Carla.Parreira 13/11/2023
Amor, Imbatível Amor (Divaldo Pereira Franco/Joanna De Ângelis)...
O livro aborda como o amor é uma força poderosa que pode transformar vidas e superar todas as dificuldades. O ensinamento principal do livro é o poder curativo do amor e como ele pode ser aplicado em diversas situações, como na superação de traumas, na construção de relacionamentos saudáveis e na busca pela felicidade pessoal. Além disso, o livro também aborda a importância do perdão, da compaixão e da empatia como ferramentas para o crescimento espiritual e a evolução pessoal. Através de histórias inspiradoras e reflexões profundas, o livro nos convida a refletir sobre a importância do amor em nossas vidas e como podemos cultivá-lo de forma imbatível.
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Melhores trechos: "...No medo de amar, estão definidos os traumas de infância, cujos reflexos se apresentam em relação às demais pessoas como projeções dos tormentos sofridos naquele período. Também pode resultar de insatisfação pessoal, em conflito de comportamento por imaturidade psicológica, ou reminiscência de sofrimentos, ou nos seus usos indevidos em reencarnações transatas. De alguma forma, no amor, há uma natural necessidade de aproximação física, de contato e de contigüidade com a pessoa querida. Quando se é carente, essa necessidade torna-se tormentosa, deixando de expressar o amor real para tornar-se desejo de prazer imediato, consumidor. Se for estabelecida uma dependência emocional, logo o amor se transforma e torna-se um tipo de ansiedade que se confunde com o verdadeiro sentimento. Eis porque, muitas vezes, quando alguém diz com aflição eu o amo, está tentando dizer eu necessito de você, que são sentimentos muito diferentes. O amor condicional, dependente, imana uma pessoa à outra, ao invés de libertá-la. Quando não existe essa liberdade, o significado do eu o amo, o transforma na exigência de você me deve amar, impondo uma resposta de sentimento inexistente no outro. O medo de amar também tem origem no receio de não merecer ser amado, o que constitui um complexo de inferioridade. Todas as pessoas são carentes de amor e dele credoras, mesmo quando não possuam recursos hábeis para consegui-lo. Mas sempre haverá alguém que esteja disposto a expandir o seu sentimento de amor, sintonizando com outros, também portadores de necessidades afetivas. O medo, pois, de amar, pelo receio de manter um compromisso sério, deve ser substituído pela busca da afetividade, que se inicia na amizade e termina no amor pleno. Tal sentimento é agradável pela oportunidade de expandir-se, ampliando os horizontes de quem deseja amigos e torna-se companheiro, desenvolvendo a emoção do prazer pelo relacionamento desinteressado, que se vai alterando até se transformar em amor legítimo. Indispensável, portanto, superar o conflito do medo de amar, iniciando-se no esforço de afeiçoar-se a outrem, não gerando dependência, nem impondo condições. Somente assim a vida adquire sentido psicológico e o sentimento de amor domina o ser... O ego, no seu castelo, conseguiu mecanismos de defesa e domina soberano, reprimindo os sentimentos e disfarçando os conflitos, porqüanto sabe que a liberação desses estados interiores pode levar à agressividade ou ao mergulho nas fugas espetaculares da depressão... O conhecimento exerce um grande valor na conduta afetiva, no entanto, o estabelecimento de regras presentes em manuais de como conquistar pessoas, de como mantê-las vinculadas, constitui um perigo para a própria expressão do amor, que se torna artificial, desinteressante, em razão de considerar-se o outro como objeto de uso, de exploração que, após preencher a finalidade, pode, a qualquer momento, ser deixado à margem... Ideal, portanto, que o ato afetivo seja espontâneo, sem fórmulas, com respeito e doação, com calor e sem ardência, o que se consegue mediante a educação do sentimento. Costuma-se afirmar que o coração não pode ser educado, o que é verdade, no entanto, podem ser orientadas as explosões do ego como necessidade afetiva. Seria desejável que essa proposta de educação dos sentimentos, começada no lar, prosseguisse na escola, de forma que a criança pudesse experienciar a afetividade sem afetação, sem sedução, evitando-se, por conseqüência, o fenômeno da rejeição. Nesse programa educativo, seria viável que se retomasse a espontaneidade, ao lado do currículo estabelecido sem rigidez, para que se logre, na competitividade do grupo social, a produção e a conquista de recursos financeiros compensadores para o ego e realizadores para o Self. Todo recurso de sedução é prejudicial, em razão da falta de autenticidade afetiva, propondo conflitos, perfeitamente dispensáveis... Um relacionamento infantil insatisfatório com a familha, particularmente em referência à própria mãe que se apresente castradora ou se torne superprotetora, termina por impedir o desenvolvimento psicológico saudável do indivíduo, que estabelece um mecanismo de timidez a fim de preservar-se dos desafios que o surpreendem a cada passo. Submetido a uma situação constrangedora por impositivo materno, que não lhe permite espaço para autenticidade, sente-se castrado nas suas aspirações e necessidades, preferindo sofrer limitação a assumir atitudes que lhe podem causar mal-estar e aflições. Por outro lado, superprotegido, sente anulada a faculdade de discernimento e ação, toda vez que defronta uma situação que exige valor moral e coragem. Refugiando-se na timidez, disfarça o orgulho e o medo de ser identificado na sua impossibilidade de agir com segurança, protegendo-se das incomodidades que, inevitavelmente, o surpreendem. O indivíduo tímido, de alguma