A Alma Encantadora das Ruas

A Alma Encantadora das Ruas João do Rio




Resenhas - A Alma Encantadora das Ruas


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Solange Sólon Borges 10/10/2021

O Rio de Janeiro na virada do século: costumes, cultura, arquitetura
O jornalismo literário, no Brasil, obrigatoriamente, conta com o nome de João do Rio, flâneur que desvendou o Rio em um momento que grandes obras eram construídas, revitalizando a arquitetura, mas em cada esquina havia um vadio, um malandro, uma miséria exposta da sociedade carioca. João passa por todos os tipos, relatando o que vê, como jornalista, e aprofundando as sensações, como um literato. Ele retratou as moçoilas casadoiras, as trabalhadoras que sonhavam com uma vida melhor, os gatunos, a vida no interior dos cortiços, as pequenas profissões existentes, a vida em torno do cais, no interior das prisões - por que se ama? por que se mata? João do Rio queria entender os tipos humanos. Mas também traz curiosidades: como os estabelecimentos com nomes tortuosos ou placas mal escritas: "Colxoaria de primeira Colxães contra purgas e precevejos", um hotel chamado Livre Câmbio ou a Casa do Pinto. Há retratos muito humanos, os imigrantes chineses, os chins', perdidos no vício do ópio; as mulheres mendigas, artistas na arte do fingimento, os pivetes praticantes de pequenos golpes. Quem visita hoje o Rio vê uma outra cidade diversa do subterrâneo que João do Rio expõe. Admiro o escritor que no seu tempo abraçou dois difíceis ofícios - ser jornalista e escritor. Além do mais, era mulato e homossexual assumido, posição corajosa em um século de tanto racismo e homofobia [persistente até hoje]. É ler a aprender com João do Rio o que vai nas veias da Cidade Maravilhosa.
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Fernanda 17/07/2021

"Vai o pobre para a cova
E o rico para a carneira
Mas ao fim de cinco anos
Ao abrir a salgadeira
Quer do pobre, quer do rico
Há só ossos e caveira."

A Alma Encantadora das Ruas foi uma boa experiência, minha primeira leitura de João do Rio. Rio de Janeiro que é encantador e ao mesmo tempo assustador. As ruas são ricas em arte, beleza e história.
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Wagner 12/01/2019

A DIVERSIDADE RACIAL CRIADA PELAS ESTRADAS...

(...) Não sei se lestes um curioso livro de E. Demolins, Comment la route crée le type social. É uma revolução no ensino da Geografia. " A causa primeira e decisiva da diversidade das raças" ,diz ele, "é a estrada,o caminho que os homens seguirem. Foi a estrada que criou a raça e o tipo social (...) A rua fatalmente cria o seu tipo urbano como a estrada criou o tipo social (...)

in; RIO, João do. A Alma Encantada das Ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. pg 40/41.
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~Coppi~ 24/07/2018

A Alma Encantadora das Ruas
A alma encantadora das ruas
Foi um livro bom, mesmo tendo a chatice de ter que cumprir com data e escrever uma resenha.
Todos os capítulos tiveram uma crítica social interessante sobre a população carioca e sobre o Brasil num geral. Agregou-me algo, sem dúvida, mas agora gostaria de manter um pouco de distância.
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Juh_Oliveira 14/02/2018

Chatinho, mas vale a leitura
Achei o livro meio cansativo, mas é muito válida a leitura pois fala do cotidiano carioca no início do séc. XX. Engraçado ver como algumas coisas não mudaram e assim entender a formação do nosso povo.
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Mr. Jonas 03/02/2018

A Alma Encantadora das Ruas
No início do século XX, o Rio de Janeiro pretendia respirar modernidade. Grandes transformações urbanas aconteciam na cidade na época e foram registradas por seu maior cronista: João do Rio, pseudônimo do jornalista Paulo Barreto.
A Alma Encantadora das Ruas é seu terceiro livro e seguramente o mais importante. Aqui, o autor faz um inventário único sobre o que se vê nas ruas da cidade. Vemos o Rio de Janeiro daquela época pelos olhos sensíveis de um observador capaz de perceber as contradições da modernidade, presentes principalmente na diversidade de tipos humanos e na desigualdade social.
A obra é dividida em cinco partes, sendo que a primeira e a última são conferências proferidas em 1905. As demais partes se desdobram em vários textos. “A rua” detalha o espaço público ocupado por diferentes tipos de pessoas; “O que se vê nas ruas” é uma descrição minuciosa e fascinante de várias profissões que ocupam as ruas e também de festas populares;“Três aspectos da miséria” descreve as terríveis condições de vida dos operários e a mendicância, inclusive infantil; “Onde às vezes termina a rua” contém relatos dos presos da Casa de Detenção e, por fim; “A musa das Ruas”, uma espécie de celebração da pujança das ruas, com sua fascinante diversidade.
O texto impressiona pela sua unidade, pois é uma reunião de várias reportagens, crônicas e duas conferências, que, no entanto, formam uma unidade coerente, um panorama sem retoques do Rio de Janeiro da época.
França 17/11/2018minha estante
Ótima resenha! Organiza mais a leitura




