Feliz Ano Novo

Feliz Ano Novo Rubem Fonseca




Resenhas - Feliz Ano Novo


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Felipe Roesler 03/02/2023

Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, 1975.
Rubem Fonseca é conhecido por sua linguagem crua e por vezes até seca. Na minha experiência (sendo este meu primeiro contato com o autor, fora uns textos para vestibular lá e acolá), domina a linguagem e expressa extamente o que deseja dizer, o que favorece a crueldade verbalizada e por vezes fomenta a imaginação de maneiras um tanto perturbadoras. É uma linguagem que o próprio autor define como "pornográfica".

Sobre os contos, destaca-se a representação das dificuldades da classe baixa do Rio de Janeiro, a hipocrisia das classes altas e a geral depravação que principiava a infectar todos os segmentos da sociedade vigente. Vale ressaltar que é uma obra de 1975 que, inclusive, foi retirada de circulação pelo governo militar por "ofender a moral e os bons costumes".

Algo que me chamou a atenção foi a imprevisibilidade dos enredos. Às vezes terminam de uma maneira tão diferente do começo que involuntariamente elogia-se o autor pura e simplesmente pela capacidade de relação de uma coisa com outra, de maneira coesa. Me lembra bastante de Nelson Rodrigues, especialmente os contos de "A Vida Como Ela É".

Por fim, vale a leitura, com sobreaviso de que alguns temas tratados podem perturbar alguns leitores.
Margô 11/03/2023minha estante
Olá Felipe! Li este romance em um período que tinha saído da Faculdade, era bem recente...e achei que o autor fez uma leitura daquela geração de forma muito fiel, escreve sem rodeios, e fisga o leitor pela narrativa nua e crua...(mais nua...rsss). E realmente aqui e acolá ele traz algumas características de Nelson Rodrigues!


Felipe Roesler 13/03/2023minha estante
Muito obrigado pelo comentário! Nada supera a voz de quem viveu a época do livro. Este livro não mudou, mas com certeza mudou-se a forma que a sociedade o vê. Imagino que não impacte tanto hoje quanto na época.


Margô 14/03/2023minha estante
??????




Flávia Pasqualin 06/11/2019

Sabe aquela coisa brutal que o autor simplesmente joga na sua cara e diz “Pronto! Digira isso!”? É exatamente essa a pegada dos contos de Rubens Fonseca. O livro foi censurado durante a ditadura devido ao seu teor violento, o que só fez aumentar minha curiosidade sobre ele. Gostei muito da narrativa. A maneira crua que ele entrega os fatos deixa a gente ate meio tonto rs. Simplesmente fantástico.
Carlos Patricio 03/12/2019minha estante
o conto do título é fantástico


Carlos Patricio 03/12/2019minha estante
recomendo "a vida como ela é", do nelson rodrigues. quase cem contos nesse estilo, visceral, todos ótimos.


Flávia Pasqualin 05/12/2019minha estante
Vlw pela dica! ;)




Rosa Santana 29/05/2012

FELIZ ANO NOVO, Rubem Fonseca, Companhia das Letras, 174 páginas

Publicado em 1975, depois de já ter vendido mais de trinta mil exemplares, "Feliz Ano Novo" foi proibido pela censura do governo ditatorial dos militares. O então ministro da justiça, Armando Falcão, declarou sobre o livro: "Li pouquíssima coisa, talvez uns seis palavrões, e isto bastou." Triste e hilário, paradoxalmente.

Hilário porque essa ação de tentar esconder a realidade brasileira se equivale a passar uma mão de cal para vedar as imperfeições de uma parede, como a Companhia das Letras já nos mostra na capa, com sua sempre cuidadosa atenção para com esse 'convite' que ela faz aos leitores! A cal não tem consistência para tanto. E nem a censura. Ainda bem!(?)

