A Idade da Razão

A Idade da Razão Jean-Paul Sartre




Resenhas - A Idade da Razão


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Tatiana 14/03/2019

A busca pela liberdade
“A trajetória de Sartre começa na crise dos valores ocidentais expressa em seu existencialismo original e desemboca no marxismo.”

Os valores de liberdade, fraternidade, igualdade, conquistados com a Revolução Francesa, já estavam em decadência na França. A concepção de que o estado tinha que atender as necessidade do homem estava em crise. No livro A Idade da Razão essa nova tendência do pensamento é espressa quando Mathieu, um pequeno burguês, é abordado por um sujeito que esta mendigando na rua.
Começava a surgir uma burguesia que tinha como meta a liberdade em detrimento da igualdade. A idéia de liberdade é o coração de todo pensamento sartreano. No livro A Idade da Razão todas as personagens estão em busca, sem sucesso, dessa liberdade.
Daniel ilustra a tese, bastante difundida nos anos 30, de que o ato gratuito, sem qualquer motivo, é a única prova concreta da verdadeira liberdade. Daniel também acredita que só se é livre quando se faz exatamente o contrário do que se quer, uma prova disso é o fato dele se casar com Marcelle, mesmo sendo homossexual.
Para Brunet a liberdade não passa de simples reconhecimento da necessidade, ou seja, necessidade de obedecer as ordens do Partido Comunista. Neste caso a liberdade está tão comprometida que pode chegar ao ponto de se perder.
Mathieu ao tentar de todas as formas preservar sua liberdade, não se casando com Marcelle e não aderindo ao Partido Comunista, se torna um homem angustiado, sem essência. Na procura por uma liberdade pura, através de atos gratuitos, por exemplo, Mathieu enfia uma faca na mão, em um bar. O fato de Mathieu não comprometer sua liberdarde a uma causa, a faz nula e ele um homem sem essência.
Para a filosofia existencialista de Sartre a existência precede a essência, logo somos livres. Mas se essa liberdade não for preenchida por ações se torna vazia.
A individualidade vem de “mãos dadas” com a nova concepção burguesa da França, ou seja, a liberdade em detrimento da igualdade. Com a concepção de liberdade surge o amor sem compromisso, sem contratos. A relação de Mathieu e Marcelle exemplifica essa questão.
Mathieu ao não se casar com Marcelle, além de estar tentando preservar sua liberdade, quer, na verdade, preservar sua identidade individual. Pois o casamento implica dividir, se adaptar ao outro, ceder, ou seja, deixar de ser você mesmo e se transformar em algo novo para conviver ao lado de alguém.
Para esta filosofia existencialista a morte é o limite da liberdade. Mathieu e as outras personagens têm obseção pela juventude, porque ficar velho significa estar cada vez mais perto do limite da essência. Mathieu não aceita que está na idade da razão porque isso significa aceitar que está próximo o limite.
É na idade da razão que a liberdade descompromissada deve se tornar comprometida a uma causa. Jacques ao propor que Mathieu se case com Marcelle, diz que ele o deve fazer por estar na idade da razão,ou seja, deve comprometer a liberdade para não perde-la. Mathieu um homem incapaz de escolher, a escolha é o que permite ao homem criar seus valores, ao chegar na idade da razão se descobre um homem vazio, sem essência.
Para Sartre a consciência humana é sua liberdade. O tema principal do livro A Idade da Razão é a questão da liberdade humana. Ao examinar um grupo de pessoas traça a trajetória que os levaram a fracassar nessa busca pela liberdade.
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Geison 12/10/2017

Não vou relacionar o livro com a filosofia de Sartre, pois a conheço apenas difusamente. Mas é certo que são indissociáveis.

Os vários personagens do romance possuem suas angústias próprias, criando diferentes microcosmos que se interrelacionam. No centro está Mathieu, personagem que com seu princípio de liberdade sempre evita fazer escolhas e se engajar por algo. Mathieu enfrenta uma dura revisão de seu conceito quando sua amante fica grávida e ele iminentemente deve fazer algo. Mathieu pode até parecer egoísta, mas seu conceito de liberdade é até plausível. Acho que Sartre quer que superemos essa ideia irrestrita de liberdade individual, uma vez que, não tomar partido de nada já é uma escolha. E isso possui consequências. Isso fica claro no romance quando Mathieu à procura de conservar sua liberdade chega a uma situação de puro egoísmo e desvirtuamento de caráter. Alguém tem algo a acrescentar?
THALES76 06/01/2019minha estante
Achei esse livro perdido, todo empoeirado na casa da minha avó, vou lê-lo.