Ana Paula Paim 02/02/2018

Os anos iniciais do século XX na então capital da República do Brasil registram momentos de grande efervescência, marcados por profundas mudanças no cenário político, social e econômico da cidade do Rio de Janeiro. É neste cenário que Paulo Barreto (1881-1921) despontou para a vida jornalística e literária. Entretanto, para alcançar um público maior e mais diversificado fez uso de vários pseudônimos, granjeando notoriedade sob o pseudônimo de João do Rio. O João da então capital do país, em busca das notícias que estampariam as edições dos jornais percorria a cidade, desde sua parte central até os locais mais longínquos, no subúrbio, registrando o que se via pelas novas avenidas, ruas, becos e vielas. Assim, a cidade e os seus personagens, com seus vícios e mazelas e seus louvores e glórias, foram eleitos como temas de sua vasta e diversificada obra.
Inspirava-se nas pessoas, desde os moradores de rua até a elite que enchia os grandes e requintados salões. Inspirava-se nas atitudes humanas, na capacidade de agir conforme fins determinados e no discernimento e aceitação de valores. Sua obra, apesar de representar um registro da realidade, ganhou status de literatura através do seu toque pessoal, com a inclusão de elementos, imagens e tonalidades artísticas.
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r.morel 05/04/2017

Gastando sola de sapato pelo Rio
Produtivos passeios os do flâneur João do Rio - um dos trinta e três pseudônimos de Paulo Barreto - pelas ruas do Rio de Janeiro, capital da República. Observador, nada escapa do seu olhar curioso. Observador, relata com poesia e graça os lugares e as pessoas, a vida e as vidas do povo.

Caminhou entre os chineses viciados em ópio (o crack dos pobres do período); pelos presídios (conversando com detentos e detentas); sentiu a dureza do trabalho dos estivadores do porto; correu dos “urubus” (os agenciadores das funerárias); correu e fugiu, mas, foram eles que não escaparam de João do Rio.

“A alma encantadora das ruas” (primeira publicação em 1910) reúne ensaios/conferências no prólogo (“A Rua”) e no epílogo (“A Musa das Ruas”) e uma mistura de crônicas e reportagens, registros do visto e escutado sem a chatice objetiva, isenta, imparcial, insossa e usual que lemos nos jornais do globo ou pelas folhas de São Paulo.

Antes da turma da revista The New Yorker; antes de Truman Capote e Tom Wolfe; antes do almofadinha Gay Talese (os capítulos sobre a cidade de Nova Iorque no livro “Fama e Anonimato” são irmãos camaradas dos textos de João do Rio, porém, mundialmente invejados como diamantes de 75 quilates jamais lidos); antes do aclamado New Journalism e bem antes do Gonzo Jornalismo louco de Hunter S. Thompson, o dândi João do Rio gastava incontáveis solas dos seus sapatos ingleses atrás de acontecimentos e eventos únicos.

João do Rio sabia contar histórias. Não foi o pioneiro, como a introdução (de Raúl Antelo) explica ao citar alguns franceses que faziam algo semelhante ao conhecer os tipos de Paris em seus boulevards. Não é cópia, contudo. Mentes criadoras funcionam de maneiras inesperadas. Os franceses tiveram a chance deles e aproveitaram. João do Rio, sem patriotismo exacerbado (Brasil!), posiciona-se no topo. Seu olhar era capaz de encontrar os detalhes sutis da vida e do comportamento.

O vocabulário requintado e barroco do ensaio “A Rua”, que custa a engrenar, cede o palco para a viagem de prazer das 25 crônicas divididas em 3 blocos: “O que se vê nas ruas”; “Três aspectos da miséria” e “Onde às vezes termina a rua”. São textos curtos, pois, originalmente eram direcionados para o público dos jornais. Certas crônicas, que possuem um amor e carinho maior do autor, são fortes e excelentes visões da rotina, e, hoje, tornaram-se preciosos documentos históricos.