"Imperfeições" constantes nesse "Feliz Ano Novo": personagens como 'Pereba', sem dentes, vesgo, preto: pobres que partem para violentos assaltos e confrontos em 'retribuição' ao modo com que são tratados pelo sistema; ou como o jornalista desempregado que, para se firmar no jornal "Mulher", tem que inventar um nome para si, como se fêmea fosse, responder às cartas inventadas, de mulheres também "inventadas" (ah, as mãos de cal!); como os empresários responsáveis, com suas pastas cheias de contratos, representando o trabalho duro, mas que saem à noite para assassinar com seus carros, caros e importados, os incautos transeuntes; como Amadeu e Joaquim antigos amigos que se veem separados por bobas incompreensões e, ao tentarem se entender, se perdem nas impossibilidades preparadas pela vida... Enfim, personagens que, embaixo da mão de cal, persistem em existir apesar de tudo! Apesar da 'justiça'! Apesar dos ministros da justiça!!

E, no último conto, o autor explica muito bem o que pensa da literatura, via o narrador de "Intestino Grosso": ela, diferentemente do "dulce et utile", de Horácio (Venúsia, 8 de dezembro de 65 a.C. — Roma, 27 de novembro de 8 a.C.) deve descascar a mão de cal e mostrar as imperfeições que a hipocrisia política-social-religiosa tenta esconder. Em outro de seus livros, agora pela boca de José, no livro homônimo, Rubem explicita melhor, dizendo-nos que o escritor "precisa ter coragem de dizer o que é proibido de ser dito, coragem de dizer o que ninguém quer ouvir." (138)

E é isso o que Fonseca, com seus contos e personagens extremamente realistas, vivendo em um meio excenciamente urbano e violento faz: choca e até mesmo ofende o leitor com esse "Feliz Ano Novo", porque, ao nos desejar, já na capa e com o primeiro conto, um "Feliz Ano Novo", como em um reveillon, RF como que nos convida a uma auspiciosa e feliz leitura. Um dos seus irônicos truques! O que se configura é um ano novo triste, porque repete as agruras, as deformidades, os desajustes do velho, ad infinitun.

Porque os ministros não o leem; porque não leem Carlos Drummond de Andrade e, assim, não sabem dessa que é a tarefa de todos nós, prescrita na "Receita de Ano Novo":

"Para você ganhar um ano novo
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
não precisa (...) parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo."
(Carlos Drummond de Andrade, in: Discurso de Primavera)
Mariana Martins 11/06/2012minha estante
Rosa queridaaa! Adorei essa resenha e a prova disso é que fiquei com muita vontade de ler o livro! =D
Gosto muito da imagem da cal que ao mesmo tempo que é usada para cobrir a superfície (com o seu branco reluzente) também corrói a carne, queima...
Assim que ler "Feliz Ano Novo" deixo minhas considerações por aqui!!!
Mil Beijos!
Mari Martins. =)


Rosa Santana 13/06/2012minha estante
Mari, o livro, como já disse, é ótimo. Nada de romantismos, de finais felizes, porque a realidade também é, muitas vezes, trágica, não é? Ácido, como a cal, corrói-nos, mesmo. Mas é aquela sacudida da qual precisamos. E com arte!!!


Mariana Martins 13/06/2012minha estante
é disso mesmo que eu gosto Rositaaaa!!! Como disse a imagem da cal é sempre ótimaaaa!!!




Bruno Oliveira 06/05/2023

O SUSTO EM LER UM LIVRO DOS ANOS 70 DO SÉCULO XX QUE MAIS PARECE UM DOS ANOS 20 DO SÉCULO XXI
Há quem diga, por aí (ainda), que este Feliz ano novo, de Rubem Fonseca é um livro violento, pornográfico, amoral e cheio de palavras chulas, de baixo calão e tal. Contudo, esses que se concentram só nesses pontos, já perderam de vista o verdadeiro embate, combate que está lá descaradamente, despudoradamente exposto no livro: a guerra entre classes!! Rubem Fonseca é mestre no conto, na narrativa curta, por isso, é impossível ficar indiferente a esses personagens que nos são apresentados em seus contos: todos ali são miseráveis, condenados e sofrem com o pior do ser humano, sejam eles mais pobres, sejam eles mais abastados financeiramente; ninguém ali se salva!! Feliz ano novo é um baita livro! AINDA muito atual, e, justamente por isso, não é lá muito bom não... O livro é de 1975, poxa!! A sociedade brasileira não evoluiu, não?! Regredimos??
Derso 09/05/2023minha estante
Os melhores livros continuam fortes mesmo com a passagem do tempo.


