Kinggustavo 17/08/2023
Um livro sobre insanidade, mas com uma profundidade absurda sobre outros temas.
Um retrato incrivelmente realista do yuppie life style de Wall Street do fim dos anos 80, baseado nas próprias experiências do autor enquanto vivia em meio a esses jovens executivos e ricos.
Ao contrário de muita gente, diverti-me demais com as descrições e pormenores de cada peça de roupa usada por cada personagem, e as regras de uso e combinações entre as peças e acessórios. Por mais irônico que pareça, Patrick Bateman foi, pelo menos para mim, um personagem inteiramente único. Aliás, creio que ver o filme primeiro torna a experiência com o livro definitivamente melhor. Parafraseando o icônico Christian Bale, "it's a pretty funny book if you're a sick bastard like I am".
Outro aspecto que ocorre no livro e que curto bastante na literatura em geral é a dinâmica em que você não sabe se algo está acontecendo de verdade ou se é pura imaginação, o que deixa muita coisa em aberto para interpretação. De fato, enquanto escrevia o livro, o autor considerou ambas as possibilidades, e isso torna tudo, na minha visão, mais envolvente e imersivo.
Mais um fator que me chamou a atenção foi o estilo da narrativa, que em muitos momentos alterna capítulos extremamente perturbadores com capítulos completamente hilários, além daqueles sobre eletrônicos de última geração, treinos na academia e críticas brilhantemente bem feitas de discografias de artistas. O capítulo da conversa no telefone para escolher o restaurante está entre as cenas mais engraçadas que já li, fora as cenas com o Louis em que literalmente chorei de rir.
Mas, à medida que o livro avança, também vai ficando mais violento, como se a mente do personagem desenvolvesse uma tolerância à brutalidade de seus atos e precisasse de algo cada vez mais extremo para se satisfazer. Não é para qualquer um escrever tudo aquilo.
Pena que só da metade para frente consegui finalizar uma playlist perfeita para o livro. Além do mais, as cenas com a Jean ficaram entre as minhas favoritas, impossível negar a química entre eles, se ele simplesmente não estivesse tão irrecuperável no final...