Letícia A. 29/06/2024
Falou, falou e no fim não disse nada.
Eu li esse livro no início desse ano e, quando terminei, avaliei com três estrelas, mas depois repensei minhas escolhas e decidi reduzir minha nota para duas estrelas.
Acho que o meu principal problema com esse livro foi minha expectativa, que era alta. Eu esperava encontrar um livro que explodiria minha cabeça e me deixaria reflexiva por dias, mas o que eu encontrei foi uma tentativa falha de causar impacto no leitor. E eu digo falha porque apesar de abordar temas impactantes, esse livro não os desenvolve direito, apenas tenta a todo custo criar frases que gerem um baque no leitor. O autor tenta ser poético, mas no fim, não traz nenhum desfecho decente o suficiente para as temáticas abordadas.
Um exemplo é a morte do melhor amigo do Charlie, que comete suicídio. Sem dúvidas a forma como isso foi trabalhado no livro foi uma das coisas que mais me incomodou, porque, justamente, não foi trabalhado. O assunto foi quase que completamente esquecido, sendo que, as poucas vezes em que ele era trago ao foco eram completamente aleatórias ao que o protagonista estava enfrentando no momento e, também, as reflexões geradas a partir disso não levavam a lugar nenhum. O assunto era tão esquecido que eu cheguei a pensar que era inútil na história e que não alteraria em nada se aquilo nunca tivesse acontecido.
Outro exemplo é o plot final, quando o Charlie se lembra de ter sido abusado pela tia quando mais novo. Um plot trabalhado de forma super corrida, desenvolvido em, literalmente, dois capítulos, se é que dá para chamar aquilo de desenvolvimento. Mais uma das tentativas do autor de gerar comoção nos leitores, mas assim, sem desenvolver quase nada do assunto e aí, simplesmente, acabar com o livro? Quando eu fechei o livro a única coisa que vinha a minha cabeça era: tá bem, mas e aí?
A história é repleta de situações do cotidiano do protagonista sendo narradas desnecessariamente, vários personagens secundários sendo apresentados e com problemas que tinham mais foco que os problemas do protagonista. Por exemplo, eu não me importava se o irmão do Charlie namorava uma líder de torcida na faculdade, ou com que livros o professor do Charlie pedia para ele ler, mas tinha que ler sobre aquilo enquanto o que realmente interessava era deixado para escanteio. O plot final seria tão melhor desenvolvido se, ao invés dessas narrativas secundárias inúteis, ele tivesse sido trabalhado?
Honestamente, durante grande parte do livro eu senti que o Charlie era coadjuvante, de tão esquecido que ele era para que os amigos ou a família dele tivessem foco.
O que me fez dar duas estrelas para esse livro e não zero é que, apesar dos pesares, a leitura é fluida de forma que, mesmo que, em sua grande maioria inúteis, as situações narradas fossem fáceis de se ler e entender. Além disso ouveram momentos em que o autor conseguiu fazer aquilo a que se propôs, me impactando, como a clássica frase ?A gente aceita o amor que acha que merece?, que realmente me fez refletir.
Nossa, como eu falei kkkkk enfim, essas são minhas conclusões finais, perdão por qualquer erro de escrita, mas acho que no fim consegui passar a mensagem que queria nessa minha primeira resenha. Tchau tchau e obrigada ?