Bruno Oliveira 10/05/2023minha estante
Sem dúvida, amigo Derso! Eles podem até amarelar, esfarelar, mas sempre nos atingem em cheio.




joaoggur 23/01/2024

Pra você também, Rubem.
A oscilação é inevitável em livros de contos; o desenvolvimento rápido pode ser apoteotico ou decepcionante. Creio que Rubem furara esta bolha; cada conto mostra a brutalidade típica do autor, trazendo emoções diversas a quem lê.

No conto homônimo ao título temos uma degustação da violência urbana típica do autor, que é um tapa na cara nos leitores despretensiosos; já em ?Abril, Rio, 1970? temos um homem supérfluo diante uma crise existencial; tal como em ?Botando para quebrar?, onde o autor abusa do estilo coloquial, que lembrou-me a literatura de Bukowski; e creio que ?Corações Solitários? possui um final difícil de esquecer. Um destaque maior para ?Intestino Grosso?, onde um dos personagens é um retrato mordaz do próprio autor.

Rubem não precisa inovar para criar boas histórias; consegue mesclar seu estilo (marcado pela crueldade, a brutalidade, exacerbando a violência urbana) com habilidade estilica. Vale muito a pena.
Alê | @alexandrejjr 23/02/2024minha estante
Esse é um dos três incontornáveis livros de contos nacionais ao lado de "Antes do baile verde" da Lygia Fagundes Telles e "O voo da madrugada" do Sérgio Sant'Anna.


joaoggur 23/02/2024minha estante
@Alê, - o Brasil, realmente, é uma fábrica não só de grandes escritores, mas de exímios contistas. Pego-me pensando que se Lygia Fagundes Telles ou Caio Fernando Abreu (dentre tantos outros escritores nacionais) fossem anglófonos, seriam internacionalmente reverenciados.




h4gatha 01/03/2022

feliz? meu filho, eu moro no brasil
Em geral é um livro mediano, PORÉM individualmente tem muitos altos e baixos, com a característica violência e morais duvidosas do Rubem Fonseca, uma leitura ótima pra se fazer antes de ir dormir e ter insônia

Dando destaque pra "Corações Solitários" que foi um dos melhores contos que eu já li, simplesmente genial
Leo 16/02/2024minha estante
Pô, h4gatha, é provavelmente o melhor livro de contos de um dos maiores contistas do Brasil.
Como assim, mediano?
Qual seria um livro de contos 5 estrelas pra você?




:) jubs 09/09/2022

É legalzinho até mas eu não gostei mt da maioria dos contos, achei q poderia ser melhor. A escrita tmb é um pouco confusa
Leo 16/02/2024minha estante
Feliz ano novo, "legalzinho" e "confuso".
E é isso.
Então tá bom então.




Holly 13/01/2021

Sobre realidade nua e crua
A melhor parte de ler escritores brasileiros é poder se reconhecer nas histórias, ainda mais quando é escrito por alguém sem filtros. Comecei 2021 com ?Feliz Ano Novo?, meu primeiro Rubem Fonseca, que já me marcou pra sempre. Inesquecível.
Alê | @alexandrejjr 01/02/2021minha estante
Muito bom, né? Li na escola, nos anos finais do ensino médio e tenho ele até hoje na minha estante, guardo com certo carinho.




dudubelleboni 21/06/2023

Meio violento, mas faz parte
Preguiça, só quero as corujinha então escreverei para dar um numero mínimo de palavras que o negócio pede mas recomendo que tu leia
Nicole1123 12/07/2023minha estante
kkkkkkkkk O melhor livro BRASILEIRO que já li na vida. MUITO DIVERTIDO. Rubem Fonseca era (é) um gênio. Ele misturava ficção policial, crimes, dramas da vida real, a vida nua e crua como ela é, a realidade, erotismo, etc. O linguajar do autor é PERFEITO!! MORRI DE RIR. Só quem não gosta do AUTOR e dessa OBRA-PRIMA intitulada "Feliz Ano Novo", são os "caretas", os "politicamente corretos". E quanto a "esses", eu quero que "esses" se FOD-M !!! kkkkkk Povo metido a besta!




