Andre.Crespo 18/01/2010
Demorei para acabar de ler "Era dos Extremos"! Não porque este fosse chato, muito pelo contrário, mas sim porque o tempo me impedia de dar a devido atenção à ele. Depois de muita luta, e várias tentativas de deixar de lê-lo, continuei na leitura e finalmente terminei-o.
O livro fala do chamado "Breve Século XX", como Hobsbawn mesmo dá nome. Dividido em três partes - "Era das Catástrofes", "Era de Ouro" e "Desmoronamento" - , conta sobre os fatos do mundo desde a Primeira Guerra Mundial, em 1914, até 1991,com a queda da URSS.
O que mais me impressinou ao ler esse livro foi a facilidade com que Hobsbawn teve ao falar tanto sobre economia, política, ciências, religião, cultura, cinema, literatura, ou seja, uma infinidade de temas os quais ele parece ter total conhecimento e controle sobre o que está escrevendo.
Talves o único ponto negativo seja o fato de que em certas partes do livro ele se prendeu muito em números. Não que isso tenha atrapalhado, mas me deixou um pouco entendiado, pois alguns deles serviam para informar, enriquecer o leitor com certos dados interessantes; outros, não serviram para nada, na minha opinião; apenas para tirar a paciência. Como foram poucas as partes assim, não tenho muito a reclamar.
"Era dos Extremos" não é para qualquer curioso. Mesmo não tendo uma linguagem difícil ou muito técnica, não é qualquer um que pode lê-lo, pois tem que se ter um conhecimento prévio de século XX, pelo menos básico. Como Hobsbawn dá um panorama geral do século, não se precisa ser um "expert" em História para entendê-lo, pois o que ele mais cultivou nesse livro foi a clareza de ideias. Com isso, qualquer um com um conhecimento báscio, pode lê-lo tranquilamente.
Escrevendo de forma pessoal sobre fatos, pessoas e acontecimentos, a leitura se torna agradável, e ao contrário do que eu pensava, nem um pouco complicada ou cansativa. Quem ler "Era dos Extremos" não se tornará, ao fim da leitura, um extremo sábio das coisas do século XX, mas aprenderá muito, isso com certeza. Foi assim comigo, acredito que seja com qualquer um que ler.
Como Hobsbawn disse, " o futuro não pode ser uma continuação do passado, e há sinais, tanto internamente quanto externamente, de que chegamos ao ponto de uma crise histórica". Nada mais verdadeiro do que isso!