Nádia 03/05/2017

#resenhapomarliterario A idade da razão
"Por que estou nesse mundo de facadas? Por que não tive vontade de lutar? Poderia escolher outro mundo? Sou ainda livre? Posso ir aonde quero, não encontro resistência, mas é pior e estou numa gaiola sem grades."
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Idade da razão de Jean Paul Sartre 367 páginas. Temos aqui um exemplar primeira edição de 1972 da coleção da querida @babivilaca, mto obrigada pela confiança! 🙏
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Quem já leu obras existencialistas sabe com o que vai se deparar. A angústia diante do peso das escolhas e da própria liberdade, a morte é sempre uma presença consciente e o fato do existencialismo não acreditar em destino faz com que a realidade concreta seja a parte mais importante na construção dos indivíduos.
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Nosso protagonista Mathieu não quer casar porque preza sua liberdade. Mas ele mantem um relacionamento monogâmico com Marcelle, durante 4 dias da semana. Nos outros não se encontra com outras mulheres, apenas aprecia a vida só em seu apartamento. Apesar de alimentar certa afeição pela irmã do amigo Bóris, a jovem Ivich. .
Porém, diante da notícia de que Marcelle está grávida, Mathieu se vê diante de um dilema. Ele quer que ela aborte a criança. Ela inicialmente concorda. Ele vai em busca do dinheiro para que o procedimento seja feito de forma segura e higiênica. .
Mas as questões morais o atormentam. Além da humilhação de se expor para conseguir o dinheiro. Todas mal sucedidas. Diante da má sorte ele não vê alternativa senão casar com Marcelle.
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Mas concomitante com a saga de Mathieu, Marcelle tbm alimenta suas próprias aflições, que são incitadas pelo amigo de Mathieu, Daniel o nosso anjo. Personagem galã do livro. .
Todos os personagens tem suas próprias angústias e o livro mostra a história deles e como encontram meios para extravasar seu sofrimento, enquanto se desenrola a trama principal de Mathieu.
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É um 4/5
Ponto forte: as histórias de cda um dos personagens não é totalmente apresentada, o que te dá margem para imaginar mto o porquê das ações deles. Eu acho isso fascinante. Além do final surpreendente e da reviravolta que por nada eu esperava.
Ponto fraco eu só apontaria a personagem Ivich que é uma chata e tornou o livro bem arrastado.

site: https://www.instagram.com/p/BQ-2jMFj9w6/?taken-by=pomarliterario
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 05/09/2016

SUGESTÃO DE LEITURA
"A Idade da Razão" é o primeiro volume de uma trilogia dele chamada "Os Caminhos da Liberdade". As estórias giram ao redor de Mathieu, na Paris boêmia dos anos 30 (alguém me leva para aquela época, por favor?) e de seus amigos, conflitos, relacionamentos e - adivinhem - crises existenciais. O livro vai contanto todos os acontecimentos ao redor de seu círculo social, sempre do seu ponto-de-vista. Mathieu sente-se velho e começa a se questionar se é quem gostaria de ser e se há algo mais a conquistar ainda na vida. Naquela época, a sociedade começava a se alterar e o aumento da liberdade também impacta não só a Mathieu, mas a todos ao seu redor.

Minha edição de "A Idade da Razão" é de 1963. Comprei em um sebo e amo este exemplar: ele é antigo, folhas amareladas, passagens marcadas por um leitor anterior a mim, quase despedaçando e com cheiro de biblioteca de um passado distante. E foi dado de presente a um tal José Luís de M. S. Pereira em 1966. José, espero que você tenha gostado do livro tanto quanto eu.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2014/11/sugestao-de-leitura-idade-da-razao-de.html
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Daniel.Martins 12/07/2016

Denso
A obra trata de personagens em crise de meia idade, seus pensamentos, devaneios e preocupações agora que julgam não mais serem jovens.

Uma leitura difícil porque Sartre mistura diálogos, pensamentos e descrições, sem se preocupar muito com as ações, dedicando muitos parágrafos ao ambiente.

