O Livro das Ilusões

O Livro das Ilusões Paul Auster




Resenhas - O Livro das Ilusões


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jota 20/07/2013

Cinema e literatura: realidade e ilusão
Estas são minhas impressões sobre o livro de Paul Auster. Se espera uma resenha crítica, melhor parar de ler por aqui. Paul Auster é um autor sobejamente conhecido por seus ótimos livros e pela clareza com que escreve, dispensando, portanto, comentários mais aprofundados sobre suas obras, etc.

Isso posto, tenho a dizer que O Livro das Ilusões entrelaça as histórias de duas vidas, a de Hector Mann e a de David Zimmer. Mas no início parece que é apenas sobre um comediante fictício do cinema mudo (Mann), que todos acreditam estar morto desde 1929.

Zimmer, o narrador, em certo momento crucial de sua vida - para deixar o passado um pouco de lado, sair do estado deprimente em que se encontra – a partir de uma notícia pouco relevante, passa a se interessar pelos filmes de Mann e após ver todas as suas comédias mudas resolve escrever um livro sobre elas. Isso na década de 1980, cerca de cinquenta anos depois que Mann encerrou misteriosamente sua carreira.

As histórias desses dois homens vão caminhando quase sempre lado a lado e um dia irão se encontrar em Tierra del Sueño (atenção para o nome do lugar, no Novo México). Enquanto nos divertimos com o resumo que Zimmer faz de uma primorosa comédia de Mann, Mr. Nobody, ficamos sabendo da perda avassaladora que o narrador sofreu poucos anos antes com a morte da mulher e de seus dois filhinhos num acidente – comovente ao ponto de fazer jorrar água das pedras. E de impedi-lo, por anos, de entrar num avião.

Encerrado o livro sobre Hector Mann, Zimmer aceita o convite de um colega acadêmico para traduzir, do francês, Memórias do Túmulo, a autobiografia de Chateaubriand; quer emendar um trabalho em outro, manter-se ocupado e esquecer sua tragédia pessoal.

Mas aí, quando já está bem além da metade do trabalho e aguarda os comentários sobre seu livro acerca de Hector Mann, recebe uma carta misteriosa. Uma mulher, que assina Sra. Hector Mann, lhe escreve que o marido apreciou seu livro e quer conhecê-lo. Mas Mann não estava morto? Seria uma carta falsa, uma brincadeira, um trote?

A partir daí ficamos literalmente grudados no livro com o acaso e a surpresa interferindo e mudando o rumo da história, sempre dando suas caras e cartas, como invariavelmente costuma ocorrer nos livros de Paul Auster, para nosso prazer maior, claro.

Escrevendo sobre David Zimmer, Hector Mann e outros personagens que incorpora à história, Auster, prende nossa atenção a cada página que lemos. E nos atira num universo, de crime, sexo e mentira. Onde pessoas reais (comediantes, filósofos, políticos, etc.) e personagens tomam parte num jogo onde não se sabe bem o que é real e o que é ilusão.

Perto do final somos novamente brindados com as anotações de Zimmer sobre um filme que Mann teria realizado, The Inner Life of Martin Frost, que junto com aquele outro, Mr. Nobody, revelam todo o talento e a inventividade de Paul Auster também para contar histórias curtas. Essas duas já valeriam pela leitura do livro todo.

Lido entre 13 e 20/07/2013.
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Fabio Ferret 09/04/2021

Sinceridade
Olha, eu não lembro mais da história pois já o li faz bastante tempo, mas acredite...Paul Auster merece cada fôlego seu com esta obra. Será um livro que terei o prazer de relê-lo.
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Arthur B. Senra 13/06/2021

Uma escrita cinematográfica que nos envolve nas histórias e nos "filmes" existentes nesse livro. Uma ótima leitura sobre mortes e renascimentos na vida.
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Leo 04/03/2012

Não é policial...
...mas gostei muito da maneira do autor contar uma estória bem original, com muito suspense. Trata-se da busca do protagonista por informações sob sobre um personagem que ele acredita já tenha morrido. O autor consegue seduzir o leitor ao longo do andamento da leitura.
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Brunov 11/03/2017

Devorado
Auster tem uma técnica muito boa e, nessa obra, se utiliza de bastante justaposição, ironia, nominalismo e simbologia própria.

