Bruno Araújo 22/06/2023
ENTRE A MORAL E O CASTIGO
Tentando interromper esse hiato compulsório de leitura, pois ando bem cansado da rotina e, por conta disso, não estou conseguindo engatar em uma leitura, me deparo com Ariano Suassuna, muito pela leveza, e um pouco pelo trabalho também porque “A Pena e A Lei” tornou-se obra obrigatória para os meus alunos que irão iniciar o PAS neste ano.
Suassuna traz nessa peça dividida em 3 atos ilustrações acerca da moral sob o recorte do comportamento brasileiro. Quem já leu ou já assistiu “Auto da Compadecida”, ou mesmo “Lisbela e o Prisioneiro”, este último assinado por Osman Lins, reconhecerá algumas semelhanças. São 3 histórias distintas que vividas pelos mesmos personagens. Em todos os atos é percebido a malandragem, a covardia e a canalhice dos personagens movidos por seus próprios interesses, todos dosados com uma boa quantidade de humor que Suassuna sabe fazer bem.
No primeiro ato é contado as peripécias de Benedito na tentativa de conquistar Marieta e, para isso, usa da esperteza para driblar os maiorais da cidade que também estão apaixonados pela mesma mulher. No segundo ato há também a malícia de Benedito, mas agora somada com a de Mateus e de Joaquim com o objetivo de escapar da prisão após um suposto roubo de novilho do fazendeiro Vicentão, o ricaço da cidade. Enquanto o terceiro ano, conforme já foi visto em “Auto da Compadecida”, os personagens são confrontados com a morte trágica e o julgamento divino por conta de suas ações enquanto ainda vivos.
É uma obra leve, de fácil absorção, curta, rápida e, sobretudo, divertida. Apesar de não ser exatamente inédita por parecer muito com a sua antecessora, “A Pena e A Lei” ainda comporta o melhor de Ariano Suassuna, tanto na comédia, quanto na sagacidade habilidosa do autor.
NOTA: 🌕🌕🌕🌕🌑
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