Coruja 12/09/2014Tive meu primeiro contato com Alan Garner na biblioteca da escola tinha uns quatorze para quinze anos, mais ou menos à mesma época em que descobri O Senhor dos Anéis.
Nesse tempo, meu vício eram romances policiais. Tolkien foi quem que me fez me apaixonar por fantasia, mas se for para ser bem sincera, creio que possa dizer que Garner foi quem primeiro me apresentou ao gênero. A Pedra Encantada de Brisingamen, A Lua de Gomrath, A Maldição da Coruja, Elidor... eu li todos em que conseguir pôr as mãos.
Desses, os dois primeiros sobre os quais vou falar hoje foram os que mais gostei e que me influenciaram mais tarde a criar o universo de Hades nas minhas fanfics de Harry Potter, que foi quando comecei a escrever e publicar na internet, dez anos atrás...
Tudo começa em A Pedra Encantada de Brisingamen, quando os irmãos Colin e Susan se envolvem numa luta por uma pedra mágica, mergulhando num universo de mitos e lendas que envolvem um rei e seu exército a muito adormecidos. É pura fatalidade que coloca as crianças no meio da batalha entre Cadellin e a confraria do mal, mas uma vez que elas se envolvem no resgate de fogofrio a pedra do título acabam se tornando fundamentais para o deslinde de toda a situação o que vai gerar conseqüências com que terão de lidar em A Lua de Gomrath.
A forma como Garner consegue entrelaçar lenda e realidade como a vida aparentemente comum dos protagonistas é rompida por anões, magos, entidades de sombra, deuses, e cães dos infernos, sendo separados do resto do mundo por muros de névoa encantou-me àquela primeira leitura. O ritmo, as descrições, a prosa poética em muitos pontos, com sua fluência musical, tudo isso me deixou apaixonada.
Considerando o quanto minha primeira leitura desses livros, mais de uma década atrás, influenciou-me, tive um certo receio de pegar de novo esses livros para ler agora e acabar por descobrir que a mágica não se manteve. Mas, embora não tenha me empolgado tanto com A Pedra Encantada de Brisingamen dessa feita, A Lua de Gomrath manteve o fascínio com que me prendeu da primeira vez.
O dualismo da Alta e da Antiga Magia, as imagens criadas pelo despertar de um mundo antigo e poderoso o caminho de prata ao luar, a Cavalgada Selvagem, o Caçador... as descrições que Garner faz de tudo isso são vívidas e apaixonantes.
Gaiman e Pullman o louvam por sua capacidade de trazer a magia para o mundo real, por aproveitar folclore e mito em suas histórias e firmá-los em cenários cotidianos. Há quem o compare a Tolkien. Seja lá como for, Garner bem merecia ser mais conhecido aqui no Brasil.
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http://owlsroof.blogspot.com.br/2014/08/desafio-corujesco-pedra-encantada-de.html