Psicopata Americano

Psicopata Americano Bret Easton Ellis




Resenhas - O Psicopata Americano


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Regis2020 08/02/2023

Cru e Brutal...
O livro é narrado na primeira pessoa pelo personagem principal Patrick Bateman, um banqueiro de investimentos de Wall Street, metrossexual, consumista inveterado e um Assassino em série: torturador de mendigos, mulheres, crianças, homossexuais e animais inocentes.

Esse é um livro polêmico que levantou vários questionamentos na época de seu lançamento e que até hoje causa frenesi por seu personagem extremamente misógino, homofóbico, antissemita e racista.
A venda do livro de Bret Easton Ellis é restrita em alguns países como Austrália e Nova Zelândia por causa de seu conteúdo transgressivo e perturbador.

Bateman é um cara estranho, mas que mantém sua verdadeira personalidade escondida dos olhos de todos. Sua psicopatia é mascarada por roupas caras, exércitos físicos em excesso, tratamentos de beleza infinitos e uma vida social agitada regada a jantares com preços exorbitantes em lugares da moda com muita cocaína e álcool.

O livro é uma verdadeira ode ao consumismo, uma grande desfile de marcas caras e ostentação exacerbada dos figurões de Manhattan, onde tudo que importa são suas posses e a aparência.

Não se passa uma página sem que Bateman esteja relacionando todas as marcas que compõem sua vestimenta ou a de outra pessoa da cabeça aos pés, fora as descrições exageradas dos caros e exclusivos restaurantes e bares da moda que frequenta todos os dias.

A paz do personagem principal se desvanece rapidamente ao notar que alguém possui algo que ele não tenha. A inveja e ostentação no grupo de "amigos" (pois parecem mais competidores) é constantemente acentuada.
Sei que isso exemplifica bem a personalidade maníaca de Bateman, mas chega perto de deixar o leitor louco de tanto que se repete. E certamente é esse o objetivo do autor.

"Evelyn e eu somos de longe o casal mais bem-vestido. Estou usando sobretudo de lã pura, paletó de lã e calças de fla-nela de lã, camisa de algodão, suéter de cashmere com gola em V e gravata de seda, tudo da Armani. Evelyn veste blusa de algodão da Dolce & Gabbana, sapatos de camurça da Yves Saint Laurent, saia de couro com desenhos da Adrienne Lan-dau e cinto de camurça da Jill Stuart, malha da Calvin Klein, brincos de vidro veneziano da Francês Patiky Stein, e traz apertada na mão uma rosa branca solitária que comprei para ela numa delicatessen coreana antes de a Iimusine de Carruthers me apanhar."

Estou tentada a achar que me tornei PhD na moda dos anos oitenta depois de concluir esse livro.

Uma leitura de certo modo truncada no início e pesada para digerir depois da primeira parte. As ações de Bateman vão escalonando de um jeito que quando chega ao final do livro estamos completamente sem fôlego tentando compreender toda a carnificina e atrocidades que ele é capaz de causar dentro de seu luxuoso apartamento.
É uma experiência única, perturbadora e difícil de explicar. Só lendo para conseguir experienciar o que esse livro proporciona.

Recomendo a leitura para quem tem estômago forte.
Alex 08/02/2023minha estante
No mínimo interessante, pelo que vc comentou é muito mais pesado que o filme. Fiquei curioso por conta disso.


Max 08/02/2023minha estante
Cuidado com a Régis...
Por vezes, suas resenhas são melhores que os livros! Pronto, falei!?


Regis2020 10/02/2023minha estante
É bem mais pesado que o filme mesmo, Alex.


Regis2020 10/02/2023minha estante
Será, Max? ?????


HenryClerval 17/02/2023minha estante
Você tem o dom de instigar com suas palavras. Ótima resenha.


Pedro Medeiros 22/02/2023minha estante
Se for bom como o filme, é um espetáculo.


Regis2020 03/03/2023minha estante
Obrigada, Leandro.


Regis2020 03/03/2023minha estante
As mortes são bem piores que no filme, Pedro.


lucas_pabl0 11/09/2023minha estante
O livro é realmente muito bom também recomendo assistir o filme que retrata muito bem o livro


Regis2020 12/09/2023minha estante
Já havia assistido ao filme antes de fazer a leitura, Lucas. ?




