Resenhas - Frango Com Ameixas

Ivan Picchi 25/08/2009

Um sucinto bem comovente
Marjane compartilha uma história concisa de seu falecido tio, um músico famoso e virtuoso, que entra em desgraça por ter seu bem mais precioso destruido...

Mas será que realmente é culpa de seu tar? ou foi só o estopim?

Parece apenas mais uma vida comum; porém os flashbacks sagazmente salpicados colaboram para uma compreensão da real trágica saga de Nasser Ali. E junta o que a vida costuma separar, os fatos. Entre o que ele enxerga e o que realmente acontece. O que realmente está ruim em sua vida, e durante toda ela.

É o que um ser humano costuma fazer: desenvolver um ponto de vista no qual ele seja vitimado. Um no qual o seu "tar" seja destruido, sem motivo nenhum aparente. Não esquecendo que a culpa de tudo, desde o início, seja descontada nas últimas pessoas que surgirem em sua vida. Tudo, frustações e suas raivas, tudo é culpa destas últimas. Até que é bem comum ouvir uma destas por ai, não é?

Marjane nos faz refletir, e se comover, em uma leitura de uma ou duas horas, com uma história tão simples, curta e pessoal. Incrível como uma situação real e corriqueira fica tão atraente e reflexiva, só porque alguém descobriu que o segredo "é o jeito que se conta". Um ponto de vista de um espectador, que não faz questão de rotular vilões, heróis e injustiçados..

Thamiris.Treigher 31/05/2023

Amei!!
Depois de ler "Persépolis", decidi que queria ler tudo da Marjane Satrapi. Após a leitura de "Bordados", dessa vez mergulhei na obra "Frango com Ameixas", que tem aquele mesmo traço artístico já conhecido da autora -- que eu amo.

Nessa HQ, conhecemos a história de Nasser Ali Khan, tio-avô de Satrapi. Em meio a desgostos, indagações e decepções acumuladas ao longo de sua vida, ele decide que quer "se deixar morrer", trancando-se em seu quarto e esperando a morte chegar.

A gota d'água para que ele tomasse essa decisão foi quando, durante uma briga com sua esposa, ela quebrou seu tar, instrumento iraniano que o acompanhou durante toda a sua vida como um dos maiores músicos do país.

A partir desse incidente, vários outros fatos agravam a tristeza de Nasser. Um dia, andando pelas ruas da cidade, ele cruza com uma mulher que faz parte de seu passado, o que desperta memórias dolorosas envolvendo sua família, seu país e suas escolhas.

Após a decisão de que quer morrer, são mostrados os oito dias após essa escolha, em 1958; intercalados com as memórias e acontecimentos de sua vida. O que poderia levar alguém com uma linda família a simplesmente decidir que quer esperar a morte lhe levar?

Mais uma vez, com seu talento único, Marjane nos apresenta histórias de sua família e do Irã, sempre com muita melancolia e humor, até mesmo nas histórias mais tristes!

Maravilhoso!

Thainá @thaii.limab 03/08/2022

Com uma narrativa simples e fluida, embarcamos na história do tio músico da Marjane.
Confesso que gostei mais dos outros livros da aurora que li, de todo modo, esse tem uma mensagem muito boa. Vale a leitura.

janaina 10/08/2011

divino!!
é realmente lindo a mistura de tristeza e nostalgia encontrada em "frango com ameixas". De fato, me surpreendi muito com a forma em que a vida comum é posta aqui. muito mais melancólico que persépolis, e muito, muito melhor. eu ri em algumas passagens e quase chorei no final. é realmente lindo. certamente um dos melhores quadrinhos que li/vi/senti.

Camila_Andrade 07/06/2010

Delicado e dolorido! O final é lindo.

Mama 24/04/2022

História engraçada e ao mesmo tempo triste
Neste livro Marjane fala a história de um tio que sofreu de depressão após um acontecimento que o abalou profundamente. Acompanhamos um pouco como geralmente as pessoas tratam com desprezo essa doença tão triste. Gostei muito da leitura.

Luly @projetocabeceira 05/10/2020

Frango com ameixa
Acho que o único livro de Marjani com o qual não me envolvi. Mas valeu pra conhecer mais das obras dela

Cla 13/04/2021

esse livro a Marjane conta, em quadrinhos, a história de um tio... fala sobre arte, música, vida, morte... uma história conhecida na família e que aconteceu antes mesmo da Marjane ter nascido.

Falando das memórias familiares, como a autora gosta de narrar, costura as memórias a uma antiga receita da família, o frango com ameixas.

Deixa no ar aquela dúvida: "até que ponto as escolhas que fazemos na juventude poderão ter consequências irreversíveis no nosso destino?". Sempre narrando de forma a prender quem está lendo e com toda a cultura iraniana de fundo. Leiam Marjane.

