Lara.Dias 14/02/2018
O livro narra as origens da transformação de um estado social para um estado penal a partir de 1970 nos EUA e sua irradiação para a Europa, e paises perifericos. Relaciona as politicas neoliberais com a teoria da tolerancia zero fomentada maciçamente pelos discursos midiaticos do aumento da deliquencia juvenil e violencia urbana. Discorre sobre a base da teoria da tolerancia zero, uma ideologia que suprime a classe social realizando uma explicação psicologica, individualista, cognitiva sobre as desigualdades e sobre o crime, a qual promove a perseguição dos pobres nos espaços publicos, a perseguição da pequena deliquencia, o recrudescimento das penas, e o abandono do ideal da reabilitação. Tal politica penal geral conseuqencias sociais devastadoras com detenções abusivas, sobrecarga dos tribunais, o surgimento de um verdadeiro complexo comercial carcerário-assistencial, e uma hiperinflação carceraria que acaba levando a questão da privatização das prisões. Esclarecedor compreender que tal politica penal funciona também como politica territorial uma vez que substitui o gueto como instrumento de segregação de grupos considerados perigosos, de forma que não se pode compreender a hiperinflação carceraria nos EUA sem considerar a questão racial, da mesma forma na europa, há que se considerar a questão dos imigrantes. Por fim, a criminalização da miséria redifine os problemas sociais em termos de segurança, e cria novos problemas mascarando os niveis de desemprego e acelerando o desenvolvimento dos subempregos degradantes a partir da lógica de mais Estado penitenciario e menos Estado social. Leitura essencial para compreensão de questões contemporaneas referentes também ao Brasil.