Cinara... 01/10/2020

Brutal!
"O mal é algo que está no ser? Ou é algo que está nas ações? Minha dor é constante e aguda, e não espero um mundo melhor para ninguém. Na verdade, desejo que minha dor seja infligida aos outros. Não quero que ninguém escape."

Esperei tanto por uma nova edição do Psicopata Americano quanto esperei pela edição de Cabo do Medo, mas ao contrário da decepção que foi Cabo do Medo, o Psicopata foi uma experiência única!
Nunca li algo tão brutal, violento, explícito e gráfico na minha vida!!!! O filme realmente é muito bem comportado!
Incrível! Muito bem escrito!
Alguns erros de digitação hein dona Darskide! "Mas eu tenho bebido quase vinte livros de água " não dá né!
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Queria Estar Lendo 08/09/2020

Resenha: Psicopata Americano
Resenhar Psicopata Americano vai ser difícil porque eis um livro perturbador como nenhum outro que li na vida. A controversa obra de Bret Easton Ellis, lançada aqui pela Editora Darkside - que cedeu este exemplar em cortesia - retrata uma mente perversa em todas as suas nuances, e por isso te prende do começo ao fim.

A história é contada pelo ponto de vista de Pat, o psicopata funcional e perturbador que vive na elite de Nova York no fim dos anos 80. Em meio ao luxo e à riqueza, a mente de Pat se desconecta da realidade para que ele realize seus crimes monstruosos a dezenas de vítimas, usando sempre a sombra de bom moço e do desconhecido para que nenhuma suspeita caia sobre ele.

Ler Psicopata Americano foi uma grande experiência de horror e desespero e raiva e medo. A escrita do autor é perturbada e te coloca justamente no lugar mais desconfortável da história - a mente do serial killer.

O protagonista, Patrick, é sádico. Insano. Violento a níveis extremos e asquerosos. É o tipo de livro cuja classificação indicativa ultrapassa os dezoito anos porque requer muita maturidade e consciência para encarar essas cenas gore; apesar de em partes eu ter achado muita coisa gratuita, entendo que é a mente de um cara que vive pelos surtos violentos. Não dá para esperar menos da narração de alguém assim.

O autor divide Pat entre esses episódios de descontrole total, onde ele se torna quase animalesco em sua sede de sangue e tortura, e os momentos apáticos para tirar ainda mais a humanidade dele. O prefácio inclusive cita isso como um motivo pelo qual o livro é tão focado em descrever coisas, a primeira vista, fúteis e inúteis.

São páginas e mais páginas de bens materiais luxuosos que não acrescentam, realmente, nada à narrativa, mas à desconstrução de qualquer traço humano do personagem que é Pat. Ele é uma máquina de informações consumistas e um surto de brutalidade e violência. Patrick é tudo que existe de pior em uma pessoa e além. Traços que já são horrendos por si só (sadismo, racismo, sexismo, homofobia, etc), no personagem, ultrapassam o absurdo.

Causa repulsa. Ódio. Dá vontade de jogar o livro longe e gritar. Por causar tudo isso, como a história que ela é, funciona.

Não é um livro que traz bons sentimentos em você, mas ele nunca existiu para isso. Assim como um livro de terror existe para aterrorizar, esse existe para perturbar. Pode não ser convidativo como história, mas é uma história a se discutir, principalmente porque a gente sabe que existem homens como o Patrick por aí.

Que têm muito poder ao seu alcance e usam e abusam dele - exageradamente, algumas vezes, ou moderadamente, mas de maneira inadequada da mesma maneira.

O final abre margem para maiores discussões a respeito da psiquê do personagem e de quão longe sua mente insana ainda poderia levá-lo - ou o havia levado. Quando terminei, estava só o John Travolta naquele gif icônico.

Não dá pra falar muito mais sobre o livro porque sinto que saber muito sobre o desenrolar da história entrega onde ela quer chegar - e onde talvez chegue ou talvez não chegue. É confuso? Sim. Tem muitas análises sobre o livro e o filme? Sim também, e eu vou assistir todas.

