@aprendilendo_ 13/02/2022
Resenha de "O Código da Vinci"
Após ser baleado por um perseguidor, Jacques Saunière, o curador do museu de Louvre, em Paris, decide usar seus últimos minutos de vida para deixar uma misteriosa mensagem, a qual, em seu conteúdo, pode mudar toda a história da cultura humana. A partir disso, a criptógrafa Sophie Neveu e Robert Langdon, um dos mais experientes simbologistas do mundo, embarcam em uma aventura frenética para solucionar os códigos deixados para os dois. Publicado pela primeira vez em 2003 e tendo vendido mais de 100 milhões de unidades desde então, “O Código da Vinci”, de Dan Brown, é um dos livros mais populares do séc. XXI.
De início, narrado em terceira pessoa, com uma escrita ágil e estruturada em curtos capítulos, a história tem um ótimo começo, o qual cria todo um ambiente de enigmas realmente envolventes. No entanto, a trama, que se passa em menos de um dia, apesar do bom começo, acaba por se tornar cada vez mais genérica conforme os capítulos, utilizando-se de repetitivos instrumentos narrativos. Exemplo disso, é a excessividade de vezes nas quais um mistério é citado e, logo no momento de revelá-lo, o escritor muda completamente de cena. Como consequência, a obra acaba por ter um tom cansativo, o qual tira toda a potencialidade do prazer de descoberta nos momentos chaves da trama e chega até a irritar um pouco o leitor pelo suspense banal.
Em outro momento, os personagens, apesar de terem um certo grau de carisma, são muito pouco explorados e todos os seus sentimentos e ações parecem um tanto quanto mecânicos, isso, claro, apenas atrapalha a imersão do leitor na história. No entanto, o verdadeiro ponto decepcionante do livro é seu plot. Isso acontece pelo fato de, a partir do momento em que os mistérios começam a ser revelados, teorias totalmente descabidas e ilógicas, as quais contrariam bases simples da história, começam a ser jogadas para o leitor de forma incessante. Tal característica não seria de todo mal se o livro não se levasse a sério demais, no entanto, o escritor coloca todo um peso quase idólatra às teorias da conspiração reveladas, o que apenas serve para tornar toda a trama um tanto quanto tosca.
“O Código da Vinci”, apesar de ter um bom começo, perde-se completamente em uma história repetitiva e forçada. No fim, o livro depende essencialmente da capacidade do leitor de se entregar e aceitar as falácias históricas tidas como verdade na trama e os abusivos usos de instrumentos narrativos genéricos.
Nota: 5,2
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