Ilusões do Mundo

Ilusões do Mundo Cecília Meireles




Resenhas - Ilusões do Mundo


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Henrique Fendrich 30/01/2013

Imagens de Cecília
Anunciei que estava lendo Cecília. Súbito, o espanto: Cecília? A admiração tem um motivo. Eu não costumo ler poesia e não se pensa que a Cecília tenha escrito outra coisa na vida que não fosse poesia. Logo, eu devia estar lendo poesia. No entanto, “Ilusões do Mundo” é um livro de crônicas. Cecília devia ser uma cronista bissexta, embora não tão bissexto quanto o Braga era poeta. As crônicas reunidas neste livro, no entanto, foram feitas com regularidade na década de 60. E com uma diferença fundamental: foram escritas para o rádio, não para jornais.

Eis aí uma característica que pode fazer toda a diferença, e talvez auxilie a explicar o tipo de texto feito por Cecília neste livro. Na prática, não há nada neles que permita a alguém dizer que foram escritos para o rádio. Em jornalismo, o texto para o rádio é bastante diferente do texto impresso. Pois no caso da Cecília não parece haver grande diferença. A singularidade pode estar na riqueza das imagens criadas por Cecília. De fato, ao escrever um texto que não será lido, mas ouvido, sem direito a imagem alguma, é de se imaginar que estimule a imaginação do ouvinte.

Cecília faz isso, e com bastante naturalidade. Grande observadora, Cecília relata episódios, cenários e impressões com uma espantosa precisão, o que inclusive exige que sejam saboreados com mais vagar durante a leitura. Não vou mentir: nem sempre a leitura é fácil. Mas em todas as outras crônicas, a riqueza do texto de Cecília e, principalmente, a ternura e a delicadeza da sua personalidade, são tão visíveis que muito dificilmente alguém não se apaixonaria pela escritora. São textos de alguma namorada nossa, bastante sensível e atenta às miudezas dessa vida.

Vez ou outra (como em “A Quinhentos Metros”), a cronista bissexta se sai tão bem que ninguém desconfiaria se ao final do texto houvesse a assinatura de Rubem Braga. São, em todos os casos, crônicas bastante líricas. E ressalto outra vez as imagens evocadas, geralmente a partir da sua própria memória, e muitas vezes envoltas num ambiente de sonho. Enfim: um livro bonito. Uma poetisa que precisa ter suas crônicas conhecidas.
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FernandaOliveira0 31/01/2024

As crônicas de Cecília é de uma sensibilidade ímpar. O que torna a leitura prazerosa e tocante.
Simplesmente amei e super recomendo!
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cinnamongirl612 14/04/2024

Acho que ainda prefiro Cecília na poesia, mas a leitura foi interessante. Através das suas crônicas, a autora adota uma postura de observadora do mundo, nos conta sobre fatos do cotidiano dos mais variados, alguns em tom divagação, outros em tons filosóficos e até mesmo de crítica social.
Penso que valeu a leitura ao menos para conhecer esse outro lado da escrita de Cecília.
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Mare25 13/07/2024

Crônicas escritas e publicadas entre 1961 e 1963
??Crônicas conceituadas como uma inovação experimental literária para a poetisa, que sem dúvidas, desempenha-se como exímia escritora. Os episódios surgem para moldar-se e auxiliá-la nas ponderações acerca da existência relativa à vulnerabilidade humana.
??A poetisa versa, comumente, sobre as situações surgidas no dia a dia, que tendem a despontar voos, eras e a vivacidade da alma. Por isso os temas são diversos e, esporadicamente comuns, sublimes pela sensatez praticamente tácita; singular pela brandura e leveza da linguagem; pode-se afirmar ser essa sua essencial personagem dessas crônicas.
??Desde a juventude leio e estudo as poesias de CM; sou apaixonada pela sua suavidade e criticidade literária; porém essa é minha estreia com suas breves e leves crônicas, e é óbvio... amei e indico lê-las junto à natureza! ?
Leia mulheres, conheça suas histórias!
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