A história em si tem partes interessantes, embora seja bastante arrastada. Acompanhamos a vida de algumas pessoas a viver em Paris, seus relacionamentos, segredos, medos e vontades.
O autor toca com talento em assuntos como aborto, drogas, homossexualismo, liberdade e até comunismo.

Vale a pena se você tem mais de trinta anos, se gosta de livros densos ou se é um estudante de alguma ciência ligada à literatura.

site: www.desinformadoss.blogspot.com
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Lista de Livros 26/05/2016

Lista de Livros – Os Caminhos da Liberdade: A Idade da Razão, de Jean-Paul Sartre
“E se as lágrimas lhe subiam aos olhos, como em Lola naquele momento, a gente não sabia onde se enfiar. Lágrimas de adulto eram uma catástrofe mística, algo como o choro de Deus sobre a maldade dos homens.”
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“Não se é homem enquanto não se encontra alguma coisa pela qual se está disposto a morrer.”
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“Entre trinta e quarenta anos a gente joga a última cartada.”
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: www.listadelivros-doney.blogspot.com.br/2016/04/os-caminhos-da-liberdade-idade-da-razao.html
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@alfarrabistaa 25/01/2016

Vendo
A venda! Entregas para toda Belém!
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Arsenio Meira 14/04/2014

"Estava só em meio a um silêncio monstruoso, só e livre, condenado a decidir-se sem apelo possível, condenado à liberdade para sempre."

O existencialismo preconiza, em linhas gerais, que você é o que você faz, sua persona é o conjunto de seus atos; ao homem é defeso jogar a culpa em nada e em ninguém, tampouco atribuir sua miséria à falta de oportunidades.

O homem não pode pensar que tudo está predeterminado a ele, muito pelo contrário, até um covarde pode se tornar um herói, se houver um esforço, um engajamento para esse objetivo. Por tais razões, e mesmo que não seja o maior ou mais importante filósofo do século XX, Sartre é provavelmente o mais famoso. Dono de uma obra de tamanho colossal, Sartre era um escritor prolixo e compulsivo: suas maiores obras têm em média algumas centenas de páginas. Além disso, nunca couberam no registro estritamente filosófico: romances, contos, ensaios e biografias também estão entre seus textos mais famosos. Não bastando ser um ávido escritor, Sartre também era figura indiscreta e protagonizou, por décadas, o cenário intelectual europeu: sem a figura de Sartre, o existencialismo não teria tomado a proporção que tomou no cenário cultural da Europa na primeira metade do século XX.

Sua personalidade excêntrica, seu histórico de abuso de substâncias químicas e sua controversa relação amorosa com sua parceira Simone de Beauvoir são, até hoje, tema para inesgotáveis textos biográficos que buscam, na investigação dessa unidade entre vida e obra,entender o acontecimento que foi a passagem de Jean-Paul Sartre pelo palco da cultura ocidental no século passado. Evidentemente o indivíduo guarda uma certa liberdade que em determinado sentido é integral: pode responder ao chamado da mobilização, pode passar à Suíça ou suicidar-se. Ele é livre em relação a uma problemática que não pode elidir. Esta noção permitiu a Sartre aprofundar seu pensamento no que diz respeito à liberdade. Certamente, cada homem permanece sempre livre, mas não há diante dele - como acreditou Mathieu, um dos protagonistas de "A Idade da Razão"- este vago e vazio de indecisão. Há uma situação precisa, que é aqui a ameaça da guerra. Sartre acreditava que cada um precisava encontrar a verdade para si mesmo, sem seguir padrões universais. Ele prezava a liberdade de escolha; tomar decisões capazes de criar sua própria natureza. A escolha é inevitável.O livre arbítrio é um direito das pessoas, e uma vez que Deus traça nosso destino, se o homem é pré-determinado, não existe liberdade, pois não se tem o direito de mudar o destino.

A Idade da Razão, que figura ao lado de Sursis e Com a Morte na Alma como parte da trilogia "Caminhos da Liberdade", aprofunda e investiga eminentemente as questões individuais. O existencialismo de Sartre é ateísta, percebe-se isso através do que ele nos diz sobre as escolhas. Se Deus escolhesse pelos homens, então não haveria angústia. O existencialismo é a doutrina da ação, pois o homem decide e faz escolhas o tempo todo. O homem existe, caminha, se diluí, e enquanto procura invariavelmente transcender a própria subjetividade, percebe-se incapaz de fazê-lo. O fim último das escolhas humanas, assim sendo, é a liberdade. Não há como fugir da liberdade. O homem está condenado a ser livre. Livre para fazer escolhas, e inventar-se através delas.
Marcos.Azeredo 19/10/2021minha estante
O filósofo que mais gosto, e um escritor completo com romances, contos, e seu teatro muito bom.




