spoiler visualizarLéo 10/11/2024
Êxtase.
O livro conta cartas de um menino chamado Charlie, enviadas a um "Querido Amigo" que não é citado na história. Nessas cartas, ele fala sobre seu desenvolvimento na história, que, na minha opinião, é incrível. Vamos começar apresentando e contando o desenvolvimento de cada um dos personagens no livro.
Charlie: Eu acho que no início eu não dava nada pro Charlie, achava ele meio estranho pra idade dele, relevei pelo livro se passar em 1991, mas como ele tem minha idade achei muito esquisito. Me comparei um pouco. Nas primeiras páginas, eu consigo entender que Charlie procurava alguém pra conversar, alguém que o ouvisse, entendesse e não tentasse dormir com as pessoas. Ele diz não querer que saibam quem é ele e diz que vai contar com nomes diferentes na história, mas, pra mim, são bem originais e eu não conseguiria pensar em outros nomes para os personagens que não sejam esses mesmos. No início do livro, Charlie se mostra muito transtornado pela morte do seu amigo Michel e a mudança de comportamento da sua ex-amiga Susan, que tinha um relacionamento com Michel, se aproxima dos populares e age de forma como se quisesse esconder o que aconteceu. Charlie tem um apego grande em sua Tia Helen, que no começo parece ter sido uma pessoa incrível e que fez muito bem pro Charlie, mas no final se mostra ser diferente. É um grande plot que será contado no fim dessa resenha. Ele tem um grande desenvolvimento de personalidade, o que antes ele fazia tudo pra se encaixar, agora ele sabe que faz parte, conseguiu ter uma boa relação com todos e consertar alguns erros, e se sente acolhido pelo grupo. Uma das coisas mais lindas que é citada no livro foi quando Charlie estava na picape de Sam, com Patrick e a própria Sam, ouvindo música, e ele diz que se sente infinito. Isso mudou a química do meu cérebro.
Sam: A Sam se mostrou desde o início do livro uma pessoa muito legal, muito amigável, sempre estando ali pra o que o Charlie precisava, e uma grande ouvinte das diversas vezes que o Charlie chorava. A Sam foi uma das principais personagens que ajudou o Charlie a ter um desenvolvimento melhor. Gostei muito que ela foi a primeira garota que o Charlie beijou, torcia muito pelo casal.
Patrick: O Patrick foi sensacional o livro todo. No início, eu tinha um pensamento diferente sobre ele, não imaginava que ele era gay e muito menos que namorava o Brad às escondidas, merecia coisa muito melhor, né!!!! O Patrick foi uma das pessoas que mais ensinou e acolheu o Charlie, que tava ali sempre ajudando, e isso foi muito bom pro desenvolvimento dele. Gostei também que foi mostrado os problemas do Patrick, que ele também teve um desenvolvimento e aprendeu a superar esses desafios, só achei que ele confundiu um pouco as coisas quando ele tentava beijar o Charlie, mas não vem tão ao caso mais. Patrick foi uma pessoa legal, que até quando todos foram contra o Charlie, ele estava lá.
Bill: Um professor de inglês que parecia ser chato no início, pedindo vários trabalhos pro Charlie e enchendo um pouco o saco, mesmo que o Charlie não se incomodasse. Ele ajudou muito o Charlie a saber falar em público, ajudou ele a entender muitas coisas, foi um amigo além de só um professor. Muito lindo que ele teve um desenvolvimento legal também, por mais que tenha sido de segundo plano, algo que não foi focado no livro, mas gostei muito que ele tenha voltado com a namorada, e que ela é uma pessoa boa, que tratou o Charlie muito bem, e que eles vão casar.
Mary Elizabeth: Bom, a Mary foi um caso difícil quando ela foi introduzida na história. Tinha uma personalidade forte e era bem falante, o que me fez pensar que ela era muito chata no início do livro, mas ela introduziu um pouco do lado sexual para o Charlie, e depois daí comecei a achar ela mais interessante e torcer para que eles ficassem juntos, mas não aconteceu e vejo que também não era pra acontecer. O Charlie não combinava com ela. Ela é muito expressiva, apaixonada por cultura alternativa, e o Charlie não gostava dela, o que fez acontecer o afastamento dele do grupo com o beijo dele com a Sam no verdade ou desafio na casa do Bob, mas ela teve um desenvolvimento muito bom, conseguiu ser amiga do Charlie, começou a namorar alguém que age da melhor forma com ela, e está muito bem.
Brad, Craig e Susan: Acho que ambos são bem parecidos, sem caráter e sem noção, não quero falar muito deles porque acho que nem desenvolvimento poderia se chamar o que aconteceu com cada um deles, só desprezo.
