Rose 08/02/2017Parvana é uma afegã de onze anos que sempre conviveu com a guerra. Filha de um professor de História e de uma escritora, vivia confortavelmente com seus pais e irmãos até que a casa foi bombardeada.
Desde então a família vive mudando conforme onde moram vai sendo bombardeado. Levam apenas o que podem o que a cada mudança ficava ainda menor.
Agora com Cabul sendo governado pelos Talibãs, as coisas estão bem complicadas. Todas as mulheres, mesmo as crianças, foram proibidas de saírem de casa. Quando isso acontecer, precisam estar na companhia de algum homem da família e estarem cobertas com as burcas (peça do vestuário feminino das muçulmanas, principalmente as afegãs, e que cobre todo o corpo, o cabelo e o rosto). As mulheres que trabalhavam acabaram perdendo os empregos e as meninas não vão mais às escolas. Se alguma mulher for pega sozinha, ou mesmo sem a burca, pode levar surras, chicotadas ou ser morta. Música e livros também foram proibidos, e quem for pego com algum deles pode até morrer.
A população vivia aterrorizada, principalmente as mulheres. Pavana e sua família sobreviviam com o que seu pai conseguia vender no mercado de Cabul. Eram em geral objetos da própria família. Fora isso, ele também oferecia serviço de leitura e escrita, pois a maioria dos afegãs eram analfabetos.
A situação de sua família, que já era precária, piorou quando seu pai foi preso pelos Talibãs sem grandes explicações. Como nem a mãe, nem Parvana ou as irmãs não podiam sair de casa, e o único homem da casa tinha apenas dois anos, a família teve que improvisar.
Com a ajuda de uma amiga de sua mãe, Parvana tomou para si a tarefa não só de conseguir dinheiro como de comprar comida. Estava nas mãos da pequena e corajosa Parvana a sobrevivência de sua família.
Mesmo morrendo de medo de ser pega pelos talibãs, Parvana seguiu em frente, e mesmo com todas as dificuldades e perigos, a menina ainda construía sonhos, entre eles a de um mundo onde pudesse viver em paz com sua família. Família esta, que mais uma vez teria que enfrentar outros dramas causados pela interminável guerra.
Uma leitura muito boa onde podemos conhecer um pouco da vida das mulheres afegãs, se é que podemos chamar de vida a pessoa ficar presa em casa sem poder sair... Apesar do tema, a leitura não é traumática ou coisa do gênero, talvez por conta do público alvo.
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