Dose Literária 30/10/2013

O momento do leitor - A idade da razão
Sempre que a leitura de um livro começa a empacar, procuro rever minhas impressões em busca de um “fio” a seguir. Procuro um propósito para o que está escrito ou para a forma como está escrito, peço ajuda na internet buscando por opiniões que forneçam alguma luz, leio uma biografia do autor e algumas resenhas, procuro compreender qual era o mundo em que o livro foi escrito, a que ideias foi exposto o autor.

Alguns livros mostram este “fio” que estimula a leitura ao proporem uma história empolgante, ou visitarem difíceis recônditos da alma humana, ou repisarem uma experiência real ou fictícia para compreendê-la em seus odores e sabores. Há outros que tentam uma estética ou estilo novos, e há aqueles que não consigo colocar numa dessas categorias, mas que sobrevivem nos pequenos lampejos de genialidade, em trechos bem escritos. Qualquer uma dessas razões já foi suficiente para que eu cumprisse minha promessa (de terminar cada livro que começo), e tirar alguma coisa de bom dos momentos dedicados a um título. Continue lendo em http://www.doseliteraria.com.br/2013/10/o-momento-do-leitor-idade-da-razao.html
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Fabio Michelete 14/10/2013

O momento do Leitor
Sempre que a leitura de um livro começa a empacar, procuro rever minhas impressões em busca de um “fio” a seguir. Procuro um propósito para o que está escrito ou para a forma como está escrito, peço ajuda na internet buscando por opiniões que forneçam alguma luz, leio uma biografia do autor e algumas resenhas, procuro compreender qual era o mundo em que o livro foi escrito, a que ideias foi exposto o autor.

Alguns livros mostram este “fio” que estimula a leitura ao proporem uma história empolgante, ou visitarem difíceis recônditos da alma humana, ou repisarem uma experiência real ou fictícia para compreendê-la em seus odores e sabores. Há outros que tentam uma estética ou estilo novos, e há aqueles que não consigo colocar numa dessas categorias, mas que sobrevivem nos pequenos lampejos de genialidade, em trechos bem escritos. Qualquer uma dessas razões já foi suficiente para que eu cumprisse minha promessa (de terminar cada livro que começo), e tirar alguma coisa de bom dos momentos dedicados a um título.

Confesso que demorei a achar esse “fio” no livro de Sartre – “A idade da Razão”, que inicialmente me pareceu apenas um exercício hipotético de suas propostas filosóficas, no caminhar claudicante ( e devo dizer tedioso) da sua personagem principal. Mas seria só isso? Ou eu que achava “só isso”? Por que eu classificaria como “pouco”, poder ler um filosofo reconhecido, nobel de literatura, exercitando suas ideias? Mas a verdade é que minha primeira impressão de “A idade da razão” foi a de um livro cansativo.

Seria o livro? Seria eu? Ambos, provavelmente. Já aconteceu com todo mundo, não gostar de um livro num primeiro contato, e depois saboreá-lo em outro momento da vida. É possível que me falte maturidade como leitor para “A idade da Razão”. É possível que não seja o momento certo. Sartre é para mim um quebra-cabeças desmontado, e não possuo a foto da caixa. Li sobre seu romance não-monogâmico com Simone de Beuvoir (que fez ela além de ser devassa para os padrões da época e namorada dele?). Vi uma foto dele em Cuba, com Che Guevara e Simone. Sartre que não queria distinções, mas convivia com figuras famosas de sua época. Queria estar “onde as coisas aconteciam”? Uma celebridade num tempo sem paparazzi ou tablóides?