forma, é portador de exacerbado orgulho que o leva à construção de comportamento equivocado. Supõe, inconscientemente, que não se expondo, resguarda a sua realidade conflitiva, impedindo-se e aos outros impossibilitando uma identificação profunda do seu Self. Noutras vezes, subestima-se e a tudo aquilo quanto poderia induzi-lo ao crescimento psicológico, à aprendizagem, a um bom relacionamento social, e torna-se um fardo, considerando que as interrogações que poderia propor, os contatos que deveria manter, não são importantes. Na sua óptica psicológica distorcida, o que lhe diz respeito não é importante, tendo a impressão de que ninguém se interessa por ele, que as suas questões são destituídas de valor, sendo ele próprio desinteressante e sem significado para o grupo social. A timidez oculta-o, fazendo-o ausente, mesmo quando diante dos demais... A ausência da timidez não significa presença de saúde psicológica plena, porque, não raro, outros algozes do comportamento desenham situações também críticas, que necessitam ser orientadas corretamente. Nesse sentido, a extroversão ruidosa, a comunicabilidade excessiva, constituem fenômeno perturbador para o paciente que pretende, dessa maneira, ocultar os seus sentimentos conflitivos, desviando a atenção da sua realidade para a aparência, ao mesmo tempo diluindo a necessidade de valorização, por saber-se conhecido, desejado, face ao comportamento irrequieto que agrada ao grupo social com o qual convive. Realizando-se, por sentir-se importante, descarrega os medos na exteriorização de uma alegria e jovialidade que não são autênticas. Observando-se tal conduta, logo se perceberá uma grande excitação e preocupação em agradar, em chamar a atenção, em tornar-se o centro de interesse de todos, dificultando a comunicação natural do grupo. Esse tipo de exibicionismo é pernicioso, porque o paciente distrai os outros e continua em tensão permanente, o que se lhe torna um estado normal, no entanto, enfermiço... A inibição, essa resistência psicológica íntima, a pessoas, acontecimentos e condutas, é causa de muitos males na área da emoção. Empurra o paciente para reflexões pessimistas e autodestrutivas como forma de auto-realização doentia. Sentindo-se não aceito, acumula azedume e atormenta-se, frustrando as inumeráveis possibilidades de alegria e comunicação. Quase sempre esse estado mórbido decorre de uma infância infeliz, na qual conviveu com pais autoritários, familiares rebeldes e agressivos, sentindo-se empurrado para o ensimesmamento, face ao receio de ser punido por qualquer coisa acontecida, mesmo quando não a houvesse praticado, assumindo postura de vítima que se esforça para agradar sempre, estar permanentemente bem com todos, sem ser incomodado pelas ocorrências ou pelas criaturas. Não possuindo resistência psicológica para sobrepor-se à severidade doméstica, recua para a interiorização, dando asas à imaginação pessimista e perturbada, naufragando no estado de inibição. Outras vezes, a conduta insensível dos pais, especialmente da mãe - com quem mais se convive no período infantil - fez o atual paciente sentir-se rejeitado, transformado em incômodo que era para os genitores, como se a sua presença lhes constituísse um fardo, eliminando-o, pela indiferença, do grupo familiar... Inicialmente deve ser estabelecido o veemente desejo de sentir-se bem, liberando-se da perturbadora sensação de permanente mal-estar a que está acostumado. Para tanto, a substituição de pensamentos negativos, autopunitivos, autodepreciativos, por outros de ordem emuladora ao progresso e à alegria, torna-se de vital importância. Logo depois, a consideração em torno de que todos se apresentam conforme lhes é possível, não lhe cabendo a vacuidade de colocar-se na posição de vítima, em que se compraz, tendo as outras pessoas como suas adversárias, com ou sem razão. O problema conflitivo se encontra no indivíduo e não no mundo exterior. Quando ele se harmoniza, consegue enfrentar as mais hostis situações como sendo desafios que o incitam ao crescimento interior, ao amadurecimento psicológico, porque a existência humana, em verdade, não é como aprazeria a cada um, mas conforme a estrutura dos acontecimentos e dos impositivos da sociedade, na qual todos se encontram envolvidos... O amor preenche qualquer vazio existencial, por despertar emoções inusitadas, capazes de alterar a estrutura do ser... A necessidade de amor é imperiosa, e subjacente àmesma, encontra-se o desejo do contato físico, enriquecedor, estimulante. Quando se é carente de afetividade, a mesma se apresenta em forma de ansiedade perturbadora, que gera conflitos e insatisfações, logo seja atendida. Em tal caso, produz incerteza de prosseguir-se amado, após atendida a fome do contato físico ou emocional. Enquanto se está presente, harmoniza-se, para logo ceder lugar à insegurança, à desconfiança. Assim sendo, o amor se torna dependente e não plenificador. Transfere sempre para o ser amado as suas necessidades de segurança, exigindo receber a mesma dose de emoção, às vezes desordenada, que descarrega no ser elegido. Essa é uma exteriorização infantil de insatisfação afetiva, não completada, que foi transferida para a idade adulta e prossegue insaciada. A afetividade madura proporciona o prazer, sem o qual permaneceria perturbada, angustiante, caótica. Amar, é um passo avançado do desenvolvimento psicológico do ser, uma conquista da emoção, que deve superar os conflitos, enriquecendo de prazer e de júbilo aquele a quem é dirigido o afeto. Amadurecido pela experiência da personalidade e pelo equilíbrio das emoções, proporciona bem-estar na espera sem ansiedade, e alegria no encontro sem exigência..."