Lerica 24/05/2023
Raquel de Queiroz nos apresenta uma obra prima, através de suas páginas descreve os aperreios, as tristezas, as misérias e mazelas do sertão semi-árido do Nordeste.
A seca do quinze foi uma das maiores no Ceará, milhares de pessoas morreram de fome e sede, desassistidas pelas autoridades, sem assistência digna e ajuda competente, muitos padeceram pelos caminhos ou tiveram que deixar suas terras para serem explorados em outros estados.
Eu sempre penso que a seca é um fenômeno natural, mas as desgraças que ela causa, não. As autoridades devem fornecer toda e qualquer ajuda para as populações que padecem com esse mal, seja construção de açudes, barragens e demais meios de acumular água.
Enfim, esse livro acompanha a vida de pessoas humildes, que tiveram que abandonar filhos, abandonar suas casas e animais, abandonar tudo o que tinham para sobreviverem, seja nos campos de concentração, seja viajando para outro estado. Acompanhar a família que viu o filho morrer envenenado, a mãe que deixou seu filho quase morrendo para viajar a outro estado, os homens que não arredaram pé de perto de seus animas e muitas outras histórias que dão tristeza e agonia só de imaginar.
Através de sua escrita, em momento algum a autora romantiza a luta e sofrimento dos nordestinos e é isso que deve ser sempre lembrado!