Regiane 17/04/2013
Continuação de tirar o fôlego!
“ Não era como se a minha presença fizesse o mundo dele mais feliz. A sensação que eu tinha era de ser o mundo dele. Não havia explosões. Não havia fogos de artifício. Era uma chama lenta, queimando de dentro para fora. ”
Quando eu pensava que demoraria em encontrar uma série que preenchesse o vazio deixado por Hush Hush, eis que surge, A Seleção. Confesso que ando cansada de sagas longas, mas essa bem que merecia ter um 4º livro.
A Seleção que antes tinha 35 garotas, restou apenas 6 (America, Celeste, Marlee, Kriss, Natalie e Elise) para lutarem pelo coração do príncipe, que está mais disputado do que nunca. Enquanto isso, America tem se aproximado cada vez mais de Maxon, e ao invés de tudo ficar claro, ela fica totalmente perdida, sem saber o que fazer. Quando está com o príncipe, ela consegue sonhar acordada como se fizesse parte de um belo conto de fadas, mas quando encontra seu ex-namorado Aspen no palácio - como guarda - ela enxerga segurança nele.
America se sente angustiada por necessitar de mais tempo para refletir e decidir pelo seu futuro, só que diferente dela, o resto da Elite já sabe muito bem o que quer. Será que ela conseguirá tomar uma decisão rapidamente ou perderá a chance em escolher?
Eu fiquei enrolando para começar em ler A Elite, porque eu tinha quase certeza que ficaria com gostinho de quero mais, assim que terminasse. Minha intuição estava certa, pois assim que virei a última página e fechei o livro, fiquei deprimida e ao mesmo tempo angustiada, pois eu queria o desfecho dessa saga para ontem, e infelizmente sei que só terei essa oportunidade no ano que vem. Será que vou dar conta dessa ansiedade até lá?
É notável o crescimento de Kiera Cass como autora nesse 2º volume. Em A Seleção, ela nos apresentou uma distopia com uma imagem leve, mas quando eu imaginei que as coisas continuariam praticamente iguais em A Elite, lá vem ela com revelações surpreendentes, elevando o grau de emoção, com passagens até mesmo chocantes, que me causaram um enorme nó na garganta. Kiera soube ousar muito bem nas cenas de ação, que foram capazes de me tirar o fôlego. Sem contar que a sua escrita também deu uma guinada. Eu me senti viciada em sua forma de conduzir a história, a qual eu só conseguir desgrudar das páginas quando eu cheguei ao fim dela.
A narração em 1º pessoa - aos olhos da protagonista - continuou me agradando bastante, mas depois que li o e-book O Príncipe, que a Seguinte disponibilizou gratuitamente AQUI, tendo o ponto de vista de Maxon, confesso que desejei profundamente que houvesse um revezamento na narração entre America e outros personagens, ou ao menos que a autora lance mais histórias avulsas sobre à série, utilizando esse artifício.
Quantos aos personagens, enquanto alguns me agradaram, outros me fizeram querer enforcá-los, inclusive America. Apesar de ainda continuar gostando muito dela e concordar com a maioria de suas atitudes, eu fiquei irritada com sua indecisão e por ter agido com egoísmo em relação à Maxon e a Aspen. Ela é muito generosa com os demais que a cercam, mas quando se trata de sentimentos amorosos, é um desastre. Só não caiu no meu conceito, porque foi capaz de reconhecer suas falhas a tempo, além disso, consigo vê-la como o pai dela: America merece a coroa.
" Você tem alma de líder, America. Você tem uma boa cabeça, tem vontade de aprender; tem ainda o que talvez seja mais importante: compaixão. Isso é algo de que esse país carece mais do que você imagina. Se você quer a coroa, America, aceite-a. Porque ela deve ser sua. ”
Quanto a Maxon, se eu já o adorava, agora posso dizer que ele ganhou totalmente minha afeição. Ao decorrer da leitura, seus gestos se mostraram tão altruístas, que me comoveram completamente. E não pensem que ele é perfeito e não comete erros, pelo contrário. Comete sim, e esse é o toque que o deixa tão humano. É como em um relacionamento, no início é tudo agradável, mas com a convivência, os defeitos vão aparecendo, e a partir daí que percebemos quando são tolerantes ou não - mas esse último não é o caso do príncipe. Já em relação ao rei Clarkson, eu não posso dizer o mesmo. Esse homem conseguiu me tirar do sério. Ao colocar sua autoridade em prática, ele teve a façanha de me causar calafrios.
Já Aspen conseguiu me fazer detestá-lo mais ainda do que em A Seleção. Seus julgamentos precipitados sobre Maxon me fizeram querer espancá-lo, sem contar que o tempo todo, ele insiste em colocar a segurança de America em risco. Ele só perde mesmo para a insuportável da Celeste. Ela é tudo aquilo que eu repudio: invejosa, cruel e vaca. Ela consegue superar qualquer outra personagem - com características semelhantes - que eu já tenha conhecido. Não quero nem imaginar do que ela será capaz de fazer para conseguir o que quer, no último livro. Melhor nem pensar. Os demais personagens continuam bem interessantes. Vale destacar Marlee que traz um senhor segredo e Kriss que acaba tendo uma participação maior, permitindo conhecê-la melhor. O pai de America mostrou-se mais cuidadoso e carinhoso para com ela, mais do que nunca, o que muito me encantou.
Em A Elite, Kiera Cass explorou mais o lado dos rebeldes, e também revelou mais sobre seus reais interesses. Detalhe que deixou a história bem mais instigante e envolvente. Era exatamente o que eu esperava desse livro. Sem tirar nem pôr. O romance continua em alta, o que despertou os mais diversos sentimentos em mim, chegando a me deixar com uma sensação parecida como: borboletas no estômago. Ao mesmo tempo em que é lindo também é angustiante. Haja coração para aguentar tudo isso, portanto se preparem.
" Assim que ele saiu, fechei os olhos e recapitulei tudo o que acontecera naquele espaço de tempo: o modo como ele olhava para mim, os sorrisos contentes, os beijos doces. Repassava tudo, uma e outra vez, enquanto me preparava para dormir. Eu me perguntava se Maxon estava fazendo o mesmo. ”
" P orque então eu era dele. Eu sabia. Nunca estive tão certa. Pela primeira vez, eu via. Via o corredor, os convidados se levantando, e Maxon de pé, na outra ponta. Graças àquele toque, tudo fazia sentido. "
Por mais que eu escreva aqui, ainda assim me faltará palavras para expor tudo o que senti com essa leitura. A única coisa certa é que estou apaixonada por essa série, e estou sedenta por mais. E se você leu e adorou A Seleção, arrisco dizer que você vai amar A Elite, pois é ainda muito melhor, tanto que entrou para a lista dos meus favoritos. E para quem ainda não leu essa série, mas adora romance com emoções ao ápice, eu super recomendo!