Viagem de Pedro II ao Espírito Santo

Viagem de Pedro II ao Espírito Santo Levy Rocha




Resenhas - Viagem de Pedro II ao Espírito Santo


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JPHoppe 27/08/2018

O ano era 1860. Quase marcando a terceira década de Dom Pedro II como imperador do Brasil, o último nessa forma de governo da nossa nação. O imperador decide visitar diversos estados brasileiros, entre eles o Espírito Santo.

Nessa época, o estado era ainda praticamente rural. Vitória, por exemplo, era concentrada basicamente onde está a cidade alta atualmente, com suas ruas tortuosas e escorregadias, por vezes dominadas pelo mato, seguindo o traçado do terreno irregular, com quase todas as suas casas no estilo colonial português. Os poucos lugares de destaque eram ainda os religiosos, como a Igreja de Santa Luzia, o Convento de São Francisco e a Igreja de São Tiago.

Para receber o monarca, a coroa enviou uma soma de dinheiro para reforma e adequação. A primeira grande reforma da sede administrativa do governo, o Palácio Anchieta, foi nesse período. Porém, o valor do auxílio era insuficiente, e os grandes comerciantes da província trataram de levantar ainda maior quantia para garantir o cumprimento das reformas necessárias.

Se existiam comerciantes ricos, o mesmo não podia ser dito da população em geral. Durante as várias páginas do relato, o monarca faz aqui e ali doações de seu bolsinho, que somadas totalizam quase 20 contos de réis, a maioria destinada a cemitérios e igrejas, mas quantia considerável para as poucas e precárias escolas, quase sempre com poucos alunos e, nas palavras do monarca, em sua maioria menos que medíocres.

Dom Pedro II passou pouco tempo aqui, mas os locais de trajeto estão marcados até hoje em locais como "Cais do Imperador" e "Ladeira do Imperador". No interior do estado, a casa em que passou uma noite na então vila de Santa Isabel (atual Campinho, Domingos Martins) registra o acontecimento com uma placa em sua entrada, com o local ao redor conhecido como Vivendas do Imperador.

O livro, mesclando bem a História e a Literatura, é uma agradável e marcante viagem no tempo. E mostra o quanto a realidade dos capixabas mudou nesses quase 160 anos. Vale a pena emendar a leitura desse livro com o "1860", com as fotografias mais antigas que se conhecem do nosso estado.
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