Constantes simetrias de diferentes formas nas suas diversas camadas. Contrapontos nos textos tornando as reviravoltas mais suaves. Diversas passagens em que tece o paradigma mediante o qual a trama se desenrola consistentemente, tais como:

"Momentos depois estava cheio de dúvidas e mais um pouco depois duvidava das dúvidas. Pensar numa coisa significava pensar no seu oposto, e logo que esse segundo pensamento destruía o primeiro, um terceiro vinha para demolir o segundo." (p.10)

Seu final me entristeceu - acho que tem bastante a minha cara.
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Lah 16/01/2013

Sanha: Últimos minutos
Para quem gosta de cinema, literatura estrangeira, novos conhecimentos, drama, romance, suspense este é o livro.
Contado de uma forma espetacular que te leva em cada página principalmente depois do meio (você não consegue parar). Você torce muito para David (personagem principal), mas no final...

Um livro que me causou muita raiva, mas que é completamente compreensível. Aliás se o conto acabou "Claire" também tem que morrer.
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Luiz Miranda 30/05/2020

Muitos erros, poucos acertos
Só li até o fim porque é um Paul Auster, autor do sensacional A Trilogia de Nova York, se fosse de um Zé qualquer já era...Começo com os poucos elogios possíveis: ele escreve bem, de forma clara; apresenta rapidamente personagem/trama inicial e até desperta certa curiosidade pelo que vem a seguir.

E o que vem a seguir é quase um desastre total. O Livro das Ilusões trata basicamente da trajetória de um professor traumatizado, David, e de um astro de cinema desaparecido, Hector, ambos personagens pra lá de enfadonhos que o escritor supõe ser a coisa mais interessante do mundo.

Acontece pouco nas mais de 300 páginas da obra, e são acontecimentos dignos das piores novelas mexicanas. Uma inacreditável sucessão de decisões literárias ruins e incoerentes. O alçapão no fundo do poço surge quando Auster entra numas de contar em detalhes vários curta-metragens do tal Hector, um exercício narrativo tedioso.

Um livro errado do início ao fim. Depois desse, Paul Auster foi lá pro fim da fila.

2 estrelas
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Laninha 19/12/2022

Vidas e histórias cruzadas
Paul Auster cria aqui um universo de personagens, histórias, sentimentos e ainda une literatura com cinema. Ele facilmente poderia extrair uma dessas pequenas histórias que apresentou no livro e criar outro livro sobre elas, de tão interessantes que são.

"O livro das ilusões" não me emocionou em nenhum momento, mas fiquei intrigada e não teve uma parte sequer que me entediou. E, nas últimas páginas, percebi que criei um certo vínculo com os personagens. A vida de Alma, as suas inseguranças com a marca em seu rosto, são partes do livro que nem estão ligadas com a trama central, mas há um grande empenho por parte do autor no desenvolvimento desses detalhes, e isso que me prendeu.

Cada vez mais ele adentrava na história de Hector e de David, cruzando vidas completamente diferentes, mas sempre escrevendo de modo que tudo fizesse sentido. É de se admirar, a escrita de Paul Auster me prendeu muito, certamente vou buscar outros livros dele.

E as reviravoltas desse livro perduraram até o final, simplesmente genial. Na verdade, até mesmo o final indica que a história é infinita e Hector, David, Alma, todos estarão vivos para sempre, de certa forma.
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João 19/05/2024

Ok
minimamente MÓRBIDA a coincidência de estar lendo um livro e o autor MORRER justamente no meio da leitura. mas também meio que A CARA dele?
enfim. obrigado Paul Auster. descanse em paz.
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Ana Bellot 31/08/2024

Ciclo
O qie foi isso???? Um dos MELHORES livros que já li. Pense em 'Vertigo' só que literário. A ideia do eterno retorno, os mesmos erros e acertos. Meu! QUE LIVRAÇO!!!!!!
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