spoiler visualizarKalisus 02/04/2020
Conhecemos mais profundamente o funcionamento do acampamento, onde os sobreviventes se encontram no terraço do shopping, que sem escadas os ZQN (apelido dos zumbis) não conseguem alcançar (sim, tipo The Sims). A organização é baseada em quem tem poder manda em tudo, e o mais poderoso é um lunático genocida misógino, enfim, clássico. Mulheres são tratadas como objeto sexual para sobreviverem e isso não é gratuito, tem sentido dentro do contexto, porém a necessidade de colocar uma mulher submissa só pro nosso protagonista ter a chance de mostrar que não é um "canalha" foi totalmente gratuito por parte do autor, ela não precisava insistir em sua submissão para entendermos isso. Infelizmente mulheres são apenas peões para compor a jornada de herói no ocidente e ainda mais no oriente. Esses pontos chaves estarão sempre me incomodando e não é porque eu decidi seguir a leitura que preciso me calar sobre isso; não sou um leitor passivo, caso fosse, não estaria me dando ao trabalho de escrever sobre minhas experiências de leitura. A narrativa fica cada vez mais pesada e sombria, e gosto da maturidade que ela é tratada, ao mesmo tempo que quanto mais me aprofundo no universo dos mangás vejo como os japoneses são auto conscientes de sua condição, e mesmo assim o sistema que os cerca é tão rígido que apenas permite manifestar sua revolta através da arte. As reviravoltas estão sendo bem construídas, não fica tedioso e dá vontade de continuar, embora eu saiba que não pagaria por essa leitura. 7,5/10