Dudu Menezes 29/06/2024
Clássico do gênero
Leitura concluída, por aqui, neste mês em que as leituras não fluíram muito. O Silêncio dos Inocentes é um livro que foi adaptado para o cinema, no início da década de 1990, e que eu assisti, há algum tempo, mas não trazia muitas recordações.
O filme foi amplamente premiado, no Oscar, com Anthony Hopkins e Jodie Foster levando os prêmios de melhores atores, e no livro, é bom que se diga, o ponto alto é, de fato, os diálogos travados entre os dois.
A trama gira em torno do assassinato brutal de cinco mulheres, que são esfoladas por um psicopata em busca de "uma roupa construída pela pele feminina", devido à sua insatisfação com o corpo em que habita. Já percebe-se, neste ponto, uma atitude de vanguarda do autor, Thomas Harris, que vai discutir temas como a transexualidade em um período em que pouco se debatia esse tema.
O protagonismo feminino, a partir do papel de destaque da agente do FBI, Clarice Starling, ainda uma recruta em busca de um espaço na divisão da Ciência do Comportamento, investigando os assassinatos em série, também merece destaque, já que é ela - uma mulher - que tomara a dianteira na caçada ao assassino de outras mulheres, e isso em universo predominantemente masculino, como o da polícia.
A principal fonte para se obter informações que levem ao paradeiro do assassino, é o Dr. Lecter, um canibal, que por muitos anos atendeu todo tipo de pessoa, sendo um grande intelectual, mas, digamos, com "um mau hábito", de se alimentar de outros seres humanos. A forma complexa com a qual ele responde à investigadora e as reflexões provocadas por duas mentes que, em tese, estariam operando com objetivos tão distintos - desvendar um crime ou se divertir às custas disso - vão nos dizer mais do que procuramos como leitores em busca de um desfecho para um caso tão absurdo de violência contra as mulheres.
Mariposas, de uma espécie rara, são encontradas nos corpos das vítimas, e isso também se torna importante na investigação, porque nada é por acaso. São muitos os caminhos pelos quais percorre a mente humana e cada momento da nossa vida irá determinar uma ou outra circunstância tanto para o bem quanto para o mal. Nem tudo são escolhas...
Recomendo!