Livro 02/2021

Wallace17 30/07/2021

Marjane Satrapi é extraordinária
Quando estava na biblioteca municipal Belmonte, me deparei com essa coisa linda! O coração disparou, Marjane Strapi foi minha primeira experiência com graphic novel no longínquo ano de 2008. Nem pensei duas vezes, peguei o livro emprestado, por que já tinha lido Persépolis, e foi uma leitura inesquecível. Pois muito bem, quando comecei a ler Frango com ameixas, bateu um "remember". Fui olhar nos meus registros de leitura estava - leitura de Frango com ameixas, julho de 2009. Quase 10 anos eu ainda conseguir lembrar da essência da história. Então o que era "leitura nova" se transformou em releitura. Tudo bem, eu amo o estilo da Strapi, e esse quadrinho é lindo. Li com muita satisfação.

Em Frango com ameixas, ela conta a história de tio-avô musicista. Considerado como uns dos melhores de seu tempo. Uma história de desejos, frustrações, decepção amorosa, desgosto do cotidiano, vida familiar e arte. É um livro que Marjane reconstrói suas origens, afinal ela também seguiu os passos do tio-avô, só que nas artes gráficas. Existem muitos paralelos entre dois.

10 anos depois e a percepção da história mudou completamente. A medida que você vai envelhecendo a vida te trás outros olhares. Resultado, renovou-se minha admiração por Marjane Strapi, eu conseguir captar muito mais coisas na releitura. Vou reler Persépolis, para experimentar essa experiência de "descobrir" coisas novas no mesmo lugar. Pra finalizar, te amo Marjane!!!!

site: https://www.instagram.com/p/Bvg7AF1A3fb/

Raoni 10/02/2010

Vida pré-Persépolis
Linda obra. Marjane Satrapi traz desta vez uma história mais melancólica e menos florida: o relato da vida de seu tio-avô Nasser Ali, morto antes da geração dela, mas com quem ela muito se identifica.

O típico humor singelo e ao mesmo tempo irônico que marca a história de Marji em "Persépolis" está presente, mas só se intensifica lá pelo último terço da obra. As primeiras partes são um pouco maçantes, mas o desfecho emociona, retomando elementos do início e tornando o texto precioso em sua inteireza.

Pra quem leu "Persépolis" e gostou: recomendo. [Ressalva: é menos acessível a crianças] A autora apresenta uma dimensão fulcral de seu universo pouco explorada naquela obra. Pena que é um texto curto... Mas talvez só pudesse ser assim.

Pra quem não leu "Persépolis": talvez o contato com o cenário islâmico à ótica da autora seja muito cru. Acho bom ler as duas obras!

DTG 13/03/2021

Inesperado
A água na boca do título, não passa de uma memória. Esse livro de Marjane Satrapi, narra os últimos dias de vida de um tio.

Músico conhecido do Irã, vê a razão de sua vida evaporar de sua alma. O baque de um encontro foi suficiente para fazê-lo esperar a morte.

Nesse tempo curto de espera descobrimos sua história e também a justificativa para desistir de viver.

Júlia 29/12/2020

Marjane sobre a morte
Depois de Persépolis, o encanto com Marjane Satrapi se manteve, em Bordados e agora em Frango com Ameixas. Nesse livro, Marjane fala sobre a morte, usando para isso alguns lugares comuns (histórias e anedotas que eu ao menos conhecia), sensibilidade e humor. Pode-se pensar através da leitura em nosso apego a pessoas que estão morrendo, nossa fuga da morte, e no paradoxal desejo de morrer. Pode-se pensar no amor à música e nos prazeres da vida. Ainda, pensar sobre o amar e o permitir que os amores se realizem. Enfim, uma leitura rica em poucas páginas, que fala sobre possíveis sentidos de viver e morrer.

tha.reis 04/04/2023

"Para viver, não basta estar vivo"
Gosto muito da forma como a Satrapi desenvolve narrativas biográficas sobre vidas de pessoas tão comuns de uma forma tão poética. Aqui um simples prato de frango com ameixas assume camadas de significado nos últimos dias de vida de um artista amargurado.

Trechos que eu gostei:

"Ninguém jamais foi capaz de me dizer porque me fizeram vir e porque me fizeram ir embora." (p.14)

"Determinou-se a entregar a alma. Pensou nas diferentes maneiras de dar um fim a seus dias. Deduziu que era preferível esperar que a morte fosse até ele." (p.20)

-Que é que você tem? Está doente?
-Não. Só quero morrer. (p.21)

"Ele respondeu que era difícil distinguir um feto de 4 quilos no meio de 200 quilos de carne." (p.56)

"Damos um significado à vida segundo o nosso ponto de vista. Só a sabedoria, assim como a luz da vela, pode nos trazer uma visão global da existência." (p.64)

-Está meio tarde para dar marcha a ré?
-Não é "meio tarde", meu caro amigo, é "tarde demais"! (p.72)

Giovanaacampos 08/01/2021

A vida imita a arte ou a arte imita a vida?
Um drama sobre a vida e a morte. Muito bom

Gabrielly.Barbosa 22/03/2020

Gostei, mas não achei tão empolgante como Persépolis e Bordados.