Cíntia Mara 23/04/2011FascinanteFascínio. Uma palavra é suficiente para descrever o que a Física desperta em mim. Desde que fui apresentada a ela, no cursinho pré-CEFET, não consigo ver um problema ou ilustração sem me interessar – e quebrar a cabeça pra resolver. Por isso, quando soube da existência deste livro, através de um colega de trabalho, não pensei duas vezes antes de incluí-lo no Desafio Literário 2011.
Quando li o primeiro dos oito nomes apresentados na capa, sorri. Foi ele, Isaac Newton, que junto com meu professor da época despertou toda essa paixão. Foi ele que me tentou a fazer faculdade de Física – até eu perceber que o “chamado” da computação era mais alto. E foi com ele, o último gigante da física clássica, que eu embarquei em uma aventura pelas vidas desses homens que mudaram o mundo com suas descobertas.
Pra quem gosta de Física e de História, o livro é fascinante e muito envolvente, pois mescla as duas coisas sem se tornar muito técnico ou muito erudito. Os físicos apresentados possuem personalidades muito interessantes e peculiares, algumas vezes mudando a imagem de “louco” que temos sobre eles, outras vezes reforçando essa mesma idéia.
Newton, por exemplo, era antipático, isolado e rancoroso. Einstein, um pouco mais sociável e pacifista, se casou duas vezes. Rutherford falava alto e gostava de ser o centro das atenções. Heisenberg jogava futebol. Etc, etc...
Cada um com seu jeito próprio. Todos no mesmo patamar de importância. O livro os coloca dessa forma e ainda menciona muitos outros que contribuíram para seus trabalhos¹.
A única parte chata da leitura foi que ler oito mini biografias em seguida pode confundir um pouco as coisas e ficar cansativo. Tanto que na metade do livro eu quis parar um pouco, mas acabei não conseguindo, rsrs. Sério, eu sei que muita gente não gosta nem de física e nem de história, mas repito, pra quem gosta é um prato cheio, pode ser tão bom quanto um romance, por exemplo.
Confesso que não é nada fácil fazer com que eu sinta orgulho de ser cientista², mas esses homens conseguiram tal proeza durante todo o livro. Sem algumas de suas descobertas, a computação certamente não estaria tão avançada quanto hoje, então que fique registrado também meu profundo respeito por cada um deles.
Sei que acabei falando pouco do livro, mas realmente não tenho muito mais a dizer. Só sinto que ele esteja um pouco desatualizado, seria excelente uma versão “Século XXI”, então por isso não leva cinco estrelas. No mais... Já disse que recomendo e que estou fascinada?
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¹ Uma curiosidade feminista: Na história da ciência, poucas mulheres são lembradas e eu não posso deixar de citar Marie Curie, que teve grande importância nas pesquisas de física quântica e foi a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel.
E, não tem nada a ver com o livro, mas só pra lembrar: Foi uma mulher, Ada Lovelace, a primeira programadora da história, e outra mulher, Grace Hoper, quem detectou o primeiro bug. Fim do momento feminista.
² Sim, por formação, eu sou cientista (da computação), apesar de nunca ter trabalhado e não ter a menor vontade de trabalhar na área acadêmica.
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http://www.cintiamcr.com.br/2011/02/gigantes-da-fisica-richard-brennan.html