A edição da Darkside é uma das coisas mais lindas e combina o visual patriótico estadunidense com a bizarrice insana que é a narração do Patrick. Capa, diagramação, tudo impecável - a tradução do Paulo Raviere está muito boa e a revisão também não deixou nada a desejar.

Psicopata Americano é uma montanha-russa difícil e perturbadora que não é para qualquer um. Se tem estômago fraco ou se impressiona fácil com nuances e situações escancaradas de crueldade, não é uma leitura para você. Mas, se tem curiosidade de conhecer mais sobre a história que inspirou o filme e também sobre a mente de um dos maiores psicopatas que a literatura já viu, esse lançamento é uma oportunidade para isso.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2020/09/resenha-psicopata-americano.html
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Lucas Rocha 02/11/2011

Cruel e arrebatador
Charles Dickens talvez seja o primeiro autor que penso quando quero falar de alguma coisa que tenha relação com análise social. O autor inglês tornou-se famoso, em seus últimos trabalhos, por mostrar aos ingleses do século XIX quem eles realmente eram, mesmo que isso pudesse significar abrir algumas feridas nos egos alheios. Dostoiévski talvez também tenha feito isso, em uma escala menor, ao abordar os aspectos pessoais do indivíduo e analisá-lo como um bicho urbano e construído através da sociedade que o cerca, e não construtor dessa mesma sociedade.

Não é à toa que a edição de bolso da L&PM traz em sua capa uma citação de Norman Mailer que compara Bret Easton Ellis à Dostoiévski. A princípio pensei que pudesse ser presunção tentar equiparar dois autores tão distantes, sendo Dostoiévski um dos parâmetros de literatura social existentes na história. Mas, ao longo da leitura do livro, pude perceber que a comparação é extremamente válida. Easton consegue, através de seu personagem principal, Patrick Bateman, mostrar uma sociedade norte-americana vazia e fútil, excessiva e preocupada em se calcar em aparências. Easton expõe essa sociedade em seus mínimos detalhes, utilizando para isso um personagem obsessivo, egocêntrico, cruel e maníaco, para dizer o mínimo.

O grande trunfo de Psicopata Americano é ser uma história sobre um personagem. Não há conflito imediato, não há plot, não há problema que precisa ser resolvido e que guia o leitor ao longo da narrativa. O livro é um exercício de exploração, de montar o quebra-cabeça que é Patrick Bateman, para, no fim, continuarmos a não entendê-lo. Easton é extremamente eficaz em sua escrita, e mostra para nós um personagem que, de início, é tímido e inexpressivo, mostrando-se até mesmo desinteressante nas primeiras vinte páginas, preocupado com seu corpo, as roupas que os outros vestem e o tema de seu programa matinal favorito. Até então, não passa de uma história comum sobre um cara que passa a vida inteira malhando, vendo TV e ouvindo música.

Mas, ao longo da narrativa, percebemos que as coisas são um pouco mais complicadas do que isso. Patrick Bateman possui um gosto bastante peculiar de torturar e assassinar mendigos, prostitutas, animais, crianças e qualquer coisa que possua um coração que bata regular ou irregularmente. Bateman é um personagem extremamente complexo: em alguns momentos, parece fazer de seus assassinatos consecutivos apenas mais uma das etapas de seu dia (acordar / tomar banho / fazer a barba / cortar a garganta da mulher amarrada na cama / vestir meu Armani / ir para o brunch), e, em outros, faz a morte parecer um processo complicado e inexecutável, como quando é perturbado por um homem que cisma que ele é homossexual e decide que a melhor opção é apenas se esquivar das tentativas do sujeito.

A crueldade de seus atos e seus pensamentos o ponto chave da narrativa. Easton nos brinda (ou nos atormenta, dependendo do ponto de vista) com jogos sádicos de sexo e tortura, que envolvem canibalismo, utilização de animais peçonhentos, artefatos perfurantes, cortantes, quentes, frios, pontiagudos, etc etc etc. As cenas são extremamente gráficas, chegando a beirar o insuportável em alguns momentos. E o jogo que Easton faz, durante os capítulos, é incrível: em um capítulo Bateman está torturando duas prostitutas com pregos, martelos, ratazanas e furadores de gelo e, no capítulo seguinte, gasta cerca de dez ou quinze páginas para descrever a discografia do Genesis ou da Whitney Houston, ou explica como se barbear corretamente durante a manhã, sem que a pele resseque.

