Moacir 30/05/2020
Aventuras de um puritano colonizador
Ao que parece, o livro de Defoe se converte em uma pregação por meio de um romance. Prova disto é que no livro, todos os seres da Terra e recursos naturais estão aí, postos por Deus, para o proveito dos homens. Reflexo, ainda, de seu tempo com suas ideias de que os recursos seriam infinitos e não haveria nenhum ônus para o planeta ou seus habitantes.
Robison Crusoé é tão colonizador e catequizador como qualquer europeu de sua época: basta a oportunidade para aflorarem o colonizador, o catequizador e o escravagista. "Agora a Providência me transforma em um instrumento para salvar a vida e, até onde eu soubesse, a alma de um pobre selvagem."
E há, também, muitas oportunidades em que o autor desfila diante de nós alertas morais. "Todas as boas coisas deste mundo só são boas para nós na medida em que nos tem algum proveito."
Ademais, depois que somos fisgados pelo enredo (particularmente a partir dos eventos que nos levam para a ilha) é uma aventura a cada página.