Recomendo sua leitura, como desafio. E humildemente anseio por ajuda para compreendê-lo – para quem sabe um dia seguir lendo os outros livros que continuam a trama de “A idade da Razão”. Com coragem, acabei encontrando alguma coisa para me interessar, em diferentes trechos, que tento representar nos excertos abaixo:

(ao discutir a possibilidade de um aborto):“ - Deram-me um pacotinho depois da operação e me disseram: “Jogue isso na privada”. Numa privada. Como um rato morto! Mathieu – disse ela, apertando-me fortemente o braço – você não sabe o que vai fazer!
- E quando a gente põe uma criança no mundo, a gente sabe? – perguntou Mathieu encolerizado. Uma vida! Uma consciência a mais, uma pequena luz perdida , que voaria em círculo, se chocaria contra as paredes e não poderia escapar.”

(ao beijar Ivich – já se sentiu assim ao fazer o primeiro movimento?): “Era amor. Agora era amor. Mathieu pensou: “que foi que eu fiz?” Cinco minutos antes aquele amor não existia; havia entre ambos um sentimento raro e precioso, sem nome, que não se exprimia por meio de gestos. E Eis que ele fizera um gesto, o único que não devia fazer, aliás não o fizera propositadamente, aquilo viera sozinho. Um gesto e aquele amor aparecera diante de Mathieu como um grande objeto importuno e já vulgar. Doravante, Ivich pensaria: “ele é como os outros”, e, a partir daquele momento, Mathieu amaria Ivich como as demais mulheres que amara.”

(mais um relato profundo de uma experiência angustiada) : “Caminhava em silêncio, somente seus passos ecoavam na sua cabeça, como uma rua deserta pela madrugada. Sua solidão era tão total sob aquele céu, acariciante como uma consciência limpa, no meio daquela multidão atarefada, que ele se sentia espantado de existir; ele devia ser o pesadelo de alguém, de alguém que acabaria acordando.”

(UFF...esse momento foi denso): “Morta a serpente, morre o veneno (...) Apoia a mão na mesa, ela responde à pressão com uma pressão igual, nem mais, nem menos. As coisas são servis. Dóceis. Manejáveis. “Minha mão fará tudo sozinha.” Boceja de angústia e tédio. De tédio mais ainda que de angústia. Está sozinho naquele cenário. Nada o impede de resolver; nada o impede. Tem que decidir sozinho. Seu ato não é senão uma ausência. Aquela flor vermelha entre as pernas não está ali; aquela poça vermelha no soalho não está ali. Olha o soalho. É liso, unido, não tem lugar para mancha. “ Estarei deitado no chão, inerte, a braguilha aberta e melada, a navalha estará no chão, cega, inerte” Contempla fascinado a navalia, o soalho; se pudesse imaginar nitidamente a poça vermelha e o ardor, de um modo suficientemente nítido para que se realizassem por si, sem que precisasse fazer o gesto! “A dor eu aguento. Quero-a, chamo-a. Mas é o gesto, o gesto.”
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Thalita Uba 07/05/2013

O existencialismo humano em forma de livro
As ideias impressionantes dos personagens mais jovens, com seus pensamentos secretos e seus discursos envolventes, são absolutamente atraentes. Mas a cereja do bolo certamente é a angústia de Mathieu, o personagem “velho” e que, mesmo maduro, é repleto de dúvidas e questões existencialistas, questionando-se a todo momento: “Será isso a liberdade?”.

Nas palavras do próprio Sartre "A idade da razão" é um livro sobre a "decisão de escolher a própria vida”. Bom pra pensar e refletir – algo de que muitas pessoas parecem ter aberto mão já há algum tempo.

(Para quem quiser ler mais: http://entretenhame.com.br/literatura/a-idade-da-razao-jean-paul-sartre )
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Júlio Leite 22/02/2013

Acho que alternei entre 4 e 5 estrelas umas oito vezes. Estou em uma relação complicada com o que achar do livro, se é excelente ou apenas "ótimo". Relerei no futuro para absorver mais.
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Ribeiro 24/09/2012

Não tenho para onde ir, mas não quero ficar.
Liberdade individual (desprezo ao compromisso) x liberdade gratuita ( sem qualquer motivo sob um ato irremediável) . De que lado você fica? E, será mesmo que tudo que estamos a fazer é por nada, já que não estamos na luta por uma causa maior e indiferentes a tudo.
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Rafael 22/08/2012

A liberdade! O que é a liberdade?
Os personagens bem construídos e bem intrigantes. Os questionamentos que eles se fazem, os pensamentos que se surpreendem ao saber que pensam e toda a busca pela liberdade, e a dúvida sobre o que realmente se trata ter essa liberdade total fazem a leitura valer muito
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