O livro passeia entre delírios e realidade. O personagem muitas vezes idealiza diálogos em sua cabeça e, em certos momentos, essa linha não fica muito clara para o leitor. Não sabemos se ele está realmente dizendo o que diz e ninguém está prestando atenção ou se ele apenas imagina tudo aquilo. Sua obsessão é desenhada através de seus pensamentos: detalhar quais são as marcas de roupas e acessórios que cada um utilizada, descrever todos os cosméticos de seu banheiro, contar quantas vezes esbarra com um cartaz da peça Os Miseráveis na rua ou qual o tema do dia do programa matinal The Patty Winters Show, seu programa favorito.

Patrick Bateman é, ao mesmo tempo, um analista frio de sua sociedade e um produto da mesma. Ele funciona como um reflexo dos yuppies dos anos 80, investidores de Wall Street podres de dinheiro, viciados em cocaína e restaurantes de luxo, que despejavam seu dinheiro inesgotável em roupas de marca e novidades tecnológicas. Ele é a metonímia dessa sociedade, acrescentado o fato de que é um psicopata sádico e canibal, que mata (ou pensa matar, uma vez que todas as mortes podem ser interpretadas como uma forma de delírio, se relativizarmos ao máximo o livro) com a mesma facilidade com que respira.

Um personagem extremamente conturbado e complexo, construído de forma a nos deixar com uma sensação de que ele realmente existe ou pode ter existido em algum momento, e que nos faz refletir sobre a sociedade em que vivemos e como somos mesquinhos, em menor ou maior grau.

(Leitura recomendada para quem tem estômago forte. Sério. Acho que foi o único livro, até hoje, em que fiz careta enquanto lia, tamanha a crueldade e detalhismo de algumas passagens.)
Daiane.Drewke 29/11/2011minha estante
Brilhante a sua resenha.


JCnaWeb 25/06/2015minha estante
Que resenha ! Parabéns.
Tô quase acabando o livro, o filme é um dos meus prediletos.




Andrea 18/05/2021

Loucura total.
? Resenha: Psicopata Americano?

Estar na mente de Patrick Bateman é pertubador.

? O livro é narrado em primeira pessoa, misturando ações e pensamentos de Bateman, um yupie da década de 80 com a mente rasa e muito, muito pertubada.

? Vemos a superficialidade que Batman nos passa quando ele descreve alguém: roupas, acessórios, sapatos. Não sabemos o rosto, a altura, ou qualquer detalhe que nos traga alguma humanidade nos personagens. Porque é exatamente assim que ele vê. Rolex. Bottega Veneta, Armani, Lobotin. As pessoas são o que elas vestem e onde elas frequentam.

? Com o passar das páginas, vemos a decaida mental de Pat. Exercícios, 200 abdominais em 3 minutos. Água Evian. Garotas de programa. "Aquela cabeça ficaria ótima no meu freezer". Mendigos são restos da sociedade. Animais sendo torturados por prazer. " Aquela garota viraria um ótimo bolo de carne". Entender não é difícil. Compreender é. A violência é crescente. A loucura também. Acompanhar esse ritmo é insano.

? O único detalhe que realmente cansa é ler tanta marca de roupa. E descrições desnecessárias de aparelhos de som e o último álbum da Whitney Houston. Me peguei pensando como esse homem sabia qual marca era aquela saia ou aquele sapato. Provavelmente ele reduziu tanto as pessoas a isso que pra ele ficou tão natural como dizer se alguém tem olho verde ou azul. É cansativo porque a mente de Bateman também é. E isso é avisado no começo. Não é algo para se ler numa tacada só.

