Almoço Nu

Almoço Nu William Burroughs




Resenhas - Almoço Nu


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Rafaele Albanezi 26/04/2017

Um almoço nu e cru junto a realidade que não conhecemos
A sensação nua e crua de ter o estômago socado com força. Essa é a principal reação que a leitura de O Almoço Nu, de William S. Burroughs, suscita naqueles que se aventuram desavisadamente por sua mais famosa obra.
Burroughs é um dos grandes autores que compõe a Geração Beat, movimento de artistas boêmios surgido no final da década de 1950, que valorizava o prazer pelo prazer, que cultivavam a criatividade espontânea e celebravam o fato de não se enquadrarem nas normas sociais impostas no período.
O romance não é linear e não possui um enredo definido, com uma cadência de acontecimentos. A ação transcorre em forma de mini narrativas, que vão apresentar em sua maioria a ótica do personagem William Lee e suas viagens, no sentido físico e figurado, que nos trazem as vivências de viciados em drogas, delírios, paranoias, sadismo e relações homoafetivas.
Uma viagem sem volta pelas sensações despertadas no organismo de um usuário de cocaína, o caos mental instaurado pela ausência da droga e a busca frenética e alucinante pelo componente que aplaca o vício. Relatos de relações sexuais que permeiam o sadomasoquismo e orgias regadas a entorpecentes. Esses são alguns dos cenários em que se encontram os muitos personagens dessa trama não costurada.
A obra se tornou um dos romances mais importantes do nosso tempo e redefiniu a literatura e a cultura americana. As narrativas se inspiram na vida do próprio Burroughs, que por muito tempo foi usuário de diversas drogas e algumas viagens que fez pelo México, Tânger e Estados Unidos.
Minha experiência com a narrativa não foi das melhores. Não sendo uma grande conhecedora do autor, do movimento ou mesmo das vivências abordadas, me vejo compelida a recolher-me a minha visão de mundo suburbana e tento de forma insatisfatória compreender a mente fragmentada de um dependente químico.
Em minhas aventuras literárias por autores com temáticas underground, admito, o mais longe que já fui se limita ao velhinho safado, também conhecido como Charles Bukowski, em um de seus romances nem tão safados assim. Kerouac e seu On the Road constam da minha lista mental de leituras obrigatórias da vida, mas ainda não tivemos a oportunidade de nos cruzar nessa estrada.
De volta ao almoço, sua narrativa emblemática ainda rendeu um filme, de gosto duvidoso e fama ao revés, de 1991, corajosamente dirigido por David Cronenberg, conhecido no Brasil como “Mistérios e Paixões”. A película é uma relíquia cult dos anos 1990, que já tive o prazer de assistir, e cujo enredo não sobreviveu ao crivo do tempo em minha mente, mas que encontrei à venda despretensiosamente na bancada de DVD’s das Lojas Americanas em um shopping de baixa circulação aqui da cidade. Quem efetua a distribuição desses catálogos nas unidades da loja, é coisa que me pergunto até agora.
Sendo uma obra tão marcante para a história da literatura americana, é de se questionar porque demoraram cerca de 10 anos para reeditar o romance no Brasil. Anteriormente publicado pela finada Ediouro, hoje se apresenta sob o guarda-chuva da Companhia das Letras, que pretende republicar o trabalho do autor.
Os temas do romance podem parecer triviais hoje em dia, mas em 1957, ano do lançamento, o livro causou muito incômodo, a ponto do próprio autor lançá-lo através de um pseudônimo, para não comprometer o nome de sua família. Apesar de não ter simpatizado, acredito, obviamente, que vale a aventura.

site: https://omenuliterario.wordpress.com/2017/04/26/um-almoco-nu-e-cru-junto-a-realidade-que-nao-conhecemos/
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Santana 09/02/2017

Almoço Nu, Cru e Explícito
Nunca escrevi nenhuma resenha aqui, mas esse livro em particular me motivou a deixar algumas palavras aqui. Nunca vi um livro que tratasse tão abertamente, para mim que não sou nada sensível, de temas como uso de drogas, homossexualidade, questões sexuais entre outros. O livro não é para qualquer um, mas quem decidir se aventurar, pode esperar diversas situações consideradas indecentes e imorais. A questão é: o livro escrito em 1959 não está preocupado em suavizar a realidade de sua época, a década de 60 foi realmente o surgimento de uma cultura que influenciou as gerações seguintes e continua influenciando. De fato, é um livro forte, estranho, dinâmico e brilhante.
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Elizandra 20/10/2016

"Quando você olha para a colher e ela está vazia"
Almoço Nu é um livro visceral, cru, pra quem tem estômago. Nessa obra Burroughs descreve os tortuosos caminhos percorridos pelos viciados em drogas "junk". A leitura é fluída, agradável, embora tenha temática tão pesada. A narrativa é feita pelo personagem William Lee, que percorre vários trechos entre Estados Unidos e México, contando suas experiências com vários tipos de drogas, encarnando personagens diversos. A obra de Burroughs faz parte do Movimento Beat, que surgiu em meados da década de 1950, tendo Jack Kerouac - como pai do movimento beat com sua obra On the Road.
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Na Literatura Selvagem 01/10/2015

Almoço Nu, de William Burroughs
Trago para vocês mais um clássico da literatura beat: Almoço Nu, escrito em 1959, de autoria de William Burroughs. Confesso que chega a ser um desafio colocar em palavras as sensações que essa leitura me trouxe... A linguagem não chega a ser difícil, mas seu entendimento, sim... Talvez ele nem seja para entender, mas para sentir...

A obra é uma verdadeira viagem alucinógena pelo mundo dos viciados. Ler Almoço Nu é algo como estar num sanatório, rodeado de loucos conversando com você, e mesmo sem entender ou enxergar uma lógica nas palavras e diálogos, ao mesmo tempo o leitor não consegue abandonar a poltrona e quer ouvir aquele papo surreal sem pressa de findar... É quase uma viagem de ácido ou a alucinação que um pico pode causar [os viciados me perdoem a comparação, caso seja algo que passe longe...]...

Para aqueles que apreciam leituras limpas e românticas, aconselho passar longe desse livro. A narrativa confusa retrata um mundo junkie', repleto de situações que beiram o aterrador, situações que podem causar repugnância nas mentes mais sensíveis. Burroughs não poupa o leitor de trechos escatológicos e degradantes, escritos com uma maestria perturbadora e quase hipnótica...

Leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2015/09/almoco-nu-de-william-burroughs.html
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Phelipe Guilherme Maciel 09/12/2012

Que o livro fale por si...
"E agora voltemos novamente ao campo de batalha. Um jovem penetra em seu confrade, enquanto outro jovem amputa a parte mais orgulhosa do estremecido desse caralho, sendo beneficiário que o membro visitante se proteja para encher o vácuo que a natureza abomina, e ejacula na Lagoa Negra onde piranhas, impacientes, abocanham a criança não nascida; aliás em vista de certos fatos bem estabelecidos , é pouco provável que nasça."


Será que está escrito isso mesmo? Tento focalizar as palavras mas elas se separam em mosaicos sem sentidos
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