Myilena 27/09/2011

Ótimo livro para se trabalhar em sala de aula :3
Leo_Farias01 16/01/2013minha estante
Quando eu estava no Ensino médio meu professor de literatura trabalhou ele rsrsrsrs




Peleteiro 29/10/2015

Um livro de altos e baixos
Confesso que achei alguns dos contos "água com açúcar", como o primeiro. Porém, também adorei alguns, como "corações solitários" e "o pedido".
Mas, o que dizer do conto "intestino grosso"? Nossa, apenas com esse conto esse livro já deveria ser posto entre as dez maiores obras da literatura Baiana. Que genialidade!!! Uma grande crítica.
Um livro que se encerra com chave de ouro.
Ju Furtado 21/02/2016minha estante
Perfeito! O conto "Intestino Grosso" já vale o livro inteiro mesmo!! Percebeu também a atualidade do conto, se considerarmos que o livro foi lançado em 1975? Genial, simplesmente genial!




Lú Grimm 01/05/2009

O melhor!
Sempre indico para os meus alunos como sendo um dos melhores livros Acredito ser uma ótima maneira de começar a conhecer o universo de Rubem Fonseca.
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Evilanne 06/06/2010

O conto "Feliz ano novo"
Na verdade só pra constar que eu apenas li o conto que deu nome a esse livro. Gostei, retrata muito bem a realidade da sociedade, começando pela própria linguagem usada. Arrancou-me risos e certos "arghs" diante de umas situações descritas. Queria ter lido os outros contos, porém não encontrei o livro completo, nem em livrarias e nem na internet. Quem sabe um dia eu encontre e complete minha leitura. Voltarei aqui e explanarei minha opinião.
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Mercurio2 17/11/2024

Chocante.
Peguei esse livro na escola para um trabalho e eu simplesmente amei. Essa experiência foi legal pois eu nunca leria ele se não fosse pelo trabalho.

Enfim, o conto é cheia de história TENEBROSAS de chocantes. A cada conto, você não sabe o que esperar, mas ao mesmo tempo, você sabe que algo moralmente errado vai acontecer.

Enfim, feliz ano novo é um livro maravilhoso.
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Iris Figueiredo 27/09/2011

Mais resenhas em: www.literalmentefalando.com.br
Um dos grandes nomes da literatura brasileira, Rubem Fonseca é autor de Feliz Ano Novo, uma coletânea de contos ideal para quem quer começar a ler livros do autor. O livro foi proibido de circular em 1975, porque o governo considerou-o como "contrário à moral e bons costumes".
O gênero dominante no livro é policial, só que há algo diferente na forma como ele constrói. Enquanto na maioria dos livros policiais focam em investigação e nos motivos que levaram ao crime ser cometido, nos contos do autor os crimes são cometidos em grande parte por prazer - os motivos só são vislumbrados em segunda observação.
Rubem Fonseca foi delegado de polícia e escritor, e sua profissão reflete diretamente nas histórias, já que há contos sobre escrita e muitos outros que provavelmente vieram de coisas que ele ouvia e observava em seu trabalho.
A narrativa crua do autor pode assustar em muitas partes. O conto que dá título ao livro me lembrou muito o estilo de escrita de Jorge Amado. Acho que de certa forma, os dois contemplam o mesmo "público" em suas análises do comportamento humano, transportando para a ficção - só que no caso de Fonseca, esse "público" é carioca.
Meus contos preferidos foram "Passeio Noturno" e "Corações Solitários". Apesar de vários contos diferentes, o livro é bem amarrado e certos estereótipos são identificados em toda coletânea. O problema de algumas coletâneas é que o "início, meio e fim" se perde, mas parece que tudo caminha para um ponto comum. Depois desse livro, quero ler alguns romances do autor.
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