensar coletivamente como podemos “canalizar a revolução da web 2.0 de maneira construtiva, de modo que ela enriqueça ao invés de matar nossa economia, cultura e valores”. E neste ponto recomendo O culto ao amador como ponto de partida para uma reflexão profunda e colaborativa sobre o momento que vivemos.

[Parte desta discussão foi tema do Digital Age 2008 e na época fiz um post sobre a palestra do professor Lawrence Lessig, fundador e idealizador da Creative Commons.]

P.S. Devo deixar claro que por não ser estadunidense não concordo com parte do discurso de Keen, segundo o qual é preciso “reformar, não revolucionar, uma economia de informação e entretenimento que, ao longo dos últimos 200 anos, reforçou valores americanos e fez da nossa cultura a inveja do mundo”. Embora eu respeite e consuma cultura dos EUA, não consigo concordar – prefiro considerar que nossa cultura (a brasileira) é uma das que faz inveja ao mundo – mas este papo fica para outro post!

Vale ver o video
Andrew Keen conversa com Jorge Pontual
http://www.samshiraishi.com/andrew-keen-conversa-com-jorge-pontual/
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romuloc 05/08/2009

Boas críticas feitas por um amador

Um livro muito criticado, mas que DEVE ser lido por todos que se interessam pela web 2.0. Esse é um dos poucos livros que faz críticas severas ao fato de que agora todos se tornaram autores, especialistas, palpiteiros e participantes da rede. O lado bom todos nós sabemos e celebramos. Mas quais são os problemas e desafios de um mundo onde fica cada vez mais difícil distinguir o que é verdadeiro do que é falso, o palpite de um estudo aprofundado? Essa é a questão que o livro procura responder.

Infelizmente o próprio autor ainda é um amador na arte de escrever livros (é seu primeiro livro) e a forma como apresentou seus argumentos e críticas deu a entender que ele está defendendo todos os erros tão combatida da mídia tradicional. Mas trata-se apenas de uma forma pouco sofisticada de apresentar o problema. Só conclui isso depois de assistir a alguns vídeos dele no youtube onde explicou melhor suas opiniões.

O autor também peca por afirmações muito categóricas sobre os impactos da web 2.0 na cultura, nos valores e no comportamento social, sem fundamento muito precisos. Isso acaba enfraquecendo a força das suas observações.

Independente dessas falhas, se nos concentrarmos nas críticas feitas veremos o valor desse livro para este momento da web. O livro é cheio de exemplos e casos de como temos novos desafios trazidos pela facilidade de incluir conteúdo na internet.

No mínimo o livro é um alerta a todos para que se tornem mais críticos do que andam lendo, vendo e ouvindo na Internet. Nem tudo no wikipedia é verdade. Nem todos os perfis do orkut são verdadeiros e assim por diante. Parece óbvio, mas esquecer desses alertas pode ter sérias conseqüências.



update:

dois livros talvez devam ser lidos para complementar.

1. a grande mudança de Nicholas Carr. http://www.goodreads.com/book/show/6080315.A_Grande_Mudan_a


2. "YouTube: Online Video and Participatory Culture" - http://www.youtube.com/watch?v=k1ANT5L98SM
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@Agulha3al 13/01/2010

Eu realmente pensei em escreve um resenha...
Mas a minha comparada a do leitores pgcysneiros e samegui logo abaixo está sofrivel e não é minha intenção impor minha verborragia ao pobre leitor, acosenho ponderar sobre essas duas opiniões que estão mil vezes melhore e apesar da aparente contradições entre as duas resenhas, elas são ao meu ver, complementares!

Um forte abraço!
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João Ventura 29/10/2009

Bom, mas...
Bem, o autor do livro, Andrew Keen, é um cara raivoso. Nas páginas, ele simplesmente despeja toda sua raiva sobre a atual condição do mundo proporcionada pelas novas tecnologias. Lamenta a morte da indústria fonográfica e das lojas de CDS (eu também lamento, mas não fico me contorcendo de dor) e expõe todo o mal que sofremos ao nos colocarmos diante dessas novas tecnologias.

