cintilante 12/10/2010
Em 1795, aos 17 anos, Bernardine Eugénie Désirée Clary ficou noiva de Napoleão Bonaparte, o mais jovem general do Exército francês. O noivado logo foi desfeito, mas por conta do casamento de sua irmã Julie com José Bonaparte, irmão mais velho de Napoleão, o futuro de Désirée permaneceu entrelaçado ao dele e é essa personagem que a autora Annemarie Selinko escolheu para nos contar a história do império napoleônico.
Désirée acabou se casando com Jean-Baptiste Bernadotte, um dos generais de Napoleão. O livro narra como aos poucos divergências ideológicas opuseram o casal Bernadotte e o imperador, ao mesmo tempo em que as guerras constantes e as milhares de vidas francesas perdidas foram minando o apoio popular ao governo bonapartista.
Em 1810, Bernadotte foi escolhido pelo parlamento sueco para herdar o trono da Suécia e Noruega após a morte do rei Karl XIII, que não tinha descendentes. Désirée, filha de um comerciante de tecidos de Marselha, tornou-se então rainha Desideria. Graças a essa trajetória extraordinária, Désirée lega a seu filho, o futuro rei Oscar I, os ideais da Revolução Francesa e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que aprendera com seu próprio pai.
O livro traça um painel tão rico e vivo quanto o quadro “A Coroação de Josefina” de Jacques-Louis David e é, na minha opinião, é um dos melhores e mais completos entre os milhares escritos sobre Napoleão.