? Um livro difícil de digerir, mas, como sou a louca dos desgraçamentos mentais, eu amei!
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Flavio.Santos 24/03/2021

Um teste de paciência
Raramente desisto de ler um livro, ainda que se mostre lento e chato. Mas "Psicopata Americano" é um verdadeiro teste de paciência para os desavisados que viram o filme achando que a experiência literária seria melhor ainda. É uma obra onde o autor te estressa pelo excesso e pela brutalidade sádica ao mergulhar na vida e no mundo do protagonista. Faltando menos de 30 páginas acabei desistindo. Custava terminar o livro? Sim, não aguentei! Afora isso, aplausos para a edição fantástica e bem-acabada da DarkSide.
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Scarllet 02/08/2021

Esse livro é perturbador do começo ao fim, Patrick aparenta ser apenas um gostoso rico da wall street, mas nas horas vagas assassina mulheres, negros, pessoas em situações precárias e até mesmo crianças. A história vem trazendo o cotidiano do personagem, quando de repente você se pega em uma narrativa de crime. Em momentos Patrick está em momentos comuns como um ménage, e no outro está agredindo e estripando as acompanhantes. A narrativa do livro é muito bem escrita, apesar de não ter sido uma leitura fluida para mim. Adentrando na mente doentia de Patrick, vemos o quanto o ser humano pode ser dissimulado em qualquer meio, o famoso lobo em pele de cordeiro. Estou saindo completamente atordoada, mas ao mesmo tempo fascinada por toda complexidade desse livro...
A resenha acaba por aqui, preciso devolver umas fitas.
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Christian.Meneses 17/12/2021

Um mergulho na cabeça de um psicopata
Em ?Psicopata Americano? encaramos os EUA em meados da déc. de 80 sob a ótica de Patrick Bateman, um serial killer de Wall Street. Através da narrativa em primeira pessoa totalmente sem censura, Bret Easton Ellies não poupa o leitor: a experiência de imergir dentro dos pensamentos insanos de um personagem tão fútil e cruel como Bateman é assustador. Essa pretenção de nos fazer enxergar o mundo como o personagem principal é cumprida com louvor a partir de descrições excessivas, devaneios, detalhes do seu dia a dia e, claro, recheada de cenas extremamente gráficas e narradas detalhadamente, com toda a frieza e calculismo esperados de um psicopata, não só dos cruéis assassinatos cometidos pelo personagem principal, como também de estupro, racismo, gordofobia, misoginia etc.
E é exatamente a partir dessa estratégia narrativa que o autor tece suas críticas ao estilo de vida norte americano: ao consumismo, a desigualdade social, a sexualização, ao consumo de drogas, ao fetichismo, a cultura de massa e a alienação.
Porém, apesar de gostar e compreender a intenção do autor, acredito que ele se perde em diversos momentos. A partir de um momento a narrativa passa a ser muito cansativa, com páginas e páginas de Bateman descrevendo cada item do seu figurino e de todos os seus amigos, de todos os produtos que ele usa durante o banho e uma analise de cada faixa de seus discos favoritos. Ademais, as cenas de assassinato alcançam um nível de sadismo surreal, a ponto de eu fechar o livro várias vezes para dar uma respirada antes de continuar e, sem exageros, segurar a ânsia. Por fim, sendo proposital ou não, me incomoda o fato de vários acontecimentos do obra transitarem entre o real e o devaneio. Há cenas que, excluindo a possibilidade de serem inventadas pelo personagem, nunca poderiam acontecer na vida real sem que ele fosse descoberto.
No fim, é um experiência válida pra quem tem estômago e força de vontade, mas está longe de ser um livro que eu indique pra qualquer pessoa.
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eyeen 27/04/2023

Brutalmente Fantástico
Esse livro contem grotescas cenas que complementam a casualidade com qual a história é desenvolvida de uma forma tão alienígena à realidade as vezes que se torna surreal, e isso tudo é feito muito competentemente para tentar mostrar como Patrick Bateman vê o mundo.
Recomendo este livro porém alguns dos temas e descrições são muito fortes.
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Drika.Neske 01/11/2020

Livro desconfortante, muito pesado e de revirar o estômago. Nenhum dos personagens dos livro são passiveis de se gostar, principalmente o personagem principal. Ambientado em diálogos e descrições extremamente vazias e fúteis (o que acaba deixando a leitura maçante). Uma coisa não se pode negar é uma leitura original.
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jeransan 03/06/2021