Irmã do Charlie: Ela é incrível. Em diversos momentos, eu amei como ela teve um desenvolvimento muito bom no livro, ficou muito mais próxima do Charlie, tomou algumas atitudes que eu discordei no início, mas ela mudou, se tornou uma irmã incrível e esteve muito presente no desenvolvimento do Charlie.
Irmão e Pais do Charlie: Bom, o irmão do Charlie se mostrou bastante desinteressante durante o livro, foi legal que ele é um jogador profissional, que foi fazer faculdade. Ele é um bom irmão pro Charlie, porque se ele se profissionalizasse iria pagar a faculdade do Charlie, mas eu senti ele muito ausente, que em vários momentos que o Charlie precisava de alguém, ele não tava lá. Os pais do Charlie não apareceram muito, mas nas vezes que apareceram, senti que eles foram pais muito bons para o Charlie, só senti eles meio fechados.
Não vou citar o Bob, Peter ou outros personagens que eu acho que não tiveram muita relevância pra história.
Por fim
Tia Helen: Ela foi o pivô da maioria dos problemas com o Charlie, sempre fazendo ele se sentir mal no aniversário dele, e parecia ser uma boa, um porto seguro pro Charlie, mas abusava dele, e esse foi o maior plot do livro, fez o Charlie ficar internado, e causou vários problemas, até na relação que ele teve no final do livro com a Sam, que poderia ter sido melhor e ocasionado um futuro relacionamento, que infelizmente não é citado no epílogo, mas infelizmente não rolou. Mas enfim, que bom que morreu, monstra!!
Epílogo: O epílogo desse livro é lindo, é a maior mensagem de ajuda a pessoas que estão passando por situações difíceis ou até mesmo doenças como depressão e ansiedade, automutilação e outras. Ele passa uma mensagem linda sobre não desistir, que mostrou que escrever cartas ajudou muito o Charlie, ele sentia que ninguém podia entender aqueles sentimentos, porque nem ele mesmo entendia. Ele se sentia louco, triste, deprimido e fora dele mesmo e do próprio corpo, mas que ainda assim existiam dias ótimos, passeios com músicas e pessoas bonitas que ele pode chamar de amigos. Agora vou citar alguns trechos que eu amei ler e que com certeza me mudaram muito;
"Sabe, amigo, existem milhões de nós. Milhões de pessoas que lutam com todo tipo de problemas (e vencem). Você ficaria chocado ao saber quantas pessoas entendem EXATAMENTE o que você está passando. Isto não quer dizer que o que você vive seja menos, de alguma forma. Menos significativo. Menos especial. Menos único. Ao contrário, significa que o que você vive é mais. É importante. Merece ser visto, falado e compreendido."
"Assim, se estas palavras fizerem sentido. Se você conheceu pessoalmente estas histórias. Se viveu ou testemunhou maus-tratos. Físicos. Sexuais. Emocionais. Se lutou com qualquer doença mental ou ama alguém que luta. Se está cercado por aqueles que chamam o que você é de diferente, em vez de bonito. Se sua mente ou seu corpo gritam pedindo paz, reconhecimento e compreensão, tenha uma certeza..."
"Você faz parte de uma família infinita. As pessoas que passaram por coisas horríveis e sobreviveram a elas. Se está lendo estas palavras, você VENCEU hoje. Está aqui. Está vivo. Tem opções. Pode se livrar de uma situação ruim. Seguir em frente. Reagir. Sair. Terminar. Convidar ela (ou ele) para sair. Escrever aquele livro. Compor aquela música. Ouvir a música. Assumir a direção. Aproveitar a oportunidade. E viver. Não importa a estratégia que escolher, você VENCE."
"Nós somos muitos mais do que eles jamais serão. E podemos nos encontrar. Podemos nos ajudar. Podemos conversar. E podemos construir uma vida ótima. A felicidade não é algo para os outros. É para você. É para mim. É para todos nós. Nós decidimos se seremos felizes ou não."
"Este é meu jeito comprido de lhe dizer obrigado, Querido Amigo."
"Vinte anos atrás, um jovem escreveu algumas cartas. Você respondeu a ele. E um adulto se inspirou a escrever de novo. Assim, só para o caso de esta acabar sendo minha última carta, quero responder a uma pergunta. A pergunta que mais fiz desde que suas cartas me encontraram. 'O que aconteceu com Charlie?' E posso contar o que aconteceu com Charlie em duas palavras...
Ele conseguiu.
E você também conseguirá."
Terminei esse livro em lágrimas, e tenho certeza que me fez refletir e mudar muitas coisas que eu penso. Me fez querer escrever cartas, sair, viver, me aventurar, passar por coisas que nunca imaginei passar, e agora é meu livro favorito. Essa foi a melhor leitura do meu ano, agradeço muito por ter lido esse livro, e eu não posso terminar essa resenha de outra forma, a não ser dizendo a frase icônica de todos os capítulos:
Com amor,
Charlie.