Ana 23/08/2020
Quase um favorito
Antes de terminar a leitura, eu já sabia que teria mais coisas a dizer sobre Encontrada, do que o que disse sobre Perdida... Por um momento, até metade do livro, eu imaginava que iria favorita-lo. Nunca ri ou me diverti tanto, e se tornou a leitura que mais me tirava do mundo real e das minhas preocupações, porque é muito gostoso acompanhar a vida da Sofia. Ao contrário de muitos, eu amo ela! Ela fala e pensa coisas que eu diria, e eu não consigo não dar risada, ou me sentir representada minimamente por essa mulher desastrada e cômica. Entretanto, depois dos 50%, eu senti que o livro perdeu um pouco o rumo por alguns instantes... Algumas questões eu achei desnecessárias, e até senti que estava sendo uma leitura arrastada, o que obviamente não combina com os livros da Carina Rissi. Eu já sabia da gravidez, e pensei que iria ser mais abordado durante a história, mas foi algo deixado de lado e exposto somente no fim do livro. Acho que teria sido muito interessante se a gravidez fosse um dos plot, algo inserido no meio do livro, até porque imagino vários cenários divertidos e gostosos de se ler sobre a chegada de um bebê. Senti falta disso. Eu até gostei da forma como a autora abordou a questão do machismo, até mesmo do machismo presente no Ian, foi bem realista, mas acho que o que me incomodou foi a Sofia ter cedido em alguns aspectos... Fiquei sentindo que ela poderia ter pedido um pouco de uma essência no processo. Outra coisa foi o fato de ela não poder ajudar o Ian com as contas, mas ele ter que participar ativamente do negócio dela (???). Eu sei, estamos no século 19, e a autora já manteve muito da antiga Sofia, mas podia ter deixado o negócio só por conta dela. De qualquer forma, eu gostei e me diverti mais do que no primeiro, mesmo que em determinado momento eu tenha perdido o encanto (que foi conquistado de novo logo depois).
Sobre a questão da escravidão: quando comecei a ler a série, a treta já estava rolando e eu não estava entendendo nada! Ainda não vi o pronunciamento da autora, mas de certa forma consigo entender... Falar, escrever sobre este período histórico, esta luta, é algo que requer muita precisão e propriedade de fala. Eu entendo o fato de ela não querer correr o risco de tentar, e fazer merda. As vezes é melhor não fazer, do que estragar.