Leitura densa
O livro é uma obra prima. Há uma grande crítica ao capitalismo e ao consumo desenfreado norte-americano. Contudo, a leitura é densa e sofrida (afinal, estamos na mente do psicopata americano). Tive que ler os capítulos aos poucos, pois alguns eram chocantes a ponto de me deixar nauseada enquanto outros eram preenchidos com NADA. O protagonista descreve o tempo todo o que cada pessoa está vestindo e chegou uma hora em que eu simplesmente não aguentava mais a palavra peito-duplo. Ao mesmo tempo, o fato de que Patrick reconhece uma marca de roupas só de bater o olho, enquanto tem dificuldade em reconhecer as pessoas foi uma sacada genial do autor.
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Fernando Lafaiete 24/12/2020

Psicopata Americano - Bret Easton Ellis | O que dizer sobre a tortura que me foi ler este livro?
******************************NÃO contém spoiler******************************
Resenha postada originalmente em: https://www.mundodasresenhas.com.br/

Autor: Bret Easton Ellis 

Editora: Darkside Books / Gênero: Terror Psicológico / Idioma: Português / 432 páginas

A obra de Bret Easton Ellis sofreu constantes rejeições por parte das editoras até que seu lançamento de fato ocorresse em 1991. Com um personagem feito para incomodar e utilizado como ferramenta narrativa para criticar o sonho americano (de enriquecer e viver uma vida de luxo), o autor nos mergulha (na verdade nos afoga no meio do processo) em uma trama repleta de absurdidades e crueldade em um nível difícil de explicar.  O livro é magistral se analisado pelo âmbito crítico que possui e pela assertividade da escrita em elevar a futilidade e o vazio tanto do personagem quanto da sociedade a qual ele pertence. Indo e voltando em cenas que parecem ser a cópia uma da outra, Ellis não deixa na subjetividade as críticas que deseja fazer, deixando mais que claro seu posicionamento a respeito da parcela da sociedade que é movida pelo consumismo irrefreável, fútil e desproposital. Contudo, tamanha magistralidade não me foi o suficiente para sustentar o romance e os alicerces que deveriam mantê-lo de pé.

Fiquei um bom tempo pensando e organizando meus pensamentos em relação a obra supracitada, que ao terminar a leitura de Psicopata Americano senti um alívio tremendo. Tal dificuldade não provém apenas da temática da obra, que por si só já é bastante indigesta. Mas a forma como a trama é desenvolvida, é de uma morosidade tão extrema, que a leitura me foi uma tortura imensurável do início ao fim. Patrick Bateman - o protagonista da obra em questão - é uma pessoa tão asquerosa que o classifico como o pior da humanidade; o lixo humano que nem deveria existir. Homofóbico, misógino, racista, egocêntrico, xenofóbico, fútil, mesquinho, cruel, fã de Donald Trump, e um psicopata sem limites morais e sentimentais. Estar dentro da cabeça de um personagem tão negativo quanto este é torturante. A narrativa em primeira pessoa é desconfortável, irritante, sufocante, tediante e cansativa.

"Ao entrar na tinturaria chinesa, passo quase encostando por um mendigo suplicante, um velho, quarenta ou cinquenta anos, gordo e grisalho, e bem quando vou abrir a porta reparo, ainda por cima, que é também cego e piso-lhe o pé, que na verdade é um coto, fazendo-o derrubar a caneca, espalhando os trocados por toda a calçada. Fiz isso de propósito? O que você acha? Ou fiz sem querer?"

A primeira metade da estória é formada de vários nadas. Descrições infinitas das vestimentas dos personagens, diálogos que não chegam a lugar nenhum sobre moda, restaurantes, mulheres (que são a todo momento objetificadas), babações de ovo a Donald Trump, descrições sobre tratamentos de pele e cenas de sexo com liguajar e descrições chulas e vulgares. É tanta futilidade por metros quadrados que cinco páginas parecem cem. É tanto egocentrismo do personagem central e das pessoas que o cercam que cheguei a ficar com ranço de todos os personagens ao ponto de torcer pela morte de todos, sem excessão (me refiro exclusivamente ao ciclo de amizade que orbita ao redor do protagonista). Os cenários se repetem capítulo a capítulo e o desequilíbrio do personagem central entrega aos leitores momentos sem nexo, que me fizeram revirar os olhos e ficar em um looping de incompreensão em relação ao demais personagens da trama. O que faz alguém manter uma relação de amizade ou de qualquer outra natureza com alguém que do nada deixa claro que tudo que mais deseja é te esquartejar, te degolar ou te torturar? O que faz alguém achar bacana manter uma conversa com alguém que claramante é fissurado e apaixonado (de forma mórbida e venerativa) por psicopatas famosos, sendo quase que um especialista no assunto? Sem contar as personagens femininas que são constantemente humilhadas e continuam se relacionando com o demônio humano do protagonista. Tudo um verdadeiro saco!

A segunda metade melhora, começa a entregar o que já esperava encontrar e o ritmo se acelera, mesmo que não se mantenha de forma equilibrada. Não há um nivelamento quanto ao ritmo de leitura, o que transforma o processo de ler  Psicopata Americano em uma maratona que nos desafia a ir até o final sem desistirmos no meio do caminho. As cenas de assassinatos são brutais, bem descritas, sanguinárias ao extremo, chocantes e perturbadoras. Gostei desse aspecto do livro ao ver que o autor não nos poupa, não economiza nas palavras e não deixa de nos entregar cenas que nos tira do eixo. Entretanto, a narrativa sofre quebras de ritmos com as infindáveis divagações do personagem narrador que passa páginas e mais páginas falando sobre algum filme que aprecia ou destrinchando faixa a faixa de algum album de bandas que sente prazer em ser fã. A obra possui tantas incongruências que fiquei sem entender como muitas das situações ocorriam sem que ninguém fizesse nenhum questionamento a respeito. Tanta coisa absurda no meio de tantos nadas que Psicopata Americano parece ter 5.000 páginas, tamanho a demora desse livro acabar. Em alguns momentos cheguei a ficar tão irritado que hora cogitava abandonar a leitura e hora ansiava por algum assassinato para que o livro saísse de sua monotomia e entregasse um pouco de emoção. O que não me foi nada aprazível nem no quesito leitura, nem no quesito psiológico; já que todas as cenas de assassinato me deixaram muito mal, ao ponto de as vezes eu me pegar com um nó na garganta, com os olhos arregalados e sem força pra chorar. As vezes me pegava com nojo e as vezes finalizava minha leitura do dia com dor de cabeça. Uma leitura que me massacrou, me deixou pra baixo e aumentou minha desconfiança com relação as pessoas que me rodeiam.

"[...] empurro inutilmente uma faca pelo seu nariz adentro até sair fora pela testa, cortando a carne, mas aí lhe arranco o osso do queixo. Ela ficou só com a metade da boca que eu fodo uma vez, depois duas, três vezes ao todo. Sem me importar se está ainda respirando ou não, eu lhe arranco os olhos, usando finalmente meus dedos."

Definitivamente Psicopata Americano não me foi uma leitura agradável em nenhum aspecto. Já esperava algo pesado e confesso que gosto de livros que me desafiam e em que o sangue escorre pelas páginas. Mas o desequilíbrio narrativo do romance de Bret Easton Ellis me incomodou, me irritou e me fez querer durante toda a leitura que o livro acabasse o quanto antes. Detestei o final, achei algumas situações sem sentido (as incongruências já citadas) e considero Patrick Bateman a personificação do demônio na Terra. Que ele seja sensato e assim como Braz Cubas, reflita depois de morto o quão desprezível foi em vida e repita a frase do célebre narrador defundo de Machado de Assis, dizendo para si mesmo a famosa frase: "Não tive filhos. Não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria".

PS. O livro deu origem ao elogiado filme de Mary Harron lançado nos anos 2000 e protagonizado por Christian Bale. O mesmo se tornou ao longo dos anos em um clássico da sétima arte. 
Amanda 29/01/2021minha estante
Depois de tu me desejar boa sorte e paciência, fiquei com um pé atrás para ler. Aí na introdução já diz que ele faz descrições demasiadas - coisa que odeio - e agora vi que tinha resenha tua e vim ler... Nossa senhora, eu não tenho paciência com livro moroso não...




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