Milena @albumdeleitura 11/09/2015
Giane
Reynaldo Gianechinni nasceu no interior de São Paulo e desde cedo já decidira o que seria e onde iria. Sempre do alto da árvore de sua casa, Júnior (como era chamado em função de ter o mesmo nome do pai), podia enxergar, mesmo que ainda sem ver, seu futuro na cidade grande, seu passaporte para o mundo.
Ao longo do livro, dá para compreender que apesar de todo o glamour, sua vida não foi assim tão fácil... Alvo das críticas da mídia e visto apenas como um rosto bonito, ele dá a cara pra bater e mostra o quão autêntico é e surpreende o Brasil com sua competência profissional e que assim como qualquer pessoa tem seu lado bom e ruim. Aqui, conhecemos um Reynaldo Gianechinni, cheio de defeitos, medos, impaciências e explosões. Assim como, um homem cheio de qualidades, batalhador, que se dedica de corpo e alma e ama o que faz.
O que mais me instigou a ler a obra foi a sua batalha contra o câncer. E realmente, como diz em um capítulo, será que não dava para ser mais original? Giane, realmente, sobreviveu porque não chegou a sua hora. Eu realmente acredito em destino e acho que existem coisas das quais não podemos escapar e que Deus nos deu um dia para nascer e outro para morrer. E essa, definitivamente não era a vez dele. Provou isso várias vezes em pouco tempo.
A batalha foi árdua? Sem dúvida. O rosto bonito da TV Globo mostrou sua garra e apesar das dificuldades, conseguiu aguentar.
"A primeira sessão fora difícil de aguentar, e a incógnita sobre o seu futuro próximo também era difícil de aguentar. A cabeça não podia parar diante da ameaça, nem se afundar no inconformismo ou na revolta. Além de resistir, ainda tinha que ser positivo - a cabeça precisava ajudar o corpo".
Para piorar ainda mais a situação, o pai do ator também sofreu na batalha contra o câncer. Essa, porém, foi irreversível. Pai e filho, que sempre tiveram suas adversidades, aprenderam juntos nessa triste batalha que não era à toa que tinham o mesmo nome: tornaram-se melhores amigos e companheiros de caminhada.
"Enquanto Giane cantava os versos de "Nossa Senhora", os aparelhos mostravam a queda final das funções vitais. O pai partia embalado pela voz do filho, deixando-lhe de herança uma aposta: a luta que um Reynaldo perdera, o outro haveria de ganhar".
A história do Gianechinni é realmente maravilhosa e ele merece o meu total respeito! A narrativa do livro me decepcionou. Acredito que o jornalista não tenha sabido de fato contar a vida dele como deveria e pecou em diversos momentos. Por isso, prefiro biografias nas quais os autores sejam as próprias personalidades. Afinal, ninguém melhor que eles sabe que suas vidas dariam um livro. Eu, particularmente, me decepcionei com a narrativa em terceira pessoa de Guilherme Fiuza. A viagem entre passado e presente que ele faz no livro é confusa e ele não conseguiu expressar a excelência que de fato pertence à biografia desse ator brasileiro. Se a questão aqui for classificar a biografia do Giane, sem dúvida, cinco estrelas. Mas como se refere ao livro como um todo, o que inclui a narrativa de Guilherme, não posso mentir para vocês, meus caros leitores...
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