É curioso notar como, passados 100 anos, as pessoas e as suas vontades permanecem parecidas. Em “As mariposas de luxo”, o melhor texto do livro, o narrador acompanha um grupo de moças com seus 20 anos que retornam do trabalho. Moças pobres maravilhadas com os produtos das vitrines; as joias e as roupas e as flores… A crônica data de 23 de março de 1907. É espantoso! Como essa vida de antigamente, que dizem ter cheiro de mofo, é igual a excitante vida contemporânea excluindo um reles detalhe aqui, ali, alhures (impressionante e inspirador).

A crônica “Os cordões” merece um destaque: João do Rio infiltra-se, cauteloso, nos cordões de lança-perfume dos antigos carnavais (logo ele, um flâneur que aprecia multidões desde que o ajuntamento de pessoas sobre pessoas não esteja sobre ele; imaginem o João do Rio na Banda de Ipanema ou no Cordão do Bola Preta: infartaria fácil, fácil). Lá, como cá, as multidões eram arrastadas pelos batuques e marchinhas, curtição total, carnaval é carnaval, sempre foi e a ideia é a loucura desenfreada em busca de bebida, em busca de mulher, em busca de homem, em busca de entorpecentes, em busca de prazer - brincar o carnaval: quem escuta pensa em crianças fantasiadas e confetes pelo chão… mas sabemos que não funciona idealmente como em um mundo mágico de Pierrôs, Colombinas e Arlequins.

Existem numerosos livros sobre cidades e as pessoas e as suas vidas. O Rio de Janeiro de João do Rio, que é o nosso Rio, é dos mais desejados, vistos, anotados e comentados por curiosos gringos estrangeiros e descobridores nacionais bisbilhoteiros. Estão certos e com a razão. É uma boa cidade e caminhar por suas ruas sempre traz algo interessante.

site: [Outras Breves Análises Literárias em popcultpulp.com]
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David Ariru 10/11/2016

Jornalismo ou literatura?
O estilo de escrita do texto e a abordagem dos temas nos faz pensar se esta obra é apenas jornalismo ou arte.

O modo da escrita é o característico do início do século passado, cheio de palavras rebuscadas, bastante descritivo e com muitas referências aos clássicos. E isso, juntamente com o estranhamento do contexto histórico, torna algumas partes do livro difíceis de serem assimiladas e até enfadonhas. Entretanto, tudo isso é vencido pelo prazer de conhecer a história não contada do Rio, deixar um pouco de lado a elite para saber o que o povo realmente fazia e pensava. A história que, apesar de ser geralmente ignorada, é, quem sabe, a que mais influência e ajuda na formação de um povo; a história do próprio povo, deixando de um pouco de lado o costume de decorar os grandes feitos para saber o que pensa a massa a respeito deles.

E como era o povo do Rio de Janeiro naquele tempo? É triste o que lemos, porém, em vários aspectos, é também entusiasmante saber que no seio de tanta desigualdade existiam seres interessantíssimos. Talvez, se um jornalista se propusesse a fazer o mesmo que fez João e ir até o fundo da atual escória, o resultado poderia ser bem similar ao desta obra ou mesmo pior.
Outra pergunta vem à mente. Quem lia jornais nesse tempo? Ou melhor, quem era o público ao qual se dirigiam essas crônicas? Aparentemente um com alto nível cultural, mas...não sei.
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santanalimal 01/08/2014

Cotidiano e sociedade
As crônicas-jornalísticas de João do Rio são um registro de tipos humanos e hábitos do Rio no início do século XX.
Mais que um relato cotidiano, mais que uma observação de rotina, a obra tem uma abordagem sociológica muito presente, porém sem ser analítica.
Os escritos nos levam a tirar toda a capa de nostalgia de que no passado a moralidade e os hábitos eram melhores.
Vemos pelo que o autor escreveu, que há cem anos, a cidade já era pura miséria, crime e drogas e, ao mesmo tempo, encanto, poesia e arte.
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Bia F. 15/11/2013

Tive que ler para a escola...
... e mesmo assim abandonei porque é muito chato. A forma do autor de conduzir a narrativa é muito cansativa.
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Arsenio Meira 06/08/2013

As ruas nunca mais foram as mesmas depois de João do Rio


Antes de Gay Talese ou Truman Capote, longe de Nova York ou do Kansas, um gordinho cheio de manha, chamado Paulo Barreto misturou jornalismo e criação literária em textos publicados por jornais e revistas do Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX.

