Déh Carvalho 20/06/2022
"Você tem que criar sua própria sorte!"
"Talvez o motivo pelo qual eu ainda estava solteiro era preferir a fantasia de um relacionamento à um de verdade. Eu escrevia sobre casamentos, mas minhas histórias terminavam na noite da cerimônia, antes do início de qualquer complicação. Eu não era apenas um romântico incorrigível - era profissional nisso".
"O romântico incorrigível" é um livro divertidissímo, uma daquelas histórias leves, perfeitas para ler antes de dormir ou para sair de uma ressaca literária.
Gavin é um homem solteiro de 37 anos. Embora tenha um cargo muito interessante - é repórter na coluna de casamentos do The Paper -, ele é assombrado pelo medo de acabar sozinho, já que, ironicamente é obrigado a comparecer a riquíssimos casamentos, sem nunca ter estado no altar e sente que seu tempo está se esgotando.
"Embora fosse embaraçoso admitir, eu era a criança que sonhava acordada com a lua de mel (...) Quando me imaginava adulto, via o casamento como algo central para a minha existência. E era. Só que eram os casamentos de outras pessoas, não o meu".
As situações pelas quais Gavin passa são muito engraçadas, ainda que desejasse esquecer o fato de estar solteiro, parece que tudo em sua vida gira em torno disso. E, não bastasse a pressão de sua família para que se case, Gavin pode ter perdido uma grande oportunidade de encontrar a pessoa certa - Melinda, a quem conheceu em uma festa de Ano Novo e que desde então tem ocupado intrusivamente seus pensamentos. Só há um porém: Gavin não teve coragem nem mesmo para pedir o telefone de Melinda e agora precisa colocar em prática um plano maluco para encontra-lá.
Além do protagonista, minha personagem favorita com certeza foi Hope e, apesar de torcer fortemente para que Gavin e ela formassem um casal, gostei de como a história se desenrolou. Adorei a temática, a forma como Gavin narra a própria história e, principalmente, as divertidas histórias dos casais que ele entrevista.
Ao invés de continuar falando muito, vou deixar mais alguns trechos do livro:
"Eu tinha me dado conta de que estar só não é apenas um sentimento. É uma marca. É a primeira coisa que os outros notam. Não importa o que mais você tenha realizado na vida, isso o deixa marcado a ferro como um fracassado aos olhos deles - e, o pior de tudo, aos seus também".
"Estive tão concentrado na ironia de ser um solteiro que escreve sobre casamentos que fiz vista grossa à capacidade de fazer importantes descobertas por acaso. Vinha fazendo meus artigos com os olhos fechados, vidrado nos prazos e na contagem de palavras, sem apreciar que cada casal que conheci tinha algo crucial a me ensinar. Eu só precisava descobrir o quê".
"Seu sorriso incandescente causou um curto circuito no meu cérebro. Não consigo parar de pensar em você, e ficarei eternamente grato se concordar em jantar comigo".