O lado legal do livro é que ele tem várias estatísticas legais. Talvez o fato de ele ser jornalista tenha ajudado no levantamento. Os números dão base aos textos de Keen.

O que achei ruim é que ele não realizou um estudo acadêmico sobre o assunto, o que limita as possibilidades de usá-lo em qualquer trabalho dessa natureza. Mas essa desvantagem é somente para um uso específico.

Enfim, já li, recomendo a leitura por curiosidade, nada mais.
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David V. 04/02/2011

Crítica a Web 2.0
Para os defensores da Web 2.0 o livro faz uma crítica a cultura de massa que é gerada pela livre publicação em blogs, wikis e outras ferramentas da Web 2.0, vale a leitura!.
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Renato Almeida 15/08/2021

Um bate-papo bastante franco e intimista sobre a Internet 2.0, em “O culto do amador”
Escrito por Andrew Keen, um dos pioneiros do Vale do Silício, “O culto do amador”, traz seu ponto de vista sobre a Web 2.0, suas preocupações em relação ao assunto, além de pesquisas que passam maior credibilidade aos pontos mencionados por ele no decorrer da obra.
Narrado em primeira pessoa, o livro faz com que o leitor se sinta em um bate-papo bastante franco e intimista com o autor. Afinal, Keen não se acanha em demonstrar seu posicionamento extremamente negativo sobre a Web 2.0. Mas, apesar disso, o autor explica que em 1990, foi um dos precursores na primeira corrida do ouro da internet, ao idealizar um mundo mais musical e criar o Audiocafe.com, um dos primeiros sites de música digital. Para isso, seduziu investidores e poderia ter ficado rico, porém acabou renunciando à condição de membro do culto do amador.
Ao ser apresentado a nova atualização da internet, a chamada Web 2.0, Andrew se viu rapidamente contrário a proposta exposta. Ele relaciona a nova internet ao teorema do macaco infinito de T.H. Huxley, um biólogo do século XIX, que afirma que se oferecemos máquinas de escrever para um número infinito de macacos, em algum momento, eles iriam acabar criando uma obra prima; só que nos dias de hoje, com a web 2.0, as máquinas de escrever são agora substituídas por computadores conectados em redes e que ao invés de criarem obras primas esses macacos estão criando uma floresta de mediocridade. Ou seja, a maior acessibilidade à internet e cultura de inteligência coletiva, como a Wikipédia, Youtube, Myspace, entre outros, estão acabando com o nosso senso crítico e nos fazendo consumidores de conteúdos de qualidade duvidosa, e consequentemente nos tornando criadores desses próprios conteúdos.
“O culto do amador” dispõe de inúmeros elementos reflexivos a respeito da quantidade ilimitada de conteúdos criados por amadores na internet. Menciona o peso que estes conteúdos trazem para a economia, cultura e valores, enfraquecendo a mídia tradicional e as instituições criativas. Também descreve a polêmica possibilidade de anonimato, que é um ambiente convidativo para pedófilos, por exemplo. Vai além, ao citar as possíveis soluções para canalizar a revolução da Web 2.0 de maneira construtiva, entre elas, a criação de sites que competem na melhoria e qualidade de conteúdo que circula na internet, diminuindo a presença de amadores na internet. Citizendium e Joost, são versões melhoradas do Wikipédia e YouTube, feitas e controladas por profissionais, e estão se popularizando na rede, pois oferecem conteúdo interativo e de alta qualidade.
A obra possui uma carga inquietante e polêmica. Exerce no leitor a sensação de estar em cima de um muro, sem saber qual partido tomar; em certos momentos concordando com boa parte do que é dito pelo autor, já em outros discordando completamente de sua visão tão negativa e extrema do uso atual da internet pela humanidade. O livro é indispensável para os que se interessam pela área de comunicação, crítica geral ou que apenas buscam compreender um pouco mais do mundo ambíguo da internet.
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