Ele assinava seus escritos como João do Rio e, com esse pseudônimo, ficou conhecido como um dos inventores da crônica como gênero literário.

Ao término da leitura, percebi a grande diferença entre os criadores do New Journalism norte-americano e o processo de criação de João do Rio.

Talvez minha percepção e meu raciocínio sejam simplórios, mas arriscaria dizer que a turma de Talese, Capote e Tom Wolfe adicionou vários elementos de técnicas literárias à construção de reportagens.

João do Rio, por outro lado, introduziu elementos de reportagem em páginas que eram cativas de escritores, poetas e políticos dos mais variados.

O pessoal do New Journalism inseriu os sentimentos, pensamentos e caracterização de personagens, linguagem poética e descrição subjetiva de cenas ou acontecimentos num ambiente em que as notícias ou artigos dos jornais e da maioria das revistas buscavam princípios como subjetividade, neutralidade, distanciamento. Emoção zero, portanto.

João do Rio fez o caminho inverso. Num contexto em que jornais eram usados como panfletos de grupos políticos ou plataformas de grandes escritores ou medíocres beletristas, ele foi às ruas tomar um banho de vida real. Banho de imersão, é bom dizer.

Ele testemunhou, acompanhou e conferiu de perto as transformações da cidade do século XIX, antiga capital do Império, que se transformava em capital da República, metrópole do século XX.

Respeito opiniões contrárias, mas não considero "A alma encantadora das ruas" um livro homogêneo. O primeiro texto, por exemplo, intitulado simplesmente “A rua” é uma espécie de apresentação ou cartão de visitas do autor.

As razões de ser do livro estão todas ali, numa prosa impregnada dos cacoetes da linguagem que hoje não facilitam a leitura dos leitores mais desatentos.

O melhor do livro, porém, é o que vem logo depois. As crônicas e artigos resultantes da observação da cultura e da organização do trabalho no Rio de Janeiro são imperdíveis, e foi o repórter João do Rio que escreveu obras históricas como “Os trabalhadores da estiva” ou OS seis textos produzidos logo depois de uma série de visitas ao presídio, provavelmente o Frei Caneca.

Uma característica marcante de João do Rio é sua capacidade de contemplar a vida e exaltar com estilo e humanidade a existência (sofrida) de pessoas completamente ignoradas pela literatura e pelo jornalismo da época. Ele foi um outsider - posto que na época em que viveu, impossível enquadrá-lo como literato de chás e bolos - e enxergou, entendeu e escreveu (sem hesitação) sobre todos os que viviam à margem.

Estivadores e prostitutas só saíam da invisibilidade completa em caso de crimes ou tragédias, mas João do Rio ignorou essa regra não escrita e revelou delicadamente as angústias de mulheres cumprindo pena ou o apego de assassinos e golpistas à monarquia recém extinta.

É bom fazer um alerta: as imagens elaboradas pelo autor para definir algumas situações eram rebuscadíssimas, bem ao estilo do século anterior. Um exemplo? “Essas venenosas parasitas do amor torpe num campo perdido do jardim do crime”. Ele está se referindo a mulheres presas por crimes passionais.

Elegante, boêmio e homossexual, João do Rio era figura fácil no Rio de Janeiro entre 1900 e 1921, quando morreu do coração dentro de um bonde. Traduziu a cidade e seu povo com tanto talento e clareza, que seu velório e enterro foram acompanhados por uma multidão de gente simples, que se identificava e muito com aquilo que escrevia.
Daniel 06/08/2013minha estante
Eu achei este livro surpreendente. Além do valor histórico e de ser muito interessante - é como ver um retrato do começo do século XX no Rio de Janeiro, ele consegue ser ao mesmo tempo cru e poético.


Arsenio Meira 06/08/2013minha estante
Também, Daniel. E felizmente, João do Rio foi descoberto pelas novas gerações, pois a depender do incentivo à leitura nos colégios, quando travamos contato mais firmemente com escritores brasileiros, lembro de nunca ter ouvido falar no nome dele. O que é, evidentemente, uma injustiça. Abraços




sonia 25/07/2013

Um desfile de misérias morais, mais do que pobreza.
O autor descreve, de maneira original e criativa, todos os detalhes da vida nas ruas - a começar pelos miseráveis moradores de rua.
O estilo é único.
O assunto, no entanto, é muito triste e deprimente.
Já li demais sobre miséria, já vi miséria demais pra consiguir rir desta situação.
E certamente me senti muito mal ao reconhecer cada tipo, cada malandragem, cada situação, prefiro viver uma outra realidade.
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