Carolina3048 03/02/2011
(L)
Por se tratar de uma obra de Jane Austen, eu já comecei sorrindo e totalmente convencida de que eu amaria cada linha.
Não posso dizer que me mantive tão confiante assim no primeiro capítulo, mas apenas por que me senti um pouco confusa com tantos sobrenomes e ligações ditos em uma avalanche de informações sobra a família Elliot. Ou talvez eu estivesse apenas um pouco enferrujada, porque logo me vi encantada com os capítulos que se seguiram.
Anne Elliot, a heroína do livro é mostrada com a idade de 27 anos na maior parte do livro. É inteligente e tem um humor meigo e perspicaz. Filha do meio, tem duas outras irmãs, a mais velha e mais bonita, Elizabeth e a mais nova e de pouca importância, Mary.
De cara é fácil perceber que na família ninguém da importância pra Anne. O pai e Elizabeth são unidos pelos laços da beleza e tolice que eles julgam muito importantes e Mary, tendo se casado com um pretendente rejeitado de Anne, Charles Musgrove, vive em outra casa com o marido e os filhos.
Até esse ponto, pouco, nada é dito sobre o comandante Wentworth, porém, quando uma ameaça de ruína financeira obriga os moradores do Solar de Kellynch a alugarem a casa e mudarem pra Bath o livro ganha outra perpectiva. Passei então a devorar as páginas.
Anne se vê novamente com a possibilidade de reencontrar seu antigo amor e pretendente que, por força de persuasão da amiga Lady Russell, ela rejeitara para o bem de ambos.
De todos os personagens, os que mais gostei foram Charles Musgrove, cunhado de Anne, o almirante Croft, que alugou o Solar de Kellynch, sendo portanto o meio pelo qual Anne pode reencontrar seu antigo amor e claro Frederick Wentworth, cunhado do almirante e antigo pretendente de Anne.
É um livro de narrativa leve e tão gostosa quanto Orgulho e Preconceito, perdendo em muito pouco pro mesmo. Anne Elliot não é tão orgulhosa quanto Eizabeth Bennet, mas tem em vários pontos pensamentos parecidos. São inteligentes e levemente irônicas. Em outros pontos não há semelhança, por isso não existe da fato uma comparação entre os dois livros.
Gostaria de poder colocar nesta resenha a carta do comandante Wentworth para Anne, mais seria precipitar um prazer que deve ser apreciado no momento certo do livro. Então vou colocar apenas a frase que mais gostei:
“I offer myself to you again with a heart even more your own than when you almost broke it, eight years and a half ago.”
E também a mais famosa:
“You pierce my soul.”
A carta me passou uma sentimento incrível e apesar de breve, foi a melhor parte do livro. Consegui me sentir, acredito eu, como Anne Elliot naquele momento de infinita felicidade.
Portanto, por todos os bons momentos que passei lendo o livro, ele entra para os meus favoritos, bem ao lado de Orgulho e